domingo, 26 de agosto de 2018

SOBRE A VERDADEIRA ADORAÇÃO





          CREMOS, professamos e ensinamos que a adoração é serviço sagrado, culto, reverência a Deus por aquilo que Ele é e por suas obras: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Seguimos o modelo bíblico da adoração cristã sem nenhuma representação visual: “Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma” (Dt 4.12). Aqui estão incluídas as coisas que estão nos céus e na terra, como manda o segundo mandamento do Decálogo. Isso se faz necessário considerando, ainda, a reverência a Deus: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Assim, prestamos nossa adoração e nosso louvor em termos espirituais e imateriais sem o uso de imagens de escultura ou de qualquer outro tipo de representação. Entendemos que a adoração é o nosso reconhecimento de que Deus é digno de ser adorado como resposta humana à natureza divina: “o meu coração te disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei” (Sl 27.8).
1.    A adoração pública e coletiva.
Reunimo-nos como corpo de Cristo para a adoração pública ao Deus Trino. Jesus prometeu: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). A adoração pública é a atividade de glorificar a Deus em coletividade e serve também para comunhão, despertamento, exortação e edificação da Igreja. Essa adoração pública é realizada com ordem e decência para que os descrentes reconheçam a presença de Deus no culto e para que somente Deus seja adorado no culto da Igreja. Nenhuma prerrogativa é dada a anjos e a seres humanos, pois Deus não divide sua glória com ninguém: “E a minha glória não a darei a outrem” (Is 48.11). Portanto, confessamos que, na adoração pública, a oração, os cânticos, o ofertório, a pregação e o exercício dos dons espirituais na Igreja servem “para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à glória e poder para todo o sempre. Amém!” (1 Pe 4.11). Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações dos dons espirituais.
2.    A adoração individual.
Nós adoramos a Deus como crentes individualmente e em todo o tempo: “a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Ensinamos que a verdadeira adoração é aquela que nasce no coração e é expressa com obediência à vontade de Deus, sendo percebida pelo testemunho individual que glorifica ao Senhor da Igreja. Negamos que a adoração e a espiritualidade de alguém possam ser medidas, percebidas ou avaliadas exclusivamente pelo exercício dos dons espirituais. Ensinamos que a adoração é uma atividade espiritual e precisa ser efetuada pelo poder e fruto do Espírito Santo na formação do caráter cristão na vida do adorador. Rejeitamos a hipocrisia e toda a aparência de piedade na vida do adorador. Na adoração individual, buscamos a santificação pessoal, servindo a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor.
3.    Os elementos do culto.
 Havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração, sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d.C . A oração antífona do Shema.Observsação: Antífona é uma melodia curta, executada em canto gregoriano, antes e depois da recitação de um Salmo.[1] A Antífona geralmente é composta de cânticos curtos, com texto entre dez e vinte e cinco palavras e de melodias simples.[2] “ouve”, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a exortação. A leitura do Shemá é um mandamento positivo da Torá que deve ser cumprido duas vezes ao dia: pela manhã na prece de Shacharit e após o anoitecer na prece de Arvit. Uma vez que o Shemá da manhã deve ser lido no primeiro quarto do dia, é aconselhável lê-lo logo após as Bênçãos Matinais, antes da prece de Shacharit para não atrasar este horário (e durante a prece de Shacharit, o Shemá será lido novamente na seqüência normal da prece).

O Shemá é composto de três trechos da Torá (Deut. 6:4-9; 11:13-21; e Núm. 15:37-41) que devem ser lidos cuidado-samente e sem interrupção, seja por palavras, seja por gestos. Os homens costumam beijar os tsitsit “vestimenta”,  Os judeus utilizam hoje apenas tzitzit brancas, já que crêem que não seja possível obter a cor azul obrigatória do mandamento. é o nome dado à franjas do talit, que servem como meio de lembrança dos mandamentos de Deus. (na leitura do Shemá de dia) cada vez que mencionam esta palavra no meio do terceiro parágrafo do Shemá e também na última palavra ("emet").

