quinta-feira, 31 de maio de 2018

SOBRE O ESPÍRITO SANTO



         
        
SOBRE O ESPÍRITO SANTO
         
Introdução
                  
                    CREMOS, professamos e ensinamos que o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e ao Filho: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O Espírito Santo é da mesma substância, da mesma espécie, de mesmo poder e glória do Pai e do Filho, pois é chamado de outro Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). O Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e absolutamente autônomo: “o Espírito que provém de Deus” (1 Co 2.12), como havia declarado o Credo de Atanásio: “Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho incriado, e o Espírito Santo incriado... não há três incriados,... mas um só incriado”. Ele é o Espírito eterno e existe por si mesmo. Ele pertence à mesma essência e substância indivisível e eterna do Pai e do Filho. Os homens e os anjos foram criados e dependem do Criador, mas Ele, o Espírito Santo, não depende de nada, pois Ele é o Senhor: “o Senhor é o Espírito” (2 Co 3.17 – ARA).
1.    Seus nomes e títulos
          O título geral que identifica a terceira Pessoa da Trindade é Espírito Santo, e esse título é um entre tantos concedidos a Ele, tais como: Espírito de Deus, Espírito do Senhor, Espírito de Jesus, Espírito de Cristo, Espírito da Graça, Espírito da Glória, Espírito de Vida, Consolador e Espírito da Verdade. Essa diversidade de nomes e títulos não anula a sua singularidade e unicidade, pelo fato de o Espírito não se manifestar por um único nome, tem na pluralidade de nomes e títulos dados a Ele a diversidade de suas obras no universo: “Pelo seu Espírito ornou os céus” (Jó 26.13); e na criação: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra” (Sl 104.30); e isso não o torna uma emanação ou influência impessoal. Sua personalidade tem um caráter moral e espiritual que se manifesta por meio do falar, do sentir e do realizar alguma coisa.
2.    A deidade do Espírito Santo
          Declaramos e ensinamos a deidade absoluta do Espírito Santo, pois “Espírito Santo” e “Deus” aparecem como nomes intercambiáveis nas Escrituras Sagradas. Isso mostra clara e inconfundivelmente a divindade absoluta do Espírito Santo, pois ambos são da mesma natureza e de uma só substância: “O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3); “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?... Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4); “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). Não se trata de uma doutrina isolada, pois a Bíblia, além de afirmar a deidade do Espírito Santo, também revela os mesmos atributos que são exclusivos de Deus, assim como as mesmas obras de Deus. O Espírito Santo possui os atributos da divindade e realiza as obras de Deus. Os atributos do Espírito Santo não foram agregados nem conferidos, mas pertencem a Ele naturalmente: “porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2.10,11). O Espírito Santo é Deus onipotente, onisciente, onipresente, eterno e criador. São atributos intransferíveis e absolutos. Ele é o Senhor: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17 – ARA). Outra evidência bíblica que prova a deidade do Espírito Santo são as suas obras, as quais são exclusividades de Deus. Jesus foi concebido no ventre de Maria pelo Espírito Santo: “Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18); “apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, mas Ele é chamado de Filho de Deus: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). O Filho foi gerado pelo  Espírito Santo; no entanto, está também escrito que o Filho foi gerado pelo Pai. O Espírito Santo ressuscitou a Jesus; Ele é o autor do novo nascimento: habita nos fiéis, dá a vida eterna, falou pelos profetas e apóstolos, inspirou os santos homens de Deus que escreveram as Escrituras, guia o seu povo, santifica os fiéis e deu missão aos profetas e apóstolos da Bíblia.
3.    O Consolador
