sábado, 29 de outubro de 2016

o que significa necromante?




Preliminarmente, ressaltamos, que o capítulo 28 de 1 Samuel, a começar do seu versículo 7 até o 25, foi escrito por uma tes­temunha ocular; logo, por um dos servos de Saul que o acompanhou à necromante: vv.7,8. Freqüentemente, esses servos eram estrangeiros e quase sempre supersticiosos, crentes no erro - razão por que o seu estilo é tão convincente. Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação di­vina, entrou no Cânon assim como os dis­cursos dos amigos de Jó (42.7), as afirma­ções do autor de "debaixo do sol" (Ec 3.19) e a fala da mulher de Tecoa (2 Sm 12.2-21), que são palavras e conceitos mera­mente humanos. A confusão gerada pelo assunto exposto no texto é porque foi ana­lisado o ponto de vista do servo de Saul. Todavia, sobre a questão se Samuel falou ou não com Saul, a Bíblia é bem clara e tem argumentos definidos para desmentir todas e quaisquer afirmações hipotéticas e asseverações parapsicológicas a seu respei­to. Examinaremos alguns desses argumen­tos e veremos a impossibilidade de ter sido Samuel a pessoa com quem falou Saul:1
1.  Argumento gramatical (v.6): "... o Senhor... não lhe respondeu". O verbo hebraico é completo e categórico. Na con­dição que Saul estava, Deus não lhe responderia e não lhe respondeu. O fato é con­firmado pela frase: "... Saul... interrogara e consultara uma necromante e não ao Se­nhor...", 1 Cr 10.13,14.
2.  Argumento exegético: v.6. Nem por Urim - revelação sacerdotal (w.14,18), nem por sonhos - revelação pessoal, nem por profetas - revelação inspiracional da parte de Deus. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar senão por inspiração. E, se não foi o Senhor, não foi Samuel.
3.  Argumento ontológico. Deus se iden­tifica como Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó: Êx 3.15; Mt 22.32. Ne­nhum deles perdeu a sua personalidade e sua integridade. Seria Samuel o único a poluir-se, contra a natureza do seu ser, contra Deus e contra a doutrina que ele mesmo pregara (1 Sm 15.23), quando em vida nunca o fez? Impossível.
4.  Argumento escatológico. O pecado de Samuel tomar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no "seio de Abraão", ten­do recebido uma revelação superior e co­nhecimento mais exato das coisas encober­tas, e não tê-las considerado, nem obedeci­do às ordens de Deus: Lc 16.27-31. Mas Sa­muel nunca desobedeceu a Deus: 1 Sm 12.3,4.
5.  Argumento doutrinário. Consultar os "espíritos familiares" é condenado pela Bíblia inteira. Logo, aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova dou­trina, que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E, além disso, para serem aceitas as afirmações proféti­cas como verdades divinas, é necessário que sejam de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente.
6.  Argumento profético: Dt 18.22. As profecias devem ser julgadas: 1 Co 14.29. E essas do pseudo-Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infun­dadas. Vejamos: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (1 Sm 28.19), mas se suicidou (1 Sm 31.4) e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade: 1 Sm 31.11,13. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever este detalhe; b) não morreram todos os filhos de Saul ("... tu e teus filhos", 1 Sm 28.19) como insipua essa ou­tra profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2 Sm 2.8-10), Armoni e Mefibosete: 2 Sm 21.8. Apenas três morreram, como anotam clara e objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31.26 e 1 Cr 10.2-6; c) Saul não morreu no dia seguinte ("... amanhã... estareis co­migo", 1 Sm 28.19). Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cer­ca de dezoito dias depois: 1 Sm 30.1,10,13,17; 2 Sm 1.13. Afirmar que a pa­lavra hebraica "mahar" (amanhã), aqui, é de sentido indefinido, é torcer o hebraico e a sua exegese, pois todos vão morrer mes­mo, em "algum dia" no futuro, isto não é novidade; d) Saul não foi para o mesmo lugar que Samuel ("... estareis comigo", 1 Sm 28.19). Outra profecia inverossímil: interpretar o "comigo" por simples "além" (Sheol), é tergiversar. Samuel estava no "seio de Abraão", sentia isso e sabia a diferença que existe entre um salvo e um per­dido. Jesus também o sabia, e não disse ao ladrão que estava na cruz: "Hoje estarás comigo no além (Sheol)", mas sim no "Paraíso". Logo, Samuel não podia ter dito a Saul que este estaria no mesmo lugar que ele: no "seio de Abraão". Porque com o ato abominável e reprovado de Saul em con­sultar uma feiticeira e não ao Senhor, foi completamente anulada a sua possibilida­de de ir para o mesmo lugar de Samuel - o "seio de Abraão".
Ainda notamos este absurdo, analisan­do a palavra "médium" (heb), que é traduzida em outras versões por "espírito adivinhador" ou "espírito familiar" e no texto grego (LXX) por "engastrimuthos", que significa ventríloquo, isto é, um de fala diferente, palavra que indica a espécie de pessoa usada por um desses espíritos.
Assim concluímos que:
• Não foi Samuel quem apareceu e fa­lou com Saul, mas sim um espírito de­moníaco.
• Nenhum morto por invocação huma­na pode aparecer ou falar com alguém, e quanto mais Samuel.
• Todas as predições do pseudo-Samuel estavam deturpadas. Nada se cumpriu. Isto é um verdadeiro contra-senso, visto que, Samuel quando em vida, "nenhuma só das suas palavras caiu por terra". 1 Sm 3.19.
• Quem pratica tais coisas, a saber, in­voca os mortos, consulta necromantes, es­tá sendo logrado pelas artimanhas de Satanás.
• Deus é Deus dos vivos e não dos mor­tos: Mt 22.32. Assim, aqueles que invocam os mortos estão indo de encontro a essa lei básica e bíblica.
• Não existe, portanto, neste trecho ne­nhuma similaridade ou abertura para supostos fundamentos de doutrinas heréti­cas. Ademais, todos esses argumentos pro­vam categoricamente a impossibilidade de tais pensamentos. A Bíblia é a verdade
Biografia: A biblia responde - edição CPAD.