Cobrem-se os olhos com a mão direita ao recitar o primeiro versículo do Shemá para maior concentração. Ao pronunciar o nome de D’us ("A-do-nai"), deve-se ter em mente que Ele é Eterno, i.e., existe, existiu e existirá. A última palavra do primeiro versículo ("Echad"), composta de três letras hebraicas, deve ser pronunciada com ênfase especial, enquanto se reflete sobre seu significado: a primeira letra, alef, com valor numérico 1, diz respeito ao D’us Único; a segunda, chet, com valor numérico 8, significa que Ele tem soberania absoluta sobre os Sete Céus e a Terra; a terceira, dalet, com valor numérico 4, lembra que Ele também domina os quatro pontos cardeais.

No final do terceiro trecho, as três últimas palavras antes de "emet" são repetidas somente quando a pessoa reza sem minyan.
 4. liturgia no Novo Testamento
É simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). Ela consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e contribuição financeira, ou seja, ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias.
4.    A oração.
Oração é o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento. Temos diversas reuniões de oração, e  também é nosso hábito a vida de oração: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). Nessa oração individual e privativa ou congregacional, apresentamos a Deus nossa gratidão e nossas petições. Cremos no poder da oração: “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Oramos pelas famílias, em favor de nossos pastores e líderes, pelos missionários, pela salvação de todas as pessoas e em favor das autoridades constituídas, pela nação de Israel e Jerusalém, em favor dos enfermos, pelos presos e por diversos tipos de milagres, pois Deus “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20). É do agrado de Deus a oração dos seus santos; ela é usada metaforicamente como incenso que sobe diante de Deus num incensário.
5.    O Jejum.
O jejum é uma prática frequente entre nós, na vida diária dos crentes individualmente e também em reuniões de culto, com objetivo específico, como acontecia nos tempos bíblicos: “Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR” (Jl 1.14); “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.2, 3). O jejum bíblico é a abstinência de alimento, acompanhada de uma atitude pessoal de contrição, dedicação e devoção, por certo tempo, com o propósito de afastar-se para buscar a Deus e dedicar-se a Ele de maneira exclusiva. Moisés, Elias e Jesus jejuaram quarenta dias e quarenta noites. Trata-se de um ato voluntário de acordo com a necessidade de cada irmão ou cada irmã, cujo tempo dessa consagração é de decisão pessoal, que envolve horas ou até mesmo dias. O jejum pode ser absoluto ou parcial. É absoluto quando a abstenção envolve não comer e nem beber; nesse caso as Escrituras Sagradas são específicas: “e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos” (Et 4.16). Assim foi o jejum de Saulo de Tarso quando ele encontrou-se com Jesus: “E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu” (At 9.9). O jejum parcial é, geralmente, a abstenção apenas de alimento sólido. O ato de jejuar é sempre acompanhado de oração.