          O Senhor Jesus chama o Espírito Santo de o “Consolador”: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito [...]. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim [...]. Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo 14.26; 15.26; 16.7). O termo grego para “Consolador” usado aqui é paráklētos, que significa “defensor, advogado, intercessor, auxiliador”. Aparece como “advogado” quando aplicado ao Senhor Jesus: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1). Essa palavra era usada nas cortes de justiça para denotar um assistente legal, um defensor, um advogado. O Senhor Jesus chamou o Espírito Santo de Paracleto; logo, não pode ser Ele uma força impessoal. O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazê-los lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para dEle testificar. Jesus disse aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, o Paracleto, um como Ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). A palavra “outro” indica aqui alguém da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. O Espírito Santo, portanto, é alguém como Jesus, de mesma substância, glória e poder, como declara o Credo Niceno Constantinopolitano, do ano 381: “Cremos no ESPÍRITO SANTO, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas”.
4.     A personalidade do Espírito Santo
          Cremos e ensinamos que o Espírito Santo é uma pessoa. Sua personalidade está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. A Bíblia revela todos os elementos constitutivos da personalidade do Espírito Santo, como intelecto, emoção e vontade. Outra prova da pessoalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelos seres humanos. Pedro obedeceu ao Espírito Santo. Ananias mentiu ao Espírito Santo: “para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo: “vós sempre resistis ao Espírito Santo” (At 7.51); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo: “a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31); e os cristãos são batizados também em seu nome: “batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O Espírito Santo relaciona-se com os crentes de maneira pessoal, pois somente uma pessoa poderia agir como mestre, consolador, santificador e guia. Cremos e declaramos que o Espírito Santo ensina, fala, guia em toda a verdade, julga, ama, contende, convida e intercede. Ele é Deus, Ele é pessoal.
5.    Os símbolos do Espírito Santo
          Entendemos que os símbolos do Espírito Santo são reflexos das suas múltiplas operações, mas, de maneira alguma, comprometem a sua personalidade e divindade. Os principais símbolos são fogo, água, vento, óleo e pomba. Sua ilustração como fogo mostra o seu papel similar, pois o fogo aquece, ilumina e espalha-se purificando: “este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3.16). Ao ser simbolizado como fogo, não significa que Ele seja desprovido de personalidade; trata-se de uma linguagem figurada. A Bíblia atribui essa mesma figura a Deus-Pai: “porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb 12.29). A água é indispensável à vida. Ela lava, refresca e refrigera, e é isso que o Espírito Santo realiza na vida do crente. Jesus disse: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito” (Jo 7.37-39). A ação do vento é comparada à do Espírito Santo: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo  aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). O vento é invisível aos olhos humanos, assim como é um mistério a obra regeneradora do Espírito Santo. O óleo ou azeite era usado para a luz, a unção e o incensário, elementos apropriados para tipificar o Espírito Santo: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu” (Lc 4.17); “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude” (At 10.38). Finalmente, temos a pomba como um dos símbolos do Espírito Santo. João Batista disse: “e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22). A pomba representa mansidão, brandura, simplicidade, pureza, amor, paz, longanimidade. A expressão “em forma” revela que Ele desceu sobre Jesus numa aparência ou na figura de uma pomba, e não que Ele seja uma pomba.
Referência: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé - Novembro/2016.









