“Portanto, tomai toda a armadura
de Deus, para que possais
resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes”. A
armadura do cristão não é para um
desfile, nem é uniforme de
gala para festas. O inimigo
precisa ser enfrentado. O que é o
“dia mau”? É o dia em que as
forças do mal atacam. Também
é mau por causa da possibilidade
de derrota.
A armadura inteira de Deus
inclui:
1. O
cinturão da verdade. “Estai, pois, firmes, tendo
cingido os vossos lombos com a
verdade”. O cinturão conservava
a armadura no lugar apropriado,
dando força e liberdade
de ação. A verdade se refere aqui
em seu sentido
compreensivo, e significa
honestidade e sinceridade, em
contraste com o fingimento, a
leviandade, a hipocrisia e o
erro, porque estas coisas
dissolvem as forças espirituais e
nos debilitam para a nossa
batalha contra o pecado e o diabo
(cf. Tt 1.2; Jo 8.44). Não pode
haver genuína força de caráter
sem sinceridade e honestidade.
2. A
couraça da justiça.
O
peito desprotegido da nossa
própria justiça não desviará os
dardos malignos do inimigo.
Se, porém, apelamos à justiça de
Cristo, que é imputada
àqueles que nEle crêem, seremos
invulneráveis. Quando
o inimigo sibila: “Veja quão
miseravelmente você fracassou!”,
podemos responder: “É verdade,
mas veja quão
gloriosamente Cristo triunfou”.
Quando ele zomba: “Você
está amaldiçoado com a maldição
da Lei quebrada”, podemos
responder: “Cristo nos redimiu da
maldição da Lei”.
Quando ele insinua: “Depois de
todas as suas aspirações
pela santidade, ainda é um
pecador” , podemos responder:
“Mas o sangue de Jesus Cristo,
seu Filho, nos purifica de
todo o pecado” (ver Ap 12.10,11).
3.
Sapatos de preparação. “Calçados os pés na preparação
do Evangelho da paz” (cf. Is
52.7). Nossos pés devem
ser calçados com a disposição de
enfrentar o inimigo.
A sandália romana tinha pregos
embaixo, a fim de firmar
em terreno escorregadio ou
inclinado. Assim também a
paz de espírito, que é o fruto do
Evangelho, nos conservará
firmes em cada emergência. Nesses
dias de tensões e confusão,
Deus não nos deixará deslizar
para a depressão e
descrença. Estude a experiência
daquele santo homem no
Antigo Testamento cujos pés quase
resvalaram (SI 73).
4. O
escudo da fé. “Com
o qual podereis apagar todos
os dardos inflamados do maligno”.
Nas guerras daqueles
tempos, flechas com pontas de
matérias inflamáveis acesas
eram atiradas para dentro das
cidades, a fim de incendiar
as suas construções. Há coisas
dentro de nós que atraem os
dardos inflamados: desejos,
apetites, paixões e concupiscências
que guerreiam contra a alma e que
só precisam de
um toque de fogo para flamejar
como barris de alcatrão,
produzindo fumaça negra e espessa
que escurece os céus.
Como é que a fé nos protege?
Porque representa a confiança
naquEle que é mais forte que o
diabo e que pode nos
dar poder para conquistar. Por
exemplo, aquele que crê ple-
namente nas promessas contidas em
1 Coríntios 10.13 e
Hebreus 2.18 é grandemente
fortalecido contra a tentação
(cf. Gn 15.1; SI 56.3,4,10,11; Pv 18.10; 2 Co 1.24; 4.16-
18; Hb 6.17,18; 11.24-34; 1 Pe
5.8,9).
5. O
capacete da salvação. Se possuímos conscientemente
a verdadeira salvação e estamos
desfrutando dela,
passaremos sem dano por tentações
que, em outras circunstâncias,
poderiam nos derrubar. A taça
cheia não tem lugar
para veneno. O olho que está
contemplando as distantes
montanhas brancas não vê as
imundícies e frivolidades em
derredor. Aquele que tem as
primícias da felicidade eterna
não as abandonará facilmente para
os prazeres momentâneos
do pecado.
6. A
espada do Espírito.
“E
a espada do Espírito, que é
a palavra de Deus”. As outras
partes da armadura eram
defensivas, essa é usada para o
ataque e a defesa. A Palavra
de Deus é descrita como sendo uma
espada, porque
penetra todos os disfarces do
erro e porque desnuda “as
ciladas do diabo”. Essa arma foi
usada por Cristo durante
a sua grande tentação. E continua
sendo a única arma de
ataque do crente. Seja qual for a
forma da tentação, para
nos levar ao desespero,
descrença, cobiça, orgulho, ódio ou
mundanismo, pode ser destruída e
vencida por um “assim
diz o Senhor”. A
Palavra de Deus tem o propósito de ajudar
na batalha contra o mal, e aquilo
que foi escrito com respeito
ao Messias (Is 49.2) pode ser um
atributo de cada cristão -
“com o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Is
11.4).