6.    Referência bibliográfica

Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/20

sábado, 11 de agosto de 2018

SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS



CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para a sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Reconhecemos esse ato como o testemunho público da experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição de Cristo: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2.12).
    1.    O batismo em águas.
É um ato importante e repleto de significados espirituais, que é administrado pela Igreja ao crente, mediante arrependimento e confissão de fé, onde quer que o evangelho seja pregado. Nós o efetuamos por imersão do corpo inteiro uma única vez em águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. A palavra “batismo” significa “mergulho, imersão”. As evidências do Novo Testamento não deixam dúvida sobre esse procedimento. João Batista batizava em Enom: “porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados” (Jo 3.23). Quando o Senhor Jesus foi batizado, está escrito que, após o ato, ele “saiu logo da água” (Mt 3.16). Não foi diferente no batismo do eunuco da rainha da Etiópia: “e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe” (At 8.38,39). O batismo simboliza a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, deixando claro que se trata de uma prática imersionista: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6.4). Trata-se de um ato público de fé no qual, de modo simbólico, sepultamos a vida antiga e ressuscitamos com Cristo para uma nova vida.
2.    A fórmula batismal.
A ordem dada por Jesus foi de batizar “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Cremos e praticamos a fórmula que ele mesmo ordenou. Uma ordem dada por Jesus deve ser cumprida. Sobre a expressão que aparece quatro vezes no Novo Testamento: “em nome de Jesus Cristo” (At 2.38), “em nome do Senhor Jesus” (At 8.16; 19.5) e “em nome do Senhor” (At 10.48), significa apenas que o batismo é realizado na autoridade do nome de Jesus.
3.    Batismo não é sinônimo de regeneração.
                                                                                                   O batismo não é salvação; somos salvos pela graça mediante a fé. O   perdão dos pecados está em conexão com o arrependimento que precede o batismo. A frase “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At 2.38) é interpretada erroneamente, muitas vezes, como essencial ao perdão, como fazem as principais seitas unicistas. No sermão seguinte, o apóstolo Pedro nem sequer menciona o batismo; a ênfase é dada ao arrependimento, à conversão e à aceitação de Cristo: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado” (At 3.19,20). O contexto bíblico mostra que o batismo não salva: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Não há menção de batismo na segunda cláusula; isso mostra que a simples falta de fé leva à condenação, e não a falta de batismo. Nós fomos batizados porque já somos salvos e não para sermos salvos. João Batista só batizava quem manifestava “frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8; Lc 3.8). Os primeiros candidatos ao batismo recebiam antes a palavra e depois se submetiam ao batismo: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41). Assim sendo, é possível uma salvação sem batismo, como aconteceu com o malfeitor crucificado ao lado do Senhor Jesus; o malfeitor arrependeu-se e não teve tempo para ser batizado. Mas devemos notar que o criminoso salvo, não tinha a opção de receber o batismo por estar prestes a receber sua condenação de morte. Os soldados romanos não iam dar uma pausa no processo para que ele fosse batizado.                    Em situações como essa, em que a pessoa que crê não tem a possibilidade de receber o batismo, sua salvação não está condicionada a ele. Caso contrário sim!                                                 A pessoa que tem 5, 10, 20 anos de cristianismo e nunca se batizou, precisa se preocupar. O Senhor Jesus é extremamente claro e enfático: “Quem crer e for batizado, será salvo”.
O batismo é uma ordenança divina; é, em si, um ato de compromisso e profissão de fé; é um ato público em confirmação daquilo que já possuímos — a salvação pela fé em Jesus.

4.              O Batismo de João
Ele percorreu toda a região próxima ao Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. Como está escrito no livro das palavras de Isaías, o profeta: “Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. (Lucas 3:3,4). Antes que Deus se revelasse por meio de seu Filho Jesus, ele enviou João Batista para preparar o caminho de sua chegada.(Atos 19:4).
João Batista fez isso por meio de uma pregação expositiva e transparente dos mandamentos de Deus, denunciando de forma aberta e enérgica os pecados de seus dias.
Assim, as multidões vieram a João Batista perguntando: “O que devemos fazer então? “ (Lucas 3.10).