sábado, 26 de maio de 2018

SOBRE AS OBRAS DE CRISTO



               Introdução

               CREMOS, professamos e ensinamos que a morte e a ressurreição corporal de Cristo são a viga mestra e o pilar da fé cristã. Esses eventos distinguem o cristianismo de todas as religiões do mundo, pois o seu fundador continua vivo e vive para sempre: “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre” (Ap 1.17,18). Sem a sua morte, não haveria redenção: “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.9). Sem a ressurreição, não haveria esperança para a humanidade: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Co 15.17,18). As obras de Cristo são amplas, mas aqui focamos em sua morte, ressurreição, ascensão ao céu e também nas implicações teológicas de sua morte expiatória e vicária em favor de todos os pecadores.

1.               A morte de Jesus.
               Não se trata apenas da morte de um justo, mas também de um sacrifício como oblação pelos nossos pecados, que Deus propôs e recebeu como propiciação pelas nossas ofensas. O aspecto histórico está nos evangelhos; o doutrinário, em Atos, nas epístolas e em Apocalipse. O primeiro anúncio da vinda do Messias já previa a sua morte: “esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Isso fala sobre seu sofrimento e, também, sobre sua glória. Os detalhes são revelados progressivamente no transcorrer do tempo. O sofrimento e a morte de Jesus foram anunciados de antemão no Antigo Testamento por figuras e tipos, a começar pelo ritual do tabernáculo e, de maneira direta, pelos profetas. O Novo Testamento ressalta o cumprimento dessas profecias.
2.      A morte vicária.
                Morte vicária significa morte substitutiva. Todo o sistema sacrificial do Antigo Testamento fundamenta-se na ideia de substituição, e essa transferência da culpa do pecador para a vítima é simbolizada pela imposição de mãos sobre a cabeça do animal: “E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação” (Lv 1.4). A descrição do cordeiro da Páscoa, desde o êxodo do Egito, aponta para Cristo e o seu sacrifício: “não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso” (Êx 12.46). Isso foi cumprido no Calvário. O cordeiro pascoal foi sacrificado no Egito para a redenção de Israel, em lugar dos primogênitos. Deus feriu os egípcios e livrou os filhos de Israel. Da mesma forma, o Senhor Jesus morreu pelos nossos pecados; Ele é o nosso Cordeiro Pascoal: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7). O caráter da morte substitutiva de Cristo é anunciado de maneira direta desde o Antigo Testamento: “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). A palavra profética continua mais adiante dizendo: “porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12). Jesus via a si mesmo nessa profecia de Isaías. As iniquidades de todos os pecadores foram transferidas para o Servo Sofredor mencionado nesse oráculo de Isaías. Sua morte foi em nosso lugar, Ele morreu por todos, pelos pecados do mundo inteiro. O Senhor Jesus Cristo morreu em favor dos pecadores: “que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). Ao utilizar a expressão “segundo as Escrituras”, Paulo assevera que o sacrifício de Jesus representa a convergência do pensamento exarado no Antigo Testamento. O Senhor Jesus ofereceu-se como sacrifício voluntário, e isso agradou o Pai.
3.      Ressurreição e ascensão de Cristo.
Cremos e ensinamos que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia, “segundo as Escrituras” (1 Co 15.4), e apresentou-se vivo, com muitas e infalíveis provas aos seus discípulos por espaço de 40 dias. A ressurreição de Jesus foi corporal, conforme profetizado no Antigo Testamento, anunciado de antemão pelo próprio Senhor Jesus Cristo, testemunhado pelos apóstolos: “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” (At 2.32). Essa promessa divina cumpriu-se, como testificou o apóstolo Pedro no dia de Pentecostes. Além dos apóstolos, Jesus apareceu a Saulo de Tarso e a Tiago e ainda a mais de 35 500 pessoas. A expressão “segundo as Escrituras” significa que esses acontecimentos estavam no cronograma divino e foram registrados de antemão no Antigo Testamento. A morte e a ressurreição de Jesus são os principais elementos que distinguem o cristianismo de todas as religiões da terra, pois Jesus, o seu fundador, vive para sempre: “havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele” (Rm 6.9). A sua morte vicária seria destituída de significado teológico se ele tivesse permanecido na sepultura. Aquele corpo que foi crucificado não pôde ficar na sepultura. Essa ressurreição significa a glorificação e exaltação de Jesus, a vitória esmagadora sobre Satanás, sobre o pecado, sobre a morte e sobre o Inferno. A morte e a ressurreição de Jesus são o centro da pregação do evangelho. A ascensão vitoriosa de Cristo ao céu é a coroação de seu ministério. Após sua morte e ressurreição, foi elevado ao céu: “e aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu” (Lc 24.51); e assentou-se à direita de Deus, onde se encontra até hoje.
4.      A expiação.
               Cremos que Deus aceitou a morte de seu Filho Jesus Cristo como expiação pelos nossos pecados: “mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb 10.12); “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.24). O termo “expiação” ou o verbo “expiar” refere-se a sacrifício para purificação e perdão dos pecados, mas o significado primário dessa palavra é “cobrir”, cuja ideia é de cobrir com sangue: “porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Esse ritual está no sistema mosaico: “assim, o sacerdote por ela fará expiação dos seus pecados, que pecou, e lhe será perdoado o pecado” (Lv 4.35). Enquanto princípio, é reafirmado no Novo Testamento: “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9.22). Isso é chamado propiciação — o ato que apazigua a ira divina e satisfaz a santidade e a justiça de Deus — resultando no perdão dos pecados. Deus propôs Cristo Jesus para propiciação por meio da fé no seu sangue. Jesus é a propiciação pelos pecados do mundo inteiro. A ira divina é a reação da santidade de Deus ante a pecaminosidade humana. A expiação é o meio para aplacar essa ira. A propiciação é resultado do amor de Deus. Esse amor foi a causa do envio do Filho para propiciação: “Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10).

