quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

POSSESSÃO DEMONÍACA E A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS – Parte 1



         
          Os demônios aparecem como agentes de Satanás causadores de males, dando às suas vítimas características típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Eles atacam suas vítimas e, ao possuí-las, dominam suas faculdades mentais, levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e às vezes incapacitando-as de falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).
            No evangelho de Mc 5,2-13,o endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era tão violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria pelos montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos sepulcros já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento violento e sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a perturbação de seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás.
          Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao que ele respondeu: “Legião é o meu nome, porque somos muitos” (v.9). Uma legião romana era constituída por 6.000 soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás.
               Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque Jesus perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva.
          “Expulsai os demônios” (Mt 10.8). Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve acreditar nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar publicamente quem era o responsável pela miséria do gadareno.
          O poder e a presença de Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito imundo perguntou: “Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” (Mt 8.29). Isto mostra que a presença de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse encontro serviu como prenúncio da condenação final do Diabo e seus anjos (Mt 25.41).
          O relato da possessão do gadareno e de sua libertação é uma amostra do poder absoluto de Jesus até sobre todo o reino das trevas. Os próprios demônios sabem quem é Jesus (At 19.15) e conhecem a sua procedência: “Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus” (Mc 1.24). Eles têm medo de Jesus e estremecem diante dEle (Tg 2.19). Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem que há um tempo determinado para o juízo divino sobre as hostes infernais e temem por isso.
          Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse para outra região (v.10), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26, 34; 3.11). O inimigo de nossa alma não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos porque não podiam resistir ao poder de Jesus.
          A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a atenção do povo. Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a cura repentina do endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em perfeito juízo, vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus quando vemos pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de Jesus. Ele nos delegou essa tarefa (Mt 10.8; Lc 10.19,20).
               A população de Decápolis era mista, composta por judeus e gentios. A criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável que o porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil porcos (v.13). Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8.33). A tradição judaica dizia que demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios pediram para entrar na manada de porcos.
          Por isso Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos, por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida humana, na concepção daquela gente. Essa estranha recepção causa-nos tristeza e espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum “coisificar” as pessoas e personificar as coisas. Para alguns hoje em dia, os animais valem muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos, aquela população rejeitou Jesus.
               CONCLUSÃO
               A possessão demoníaca é um fenômeno estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de Jesus. O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre toda a natureza, sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as enfermidades, sobre o poder das trevas. Os demônios estremecem diante dEle. O poder de Satanás é muito limitado diante do poder de Jesus. Todos nós precisamos de Jesus, da comunhão com Ele, para dEle receber poder e assim expulsar aos demônios, pois Ele nos deu essa autoridade (Lc 10.19,20).
          Referência: Lições Bíblicas 2019 - Janeiro/Fevereiro/Março -  cpad.com.br

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