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Comentário de John Gill: Apocalipse 4:6



Comentário de John Gill: Apocalipse 4:6

E diante do trono havia um mar de vidro como cristal,... Cujo significado é, não os céus, nem as almas do benditos ali, nem a multidão dos anjos santos, nem os primeiros convertidos aos Cristianismo em Jerusalém; pois aqueles que obtém a vitória sobre a besta são mencionados como estando sobre o mar, Ap 15:2, cujos significados, especialmente os três últimos, não serão admitidos de forma alguma. Alguns entendem com isso o mundo, que pode ser comparado a um “mar”, pela multidão das pessoas nele, assim como muitas águas nesse livro significa pessoas e nações, Ap. 17:15; e a um mar de vidro, que é frágil, pois a fragilidade e transitoriedade do mundo, os homens e as coisas do mundo; e a  um “cristal” claro, porque todas as coisas nele são abertas e manifestas ao olho onisciente de Deus; mas o mundo, e os homens nele, que não é normalmente comparado a um mar quieto, como esse é, mas um turbulento e balançado pelos ventos e tempestades, cujas águas lançam lama e sujeira, Isa 57:20. Outros acreditam que a ordenança do batismo é o significado aqui, do qual o mar Vermelho, por onde os Israelitas passaram debaixo da nuvem, era um emblema; e que pode ser comparado a um “mar de vidro”, pela sua transparência, claramente expressando os sofrimentos, enterro e ressurreição de Cristo; e ao cristal, devido a sua pureza; tudo isso pela sua natureza clara, como conduz ao sangue de Cristo; e estando diante do trono pode denotar o caminho de entrada no Evangelho da Igreja. Outros acreditam que signifique o sangue de Cristo, em alusão ao mar de bronze no tabernáculo, que foi feito os espelhos trazidos pelas mulheres, e para os sacerdotes se lavarem antes que eles entrassem em suas atividades, Ex 30:18, e o mar de fundição do Templo, que era usado com o mesmo propósito, 1Rs 7:23. O sangue de Cristo é a fonte aberta para a lavagem do pecado, e pode ser comparado a um mar pela sua eficácia abundante em purificar de todo pecado; e é isso que abre caminho para o trono e para Aquele que está sentado no mesmo; e é um privilégio especial desfrutado por aqueles que vão ao Monte Sião, ou em uma Igreja do Evangelho; há sempre essa pia para se lavar suas vestimentas para fazê-las brancas: embora esse mar, sendo de vidro, não parece ser designado para se lavar nela; E, portanto, eu acredito que isso significa o Evangelho, comparado a um “mar” devido as coisas profundas de Deus e os mistérios da graça que estão nele; a um mar de “vidro”, pois ele é contemplado, como em um espelho, a glória do Senhor, de Sua pessoa, ofício, e justiça, bem como muitas outras coisas maravilhosas; e a um como “cristal”, pela sua clareza, perspicácia e evidência das verdades contidas nela; e a um firme e quieto mar, porque é o Evangelho de paz, amor, graça, e misericórdia e trás paz, alegria e tranqüilidade as mentes atribuladas, quando a lei opera ira: mas não é aqui agitado, espumante, com ondas de ira e fúria, mas bom, estável, sólido e tranqüilo. E é dito como estando diante do trono, onde está o arco-íris do pacto, do qual o Evangelho é uma transcrição; e onde os vinte e quatro anciãos, ou membros das igrejas estão, para o deleite deles e conforto; e onde os sete espíritos de Deus estão, para suprir os homens com os dons para pregar; e onde as quatro criaturas viventes, ou ministros da palavra, têm o lugar deles. Em harmonia com essa forma figurativa de falar, os Judeus chamam (p) a lei, ימא דאוריתא, “o mar da lei”, e “mar da sabedoria”; e freqüentemente dão características aos doutores, por serem muito eruditos בים התלמוד, “no mar do Talmude”, ou “doutrina” (q). A cópia Alexandrina, a edição Complutense, a Vulgata Latina e a versão Siríaca, leem “havia um mar de vidro”, de alguma forma que parecia um. A palavra “vidro” é omitida na versão Etíope, mas muito apropriadamente é assim descrito, a cor do mar sendo, às vezes, verde como do vidro.