5.              O batismo infantil.

Não aceitamos nem praticamos o batismo infantil por não haver exemplo de batismo de crianças nas Escrituras e por não ser o batismo um meio da graça salvadora, ou sinal e selo da aliança, que substitui a circuncisão dos israelitas. Também por não ser possível à criança ter consciência de pecado, condição necessária para que ocorra arrependimento. Sobre a circuncisão, o pensamento cristão bíblico é: “em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl 6.15). Cremos e ensinamos que o batismo é apenas para os que primeiramente se arrependem dos seus pecados e creem em Jesus, sendo também necessário pedir para ser batizado: “Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.36-38). Assim, os candidatos ao batismo precisam exercer o arrependimento e a fé. O Novo Testamento mostra o batismo posterior à fé. Isso é visto no dia de Pentecostes e na campanha evangelística de Filipe em Samaria: “como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres” (At 8.12). Esses fatos não deixam margem para o batismo infantil. Por nascerem (as crianças) com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus. Já vimos que a função do batismo nas águas é para arrependimento e remissão de pecados. Têm as crianças consciência de pecado? Vejamos o que diz o Senhor Jesus Cristo:
O povo também estava trazendo criancinhas para que Jesus tocasse nelas. Ao verem isto, os discípulos repreendiam os que as tinham trazido. Mas Jesus chamou a si as crianças e disse: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”. (Lucas 18:15-17)
Jesus dá passe livre as crianças no Reino dos Céus. Os discípulos quiseram impedir sua vinda até o Mestre, mas ele os repreendeu. Ele garante que qualquer que quiser entrar no Reino precisa ser como elas.
Em nenhum momento ele faz menção de que crianças devam ser batizadas. Não indica que elas tenham pecado, pelo contrário ele destaca a pureza delas.
Embora o pecado de Adão tenha manchado toda a humanidade, a culpa pelo pecado só vem após a consciência do pecado, do erro, do certo e do errado.

6.             Conclusão
O batismo é um sacramento da Igreja Cristã, ou seja, indispensável. Estabelecido pelo Senhor Jesus, é o símbolo de confissão pública de fé e arrependimento.
Ele deve ser realizado pela pessoa que entender o princípio da fé e do arrependimento, e que voluntariamente se dispôs a recebê-lo.
Vimos que batizar crianças é única e exclusivamente uma tradição Católica, e não uma orientação bíblica. Seu fundamento é o entendimento pessoal de sua liderança, em fazê-lo.


Referências:www.jesuseabiblia.com/estudos-biblicos/estudo-biblico-sobre-batismo/; Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil -  Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé  - Novembro/2016