5.      O valor do sacrifício de Jesus.
               O Senhor Jesus ofereceu um sacrifício perfeito. A vítima do sacrifício foi Ele mesmo: “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29); e não um animal, pois o sangue de animais não era suficiente para pagar tão alto preço. Por isso, Jesus submeteu-se a si mesmo como sacrifício fazendo expiação com o seu próprio sangue por todos os seres humanos: “para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hb 2.9 – ARA). O valor de sua morte é suficiente para salvar todos e cada um dos pecadores. Assim, Ele pôde expiar o pecado do povo: “Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Hb 2.17); “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4.4, 5). Sendo Deus e homem, Jesus não conheceu o pecado, mas fez-se pecado por nós. Assim sendo, o sacrifício de Jesus é de um valor infinito e ilimitado: sua morte pode expiar os pecados da humanidade inteira. A morte de Jesus pôs fim à inimizade entre Deus e a humanidade, e isso é chamado reconciliação. Fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho.

Referência:Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Declaração de Fé Novembro/2016.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

SOBRE A IDENTIDADE DO SENHOR JESUS CRISTO


CREMOS professamos e ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e o único mediador entre Deus e os seres humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5). Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Gerado do Espírito Santo no ventre dela, nasceu e viveu sem pecado: “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15); que foi entregue nas mãos dos pecadores para ser crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre os mortos ao terceiro dia e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de onde intercede por nós e voltará para buscar a sua Igreja.                                                                                                                         
            Nomes e títulos de Jesus. Há dezenas de nomes e títulos de nosso Senhor Jesus Cristo nas Escrituras Sagradas. O nome “Senhor” fala sobre a divindade de Jesus. A Septuaginta, antiga versão grega do Antigo Testamento, traduziu os nomes divinos hebraicos Adonay e Yahweh pelo nome grego Kyrios, que é “Senhor”. Dizer que Jesus é o Senhor significa reconhecer a sua divindade: “e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3). O nome Jesus vem do hebraico Yehoshua ou Yeshua — “Josué”, que significa “Javé é salvação”. A Septuaginta emprega Iesous para ambas as formas. Iesous é o nome do Salvador usado no Novo Testamento grego, que chegou para nossa língua como Jesus. O nome Cristo é a forma grega do hebraico mashiach, “ungido, messias”. Assim, os nomes ou títulos “Messias” e “Cristo” são a mesma coisa: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (Jo 1.41). Jesus é o Salvador Ungido, o único que pode salvar os pecadores: “e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). A humanidade de Cristo.                                                                                                                       
            As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).                                                                            
            A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de Deus” (1 Jo 4.3). A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome EMANUEL. A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus.                                                                                                                                 
            Em sua natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual. A deidade absoluta de Jesus. A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). As Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na pessoa de Jesus. Ele é eterno: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6); onipotente: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8); onipresente: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); e onisciente: “Agora, conhecemos que sabes tudo” (Jo 16.30). As suas obras revelam também a sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas. Ele é a fonte da vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a vida eterna, inspirou também os profetas e apóstolos, distribui os ministérios, santifica os fiéis, deu poder aos apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos, como “Eu Sou”, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores.                                                                                                                           
            O ministério terreno de Jesus.
           