E no meio do trono, e ao redor do trono, havia quatro bestas;... Ou  “criatura vivente”, como a palavra pode ser melhor vertida, de acordo com Ez 1:5, cuja referência é dada aqui; e por quem significa não os anjos, embora haja muitas coisas que se harmonize com eles; eles são mencionados como os “quatro espíritos” dos céus, dos quais procedem diante do Senhor de toda a terra, Zac 6:5. Eles podem ser corretamente chamados de criaturas viventes, visto que eles vivem uma vida muito feliz nos céus; a posição deles é diante do trono, e na presença de Deus; e eles sendo assim assíduos, diligentes, e atentos em fazer a vontade de Deus, podendo isso ser representado por eles serem “cheios de olhos atrás, e na frente, e dentro”; a força deles podendo ser apropriadamente expresso pelo “leão”; a perseverança deles no serviço de Deus, pelo "boi": a sabedoria deles, prudência, e conhecimento, pela “face de um homem”; e a prontidão deles em obedecer a ordem divina pela “águia alada”; o número de asas deles harmonizando-se com a dos serafins em Isa 6:2; para a qual a alusão parece ser; e o trabalho deles, em atribuir continuamente a glória a Deus, se harmoniza com eles: para o qual pode ser acrescentado, que os Judeus frequentemente falam de quatro anjos, סביב לכסאו, “ao redor de Seu trono”, ou seja, do trono de Deus; cujos nomes são Miguel, Gabriel, Uriel, e Rafael; os três primeiros eles colocam dessa forma, Miguel à sua mão direita, Uriel à sua esquerda, e Gabriel diante dele. Às vezes, Miguel à sua direita, Gabriel à sua esquerda, Uriel  diante dEle, e Rafael atrás dele, e o santo e bendito Deus no meio; e eles são expressamente chamados (s) por eles as quatro criaturas viventes, querendo dizer as da visão de Ezequiel; e eles fazem menção da inteligente criatura vivente que estão סחרין לכרסיא, “ao redor do trono” (t). Apesar de tudo isso, os anjos são podem ser referidos aqui, pois essas quatro criaturas viventes são mencionadas como redimidos  pelo sangue de Cristo, e são distinguidos dos anjos em Ap 5:8; nem são os quatro Evangelhos, com os quatro evangelistas aqui o significado; pois qualquer harmonia que possa ser fantasiada entre esses, e a semelhança com as criaturas viventes; como Mateus que pode significar a criatura que tem a face de homem, porque ele inicia o evangelho com a genealogia de Cristo, como homem; e Marcos pelo leão; porque ele inicia seu Evangelho com a voz de alguém clamando no ermo; e Lucas pelo boi, porque ele inicia seu evangelho com o relato de Zacarias, o sacerdote, oferecendo no templo; e João pela águia, porque ele inicia o seu evangelho de uma forma bem especial, com a própria divindade de Cristo: e com qualquer verdade que possa ser dita desses que eles estão cheios de luz divina e conhecimento, e rapidamente espalhado no mundo, e continuamente dão glória a Deus; ainda, não pode ser dito deles, com qualquer propriedade, como é dito dessas quatro criaturas viventes, que eles se ajoelham diante de Deus, e o adoram, e são redimidos pelo sangue do cordeiro; além disso, esses quatro são representados como chamando João no inícios dos quatro selos para vir e ver o que estava para acontecer; e um deles é dito como dando aos sete anjos um tigela com a ira de Deus para despejar, Ap 5:8, para o qual pode ser acrescentado que esse sentido pode ser sustentado de forma inconveniente, visto fazer de João uma das quatro criaturas: nem são particularmente quatro apóstolos, como Pedro, João, Paulo e Barnabé, como outros pensam; nem a igreja apostólica pura, pois a igreja é representada pelos vinte e quatro anciãos e essas quatro criaturas são diferenciadas  dos cento e quarenta e quatro mil no Monte Sião em Ap 14:1. Dr. Goodwin tem um pensamento muito ingênuo sobre essas palavras; ele acha que essas quatro criaturas viventes se