sábado, 4 de agosto de 2018

SOBRE A IGREJA



          CREMOS, professamos e ensinamos que a Igreja é a assembleia universal dos santos de todos os lugares e de todas as épocas, cujos nomes estão escritos nos céus: “À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). A Igreja foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Essa pedra é o próprio Cristo: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11), tendo a doutrina dos apóstolos por fundamento e Jesus a principal pedra de esquina: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). Ela, a Igreja, é a coluna e firmeza da verdade. É a comunidade do Senhor. Além de assembleia universal dos crentes em Jesus, o vocábulo “igreja” refere-se a um grupo de crentes em cada localidade geográfica. Ensinamos que a Igreja é una e indivisível: um só corpo, um só Espírito, uma só fé e um só batismo. A Igreja envolve um mistério que não foi revelado no Antigo Testamento, mas que foi manifesto aos santos na nova aliança.
1.    Nomes e títulos.
A palavra “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e era usada para designar “assembleia” ou “ajuntamento” dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega. Temos uma amostra desse conceito no Novo Testamento. A Igreja é um grupo de pessoas chamado por Cristo para fora do mundo a fim de pertencer a Jesus, ter comunhão com Ele e fazer parte da família espiritual de Deus. Há diversos termos no Novo Testamento para descrever a Igreja. Como figuras ou ilustrações, temos “corpo de Cristo”: “o constituiu como cabeça da igreja que é o seu corpo” (Ef 1.22,23) e “povo de Deus”: “e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16). A Igreja também é identificada como noiva de Cristo ou esposa do Cordeiro. Trata-se do mesmo tipo de figura para ilustrar o relacionamento entre Deus e Israel no Antigo Testamento. A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. Há muitos outros termos, como crentes, santos, eleitos, discípulos e cristãos e Caminho.
2.    Seus membros.
A Igreja é formada por todos aqueles que Deus chamou para fora do mundo, tendo sido esses resgatados da vã maneira de viver por intermédio do precioso sangue de Cristo. A verdadeira Igreja é constituída por todos os fiéis remidos de todas as eras e de todos os lugares, formando o corpo místico de Cristo por meio do Espírito Santo, e cada crente salvo é membro desse corpo. A vida cristã não é solitária; pois nenhum membro vive isolado do corpo: “assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm 12.5); “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). A conversão da pessoa leva à comunhão com um grupo de crentes em Jesus. A cabeça da Igreja é Cristo, sendo Ele mesmo o Salvador do corpo e acrescentando ao corpo, ou seja, à Igreja, aqueles que herdam a salvação. Refutamos e repudiamos qualquer outro fundamento da Igreja que não seja Jesus Cristo. Negamos que exista Igreja se Cristo não for glorificado nela e se o Evangelho não for proclamado, crido e obedecido.
3.    Sua eleição.
Deus elegeu a Igreja desde a eternidade, antes da fundação do mundo, segundo a sua presciência. O Senhor estabeleceu um plano de salvação para toda a humanidade: “em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2); pois essa é a sua vontade. Assim como Deus não elegeu uma nação já existente, mas preferiu criar uma nova a partir do patriarca Abraão, o Senhor Jesus Cristo, da mesma forma, criou um novo povo formado por judeus e gentios: “o qual de ambos os povos fez um” (Ef 2.14); “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12.13). A nossa eleição vem de Deus: “sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1 Ts 1.4). Na Igreja de Cristo, judeus e gentios são coerdeiros da salvação em um único corpo.
4.    Igreja atuante e triunfante.
A Igreja atuante é aquela que ainda milita na terra, formada por todos aqueles que seguem a Cristo, lutam contra a carne, o mundo, o Diabo, o pecado e a morte. A Igreja triunfante é constituída dos irmãos que já partiram deste mundo, tendo vencido todos os seus inimigos e que agora estão com o Senhor Jesus. Eles e nós pertencemos à mesma Igreja: “do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome” (Ef 3.15). A Igreja atuante emprega armas espirituais no bom combate: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4). Ela permanece firme nessa batalha contra o mal, e isso vai durar até a vinda de Cristo.
5.    As ordenanças da Igreja.
São duas as ordenanças da Igreja: o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Rejeitamos o termo “sacramento” e usamos a palavra “ordenança”, do latim ordo, “fileira, ordem”. Tanto o batismo em águas como a Ceia do Senhor foram instituídos por Jesus para que fossem observados pela Igreja. Essas ordenanças não transmitem qualquer poder místico ou graça salvífica, mas são um rito simbólico universal e pessoal que apontam para as verdades centrais da fé cristã. O batismo e a Ceia do Senhor não produzem qualquer mudança espiritual em quem deles participa. Esses rituais são de grande valor, pois são ordens diretas de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo submeteu-se ao batismo de João Batista: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu” (Mt 3.14,15). O batismo é um símbolo de nossa união com Cristo e, ao mesmo tempo, a confissão pública dessa união. A Ceia do Senhor é o memorial de sua morte em nosso lugar.
6.    A missão da Igreja.
Entendemos que a função primordial da Igreja é glorificar a Deus: “quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). Isso é feito por meio da adoração, da evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. A Igreja foi eleita para a adoração e louvor da glória de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e que em breve voltará. O evangelho é proclamado a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19 – ARA), “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária. A edificação é realizada por meio do ensino da Palavra nas reuniões apropriadas da Igreja, como o culto de ensino, da escola bíblica dominical. A Igreja também exerce o ministério de socorro e misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e dos necessitados, e não somente dos seus membros, mas também dos não membros. Enquanto membros da Igreja, somos o sal da terra, proporcionando sabor à vida e evitando a putrefação da sociedade ao combatermos o pecado e a corrupção. A Igreja tem o papel de ser a luz do mundo, e essa luz resplandece por meio de nossas boas obras. Ensinamos que, para a consecução da sua missão, o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, e Cristo concedeu líderes para servir à Igreja: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).
           Referência: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, Casa                          Publicadora das Assembleias de Deus, Declaração de Fé Novembro/2016.