         O propósito da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo ao mundo foi a redenção de todos os pecadores. O seu ministério terreno é dividido pela trilogia: ensinar, pregar e curar. Sua mensagem era exposta com simplicidade, clareza, originalidade e autoridade: “porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.29); seu método ainda hoje impressiona, pois Ele ensinava de modo que nunca houve nem antes e nem depois dEle alguém que fizesse igual: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). Quanto aos milagres, Jesus preocupava-se com a integralidade das pessoas, não só salvando-lhes a alma, mas também curando suas enfermidades: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 8.48). Os milagres operados por Cristo registrados no Novo Testamento revelam que Ele é o Messias de Israel, como também a extensão do domínio do seu poder, mostrando sua autoridade sobre a natureza, sobre o pecado, autoridade para perdoar pecados, sobre a morte, sobre o Diabo com seus agentes e o Inferno, sobre as enfermidades, e nada é impossível para Ele, o qual, a respeito de si mesmo, declarou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).                                                                                                                         
            O significado de “Filho”. O epíteto “Filho de Deus”, em relação ao Senhor Jesus Cristo, significa que Ele é Deus igual ao Pai; trata-se de uma questão de substância ou essência. Isso fica ainda mais claro na expressão “Filho Unigênito”. O significado do termo na língua original revela a divindade de Cristo. O termo usado para “unigênito” no Novo Testamento grego é monogenés, composto por dois vocábulos, monós, “único, só, solitário”, e genós, “raça, cepo, tipo”, e não geneá, “geração”. Entendemos que a palavra reflete a ideia de natureza, caráter, tipo. “Unigênito”, pois, significa o “único da espécie”, “único do tipo”. Jesus é singular, o único Filho de Deus que tem a essência do Pai. O adjetivo “unigênito” transmite a ideia de consubstancialidade; Jesus é tudo quanto Deus é. Disse Jesus: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). A expressão “filho de Deus” com relação ao crente em Jesus designa uma filiação por adoção, individual, algo íntimo, e por isso clamamos: “Aba, Pai”, ou seja, “papai”: “mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15); “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.6); trata-se da relação espiritual de Deus com os seres humanos mediante a fé em Jesus Cristo: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26); “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12).                                          
            Os ofícios de Cristo.                                                                                                         
            O Senhor Jesus Cristo exerceu o chamado munus triplex, “o tríplice ofício”, de profeta, sacerdote e rei. Eram os ofícios mais importantes em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Tudo isso diz respeito às funções que falam sobre revelação, reconciliação e domínio.
            a) Profeta. Os profetas existem desde o princípio do mundo, mas o ministério profético em Israel é instituído com Moisés e Arão. A função do profeta era falar em nome de Deus. O Novo Testamento revela que o próprio Jesus considerava-se profeta, pois Ele mesmo disse: “Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém” (Lc 13.33); e, como tal, Ele foi aclamado diversas vezes pelo povo: “E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa” (Mt 13.57); “E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.11). Todas as atividades registradas nos evangelhos revelam que Ele era verdadeiramente o Profeta. Era o Deus-Homem que quis assumir o ofício de profeta no exercício de seu ministério terreno. Visto que o profeta é a boca de Deus, seu porta-voz que fala em seu nome e prega com autoridade do céu, Jesus, de forma singular, como ninguém, apresentou todos esses requisitos. Ele disse: “A palavra que ouviste não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo 14.24). 30
            b) Sacerdote. O sacerdócio araônico, com todo o sistema de sacrifício, tinha a função de promover uma mediação entre Deus e os filhos de Israel. Na Nova Aliança, no entanto, Deus constituiu o Senhor Jesus o Mediador de toda a humanidade: “por isso, é Mediador de um novo testamento” (Hb 9.15); “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5). O sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto” (Hb 8.6). A santidade de Jesus como homem é única e real, absoluta e perfeita; não se trata, pois, de uma santidade cerimonial, imposta pela lei aos sacerdotes levitas: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26). O próprio Senhor Jesus Cristo apresentou-se como sacrifício pelos pecados de toda a humanidade, e, além disso, esse sacrifício foi único, perfeito e com validade eterna, resolvendo, assim, para sempre, o problema do pecador: “mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb 10.12). O sacrifício de Cristo soluciona objetivamente os efeitos do pecado na vida daquele que crê no sacrifício vicário do calvário e responde afirmativamente à oferta da graça de Deus, Cristo, recebendo-o como seu único e suficiente Salvador.
             c) Rei. O Senhor Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores: “E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16). Os grandes reis e impérios da história vieram e já se foram, mas o reinado de Cristo é para sempre, pois o seu Reino não terá fim. O título messiânico, “Filho de Davi”, foi-lhe conferido por Deus e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento como resultado da promessa divina feita ao rei Davi, de estabelecer seu trono para sempre. “[...] que nasceu da descendência de Davi, segundo a carne” (Rm 1.3). A promessa de Deus sobre o Messias ser da linhagem de Davi era muito popular em Israel. Nesse contexto, Ele foi aclamado pelo povo quando entrou em Jerusalém, montado num jumento: “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt 21.9). O Senhor Jesus tinha consciência da sua filiação davídica e, em mais de uma ocasião, Ele aceitou esse título, o qual lhe confere o direito ao trono de Davi como seu herdeiro legítimo: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32,33).
           
            Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus- Declaração de Fé- Novembro/2016


sábado, 12 de maio de 2018

SOBRE A TRINDADE


CREMOS, professamos e ensinamos o monoteísmo bíblico, que Deus é uno em essência ou substância, indivisível em natureza e que subsiste eternamente em três pessoas — o Pai, o Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e majestade e distintas em função, manifestação e aspecto: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
               As Escrituras Sagradas claramente revelam que a Trindade é real e verdadeira. Uma só essência, substância, em três pessoas. Cada pessoa da santíssima Trindade possui todos os atributos divinos — onipotência, 1 onisciência, 2 onipresença, 3 soberania 4 e eternidade.
               A Bíblia chama textualmente de Deus cada uma delas; as Escrituras Sagradas, no entanto, afirmam que há um só Deus e que Deus é um: “Todavia para nós há um só Deus” (1 Co 8.6); “mas Deus é um” (Gl 3.20); “um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.6).
               A unidade de Deus não contradiz a doutrina da Trindade porque Deus não é uma unidade absoluta, e sim uma unidade composta e dinâmica. Seu relacionamento com o Filho e o Espírito Santo é desde a eternidade. O nome Elohim, plural de Eloah, “Deus” em hebraico, revela os primeiros vislumbres da Trindade no Antigo Testamento. É o nome que aparece na declaração: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo “criou” está no singular, e o sujeito Elohim, “Deus”, no plural, o que revela uma pluralidade na deidade.
               Além disso, o monoteísmo do Antigo Testamento não é absoluto e permite a pluralidade na unidade: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua” (Gn 11.7). Essa pluralidade na unidade é vista também no profeta Isaías: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is 6.8).
               Mas o Novo Testamento tornou explícito o que antes estava implícito no Antigo Testamento, mostrando clara e diretamente as três pessoas associadas em unidade e igualdade, como a fórmula batismal em Mateus 28.19 e em outras passagens: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Co 12.4- 6); e na bênção apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!” (2 Co 13.13).
                Essa unidade de natureza reaparece mais adiante: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.4-6); e na obra da redenção: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1.2). Assim, o que estava implícito no Antigo Testamento é revelado explicitamente no Novo Testamento e fica confirmado que a pluralidade na divindade é tríplice, como Jesus deixou claro ao ordenar o batismo “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). 2. Negação ao unicismo, unitarismo e triteísmo. Negamos o unicismo sabelianista e moderno, ou seja, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam três modos de uma mesma pessoa divina, porque está escrito que as três pessoas são distintas. Negamos também o unitarismo, pois essa doutrina afirma que somente o Pai é Deus, negando, assim, a divindade do Filho e do Espírito Santo, ao passo que as Escrituras Sagradas ensinam a divindade do Filho e do Espírito Santo. Também negamos o triteísmo, ou seja, que existam três deuses separados, pois a Bíblia revela a existência de um único Deus verdadeiro: “há um só Deus e que não há outro além dele” (Mc 12.32); “todavia, para nós há um só Deus” (1 Co 8.6). Essa doutrina monoteísta tem implicação para a salvação: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Cremos que a doutrina da santíssima Trindade é uma verdade bíblica, conforme definida no Credo de Atanásio: “A fé universal é esta: que adoremos um Deus em trindade, e trindade em unidade; não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância”. Os triteístas acreditam em mais de um Deus, os unicistas confundem as pessoas, e os unitaristas separam a substância. São crenças inadequadas que estão em desacordo com a fé cristã bíblica e histórica, razão pela qual nós as  rejeitamos.