referem a quatro oficiais na igreja Cristã, o ancião presidente, o pastor, o diácono, e o instrutor; o ancião presidente pelo “leão”, que precisa de coragem para ligar com homens em caso de pecados; o pastor pelo “boi”, por sua laboriosidade ao pisar o grão; o diácono pelo que tem a “face de um homem”; para que ele possa demonstrar misericórdia e piedade pelo pobre,como é o coração do homem; e o instrutor pela “águia alada”, que é rápida para encontrar erros, e investigar os mistérios: mas, então, pode ser observado, de que não há tal oficial como ancião presidente na igreja, distinto do pastor; e que o pastor e o instrutor são um, de forma que há apenas dois oficiais na igreja, o pastor e o diácono; veja FL 1:1; do qual pode ser acrescentado que as quatro criaturas viventes estão todas na mesma situação, e são igualmente cheias de olhos, e têm o mesmo número de olhos, e têm o mesmo número de asas, e são empregados no mesmo trabalho; tudo isso não pode ser dito também dos oficiais na igreja. Por essas quatro criaturas viventes, eu entendo, são os ministros do Evangelho no geral, nas eras sucessivas da igreja, e a quem todas as características bem se harmonizam. E embora não possa ser achado em todo mundo, pelo menos uma coisa em todos eles, ainda são um, e neles todos considerados. Eles são mencionados como sendo “quatro”, sendo poucos em número do que os membros das igrejas, que são significados pelos vinte e quatro anciãos, e ainda um número suficiente; e em alusão aos quatro padrões do acampamento de Israel no ermo, a qual parece haver alguma referência ao inteiro relato: como o tabernáculo era colocado no meio, assim o trono de Deus aqui; assim como os sacerdotes e os Levitas estavam ao redor dele, assim os vinte e quatro anciãos aqui; e havia sete lâmpadas com os candelabros no tabernáculo, queimando continuamente, de forma que há sete espíritos aqui diante do trono; e havia quatro príncipes, que eram os sustentadores das colunas, colocadas nos quatro cantos do acampamento, assim aqui quatro criaturas, ou ministros da palavra, que são sustentadores das colunas da verdade: a coluna de Judá, com Issacar e Zebulão com ele, estava no Leste do Tabernáculo, e Efraim, de Manassés e Benjamim, no oeste; Rúben, com Simeão e Gade, ao sul, e Dan, com Asher e Naftali , no norte, e os escritores judaicos dizem, que a coluna de Judá era a figura de um leão, na figura de Efraim, de um boi, a figura de Rubem o de um homem, e na figura de Dan a de uma águia; e para a qual os quatro seres viventes são comparados aqui. E este número “quatro” pode ser o bastante mencionado, no que diz respeito às quatro partes do mundo, e os cantos da terra, onde os ministros do Evangelho, são enviados a pregar, e para onde sua comissão deve atingir; havendo dos eleitos de Deus em todas as partes a serem recolhidos pelo ministério deles, e eles podem muito bem ser chamado de “criaturas vivas”, porque eles estão vivos em si, sendo vivificados pelo Espírito de Deus, ou de outra forma não seriam aptas para o trabalho e porque o seu trabalho exige vivacidade no exercício da graça, e fervor no cumprimento do dever: e porque eles são um meio na mão de Deus de vivificar os pecadores mortos, e de reviver santos caídos pela palavra da vida, que eles discorrem: a situação dos quatro seres viventes concorda com eles, que estão a ser dito, tanto no meio, e ao redor do trono, e assim estavam mais próximos a Ele do que os vinte e quatro anciãos, que estavam entre eles e, como os ministros do Evangelho são definidos em primeiro lugar na igreja, tem proximidade com Deus, e muito de Sua presença, que é particularmente lhes prometido, ficar entre Deus e o povo, e receber um e comunicar outro, e levar à adoração de Deus, como estes quatro fazem; ver Ap 4:9. E estes devem ser dito:

Cheio de olhos;... De luz espiritual, e conhecimento evangélico, e têm necessidade de que todos os olhos possam  olhar para as Escrituras da verdade, a buscar e descobrir o sentido e o significado dos mesmos; vigiar o rebanho que eles tomaram;por supervisão; ao olhar para si mesmos, a sua doutrina e a sua conduta, a espiar os inimigos e perigos, e dar conhecimento dos mesmos para as igrejas, a olhar para Deus sobre o trono, e ao Cordeiro, no meio, para novos suprimentos de dons e graça, e para ver a ele, que todas as suas ministrações tendem para a glória de Deus, a honra de um Redentor, e para o bem das almas. E tinham os olhos


Na frente e atrás;... “Na frente” deles, para olhar para a palavra de Deus, e as coisas no fundo, o que continuamente se encontra diante de si, e para as coisas que ainda estão por vir relacionadas com o Reino e a Igreja de Cristo, e “atrás” deles, para observar como todos os sacrifícios e os tipos, as previsões e promessas, tiveram a sua realização em Cristo; eles têm os olhos diante de si para a atenção sobre a igreja que está no meio, e que é o rebanho que está diante deles, e os olhos para trás, para os proteger contra Satanás e seus emissários, os falsos mestres, que, por vezes, às escondidas e em segredo, vem sobre eles, pois eles têm os olhos, na frente deles, para olhar para Aquele que está sentado no trono, a quem está a dependência deles, e de quem são as suas expectativas, e eles têm os olhos por trás deles, para olhar para os vinte e quatro anciãos, os membros das igrejas, a quem eles ministram.


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Notas
(p) Zohar em Numb. fol. 90. 3; 92. 1; em Lev. fol. 24. 3; em Deut. fol. 118. 4. Tikkune Zohar apud Rittangel. not. em Jetzira, p. 133, 134.
(q) Ganz. Tzemach David, par. 1. fol. 46. 2; 47. 1, 2.
(r) Bemidbar Rabba, sect 2. fol. 179. 1. Vid. Pirke Eliezer, c. 4.
(s) Zohar em Numb. fol. 91. 3.
(t) Raya Mehimna em Zohar em ib. fol. 95. 4.
(u) Aben Ezra em Numb. ii. 2.


Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible de Dr. John Gill (1690-1771)

 

Qual o significado "Mar de Vidro "



De todas as visões do Apocalipse, esta se destaca pela beleza indescritível.  Certamente o apóstolo João procurava palavras para explicar o que viu comparando com algo que já conhecia para que os leitores pudessem entender. Por isso o livro é tão cheio de simbolismos. Mesmo assim, tudo que foi mostrado para João é muito superior ao que conseguiu demonstrar. João estava encarcerado pelos homens, mas era livre para estar na presença de Deus.

A primeira coisa vista pelo apóstolo João foi “uma porta aberta no céu” (v.1). Em seguida ouviu a mesma voz Divina, que já conhecia, chamando-o para subir até o céu e ver o futuro que Deus mostraria.

O simbolismo desta visão:

-Porta aberta: representa Jesus que é a porta da salvação (João 10.9) que ainda está aberta a todos que queiram entrar.

-Voz como de trombeta: a voz de Deus que já falara com João deste o começo da revelação (Apocalipse 1.10) é forte como um toque de trombeta.

-A mensagem: um convite a subir e ver o que irá acontecer.

A porta do céu está aberta pra você!

      Quando foi levado até a porta, João viu “um trono e no trono alguém assentado” com semelhança da beleza de pedras preciosas. Na verdade estava contemplando Deus em seu trono celestial e sua esplendorosa beleza.

A aparência do trono ao redor:

 -Arco-íris: era o reflexo da glória de Deus ao redor de seu trono, como o que foi visto pelo profeta Ezequiel quando viu o mesmo trono de Deus e havia ao seu redor( EZ 1:28 ).                        

Este arco representa a Aliança de Deus com a humanidade (Gênesis 9.13,16) que reflete seu amor diante de sua presença.

-Relâmpagos, vozes e trovões: representam a ira de Deus e seu poder, com brilho, calor, energia e rapidez em executar seu juízo, por isso “do trono saem relâmpagos, vozes e trovões” (Apocalipse 4.5). As vozes são as sentenças do julgamento final assim como o Senhor se manifestava diante de seu povo no monte Sinai (Êxodo 19.16-19).

-Mar de vidro: um local especial e grandioso onde estarão as almas dos vencedores (Apocalipse 15.2). O profeta Ezequiel também viu “algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante” (Ezequiel 1.22). Sendo assim, o mar representa os povos de toda a terra, pois todos os continentes são banhados pelo oceano. O vidro ou cristal indica a transparência quando todas as coisas serão esclarecidas diante de todas as pessoas. .  Outra corrente teológica sobre mar de vidro (Ap 4.2,6). João viu um trono, posto ou armado no céu. Isto fala do trono do juízo instalado para o julgamento. João foi convidado para assistir do céu ao julgamento da terra e de seus habitantes. Do trono saíam relâmpagos e trovões, que falam da iminência dos juízos Divinos  sobre a Terra; e vozes, que aludem à pregação fervorosa e urgente que os agentes de Deus fazem aos pecadores para advertidos sobre a proximidade daquele Dia. Ao redor do trono João viu o arco celeste que continua lá para mostrar que a promessa de não destruir mais a terra é tão firme como o próprio trono daquele que prometeu. Diante do trono, João viu um como mar de vidro e cristal. O mar, na Bíblia, representa a multidão de povos e nações. Vidro e cristal falam da transparência da fragilidade   delas diante do     Todo-Poderoso; falam, também, da calmaria e paz aparentes que reinarão na Terra nos dias imediatamente anteriores aos juízos de Deus (Ap 61,2). Mar de vidro, semelhante ao cristal: O Deus imortal “habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6:16), separado dos outros por um mar de vidro. No Velho Testamento, os sacerdotes tinham de se lavar no mar de fundição antes de chegar perto de Deus com os sacrifícios (2 Crônicas 4:1-6), assim sugerindo a importância da santificação. Deus é santo, separado de suas criaturas. Mas, na imagem de comunhão perfeita com os vitoriosos no final do livro, “o mar já não existe” (21:1).

 

 

Diante do trono de Deus é um lugar de sua Aliança de amor [arco-íris], mas também de sua justiça [relâmpagos], para de todas as pessoas [mar de vidro]. Também estão ali os vinte e quatro tronos (v.4), as sete tochas (v.5) e os quatro seres viventes (v.6-8) que serão descritos a seguir.

Muito se discute sobre a identidade dos vinte e quatro anciãos. Mas é certo que não são seres celestiais e sim homens, porque sempre estão descritos de maneira diferenciada dos anjos e dos querubins (Apocalipse 5.5,8 e 11). O termo ancião se refere a homens sábios que representavam o povo (Atos 5.2 e 20.17). Vinte e quatro Anciãos e Seres viventes.Os vinte e quatro anciãos falavam de todos os que, por terem  sido revestidos das perfeições de Cristo (roupas brancas), venceram a carne, o pecado, o mundo e o Diabo e recompensados com glória e autoridade (coroas de ouro), participam  do governo de Deus (tronos).São  uma representação dos crentes do Antigo e Novo Testamentos. Os seres viventes podem representar a figura da grandeza de Deus. João  menciona várias   vezes esses seres formidáveis, ora adorando, ora trabalhando.  Adoração   e  serviço são inseparáveis no Reino de Deus.

 

-Tronos: estão assentados porque já terminaram sua obra e receberam a recompensa prometida por Jesus de que “ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3.21). Os vinte e quatro tronos são símbolos do poder destes homens que receberam liderança no meio do povo de Deus.

-Vestes brancas: também como recompensa do “vencedor será assim vestido de vestiduras brancas” (Apocalipse 3.5). Simbolizam a santidade (Eclesiastes 9.8), pois “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do cordeiro” (Apocalipse 7.14). Estes homens viverem em consagração a Deus durante sua vida e estavam prontos para servir ao Senhor eternamente.

-Coroas: outra recompensa prometida por Jesus a quem for “fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10). Estas coroas representam o governo humano. Eles se prostram diante do poder de Deus rendendo-se diante da Majestade Divina e entregam suas coroas ao Senhor (Apocalipse 4.10). Podemos entender que os vinte e quatro anciãos simbolizam o sacerdócio que era escalado em número de 24 turnos (I Crônicas 24.1-19). Também se tem entendido que este número é representativo quanto à humanidade em duas alianças, com os doze patriarcas da antiga aliança e os doze apóstolos da nova aliança. O que não pode ser esquecido é sua missão de servir a Deus eternamente e sua atitude de adoração.- Os sete Espíritos de Deus: v.5 “...diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus”.A expressão “sete espíritos de Deus” aparece quatro vezes na Bíblia (Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6). Provavelmente é uma referência ao texto profético de Isaías 11.1 que fala de sete aspectos do Messias.Sete tochas de fogo: são representações do Espírito Santo como fogo (Hebreus 12.29) e a manifestação da presença de Deus em forma de fogo (Êxodo 3.2 e 13.21,22). Também lembram o candelabro que tinha sete pontas e ficava aceso para iluminar o tabernáculo (Êxodo 27.20). O número sete significa perfeição de Deus e quando se refere aos Sete Espíritos de Deus tem o sentido de que o Espírito Santo é perfeito. - Os quatro seres viventes: v.6-8 .Estes são os mesmos seres celestiais que profeta Ezequiel também viu e descreveu (Ezequiel 1.5-13) com a mesma aparência, pois “cada um dos seres viventes tinha quatro rostos” (Ezequiel 10.14), “a forma de seus rostos era como o de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro (Ezequiel 1.10) e são chamados de “querubins” (Ezequiel 10.20). Sua função está clara aqui, mostrando que tinham a tarefa de ministrar louvor diante do trono de Deus. Sempre são os primeiros a proclamar a adoração. A aparência dos quatro seres viventes tem o seguinte simbolismo: -Leão: “o primeiro ser vivente é semelhante a leão” (v.7): representa a realeza e poder, por ser um temível predador. -Boi: “o segundo, semelhante a novilho” (v.7): animal forte, mas pacificador, por isso chamado de novilho. -Homem: “o terceiro tem o rosto como de homem” (v.7): simboliza o conhecimento ou inteligência. -Águia: “o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando” (v.7): aponta para rapidez e visão.-Olhos: “cheios de olhos por diante e por detrás” (v.6) e “estão cheios de olhos, ao redor e por dentro” (v.8): Do mesmo modo Ezequiel também diz que “todo o corpo dos querubins, suas costas, as mãos, as asas e também as rodas que os quatro tinham estavam cheias de olhos ao redor” (Ezequiel 10.12). Estes olhos mostram que podem ver muito além do que é normal. Têm uma visão espiritual muito forte. -Asas: “os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas” (v.8). Estas asas serviam para voar, para cobrir o seu corpo (Ezequiel 1.11,23). Também tinham olhos nas asas (Ezequiel 10.12). Estas asas mostram que eram anjos que se movem com muita rapidez. Os querubins são responsáveis pela adoração no céu. Estão sempre na presença de Deus que “está entronizado acima dos querubins” (Salmos 99.1) por isso foram colocados simbolicamente sobre a Arca da Aliança (Êxodo 37.7-9) e tinham sua imagem representada nas paredes e no véu do santuário (Êxodo 26.31). São defensores da santidade de Deus (Gênesis 3.24). Estes seres viventes nos ensinam que precisamos viver para adorar a Deus em todo tempo e incansavelmente.

-CONCLUSÃO:

A visão do trono de Deus é concluída como um grande culto de adoração, quando os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos louvam ao Senhor Deus. O primeiro cântico ministra quem Deus é (v.8) e o segundo cântico as suas obras (v.11).Se quisermos um dia, comparecer diante do trono de Deus, precisamos viver em adoração ao Senhor. A cada dia devemos entoar um cântico novo ao Senhor e também viver para a sua glória.

  Referências:Visão do Trono de Deus -AUTOR: Pr. Welfany Nolasco Rodrigues

Apocalipse: Revelação do Futuro Glorioso – comentarista: Pastor Orivaldo Aparecido Prattis.