               Há um só Deus que subsiste em três pessoas distintas, definidas e identificadas com a mesma natureza divina. A função das três Pessoas da Trindade. É possível um membro da Trindade subordinar-se voluntariamente a um ou aos dois outros membros, mas isso não significa ser inferior em essência. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade, e nenhuma das três Pessoas está sujeita, por natureza, à outra, como se houvesse uma hierarquia divina. Existe, sim, uma distinção de serviço. O Pai possui a mesma essência divina das demais pessoas da Trindade. O Filho é gerado do Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. A paternidade é o papel da primeira pessoa da Trindade que opera por meio do Filho e por meio do Espírito Santo. O Pai proclamou as palavras criadoras, e o Filho executou-as. O Pai planejou a redenção, e o Filho, ao ser enviado ao mundo, realizou-a. Quando o Filho retornou ao céu, o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho para ser o Consolador e Ensinador.
               A subordinação do Filho não compromete a sua deidade absoluta e, da mesma forma, a subordinação do Espírito Santo ao ministério do Filho e ao Pai não é sinônimo de inferioridade. Quando o Senhor Jesus disse: “o Pai é maior do que eu” (Jo 14.28) — pois Ele fez-se servo, como consequência da encarnação — não quis dizer, com essa declaração, que se tornou, em substância, menor que o Pai, e sim que se subordinou funcionalmente à vontade do Pai: “porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou” (Jo 5.30); “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38); “Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9). A submissão do Filho foi uma condição voluntária para o seu messiado: “também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15.28). Isso não compromete a deidade absoluta do Filho: “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), nem a igualdade de essência e de substância das três Pessoas da Trindade.
               O Pai já é identificado como Deus com abundante frequência nas Escrituras: “porque a este o Pai, Deus, o selou” (Jo 6.27); “e por Deus Pai [...] da parte de Deus Pai” (Gl 1.1,3). O Pai possui a mesma essência divina das demais pessoas da Trindade. Isso está mais do que evidente na fórmula batismal: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). 5. O Deus Filho. O Senhor Jesus Cristo é, desde a eternidade, o único Filho de Deus e possui a mesma natureza do Pai, como afirmam os credos: “consubstancial com o Pai”, em grego, homooúsion to patrí, que significa “da mesma substância com o Pai”, qualifica a unidade de essência do Pai e do Filho. Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Ele é a segunda pessoa da Trindade e que foi enviado pelo Pai ao mundo.
                Ensinamos que o Filho se fez carne, possuindo agora duas naturezas, a divina e a humana, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Acreditamos em sua concepção sem pecado no ventre da virgem Maria. Negamos que tenha sido criado ou passado a existir somente depois que foi gerado por obra do Espírito Santo. Confessamos que o Filho é autoexistente: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26); “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58), que voluntariamente se sujeita ao Pai. Que, em obediência ao plano do Pai, morreu e ressuscitou para que o mundo fosse salvo. Que, vitorioso, ascendeu ao céu, assentando-se à direita de Deus Pai. Que o Filho é o único mediador entre Deus e os seres humanos, o propiciador, o único salvador, o nosso sumo sacerdote e intercessor.
               O Deus Espírito Santo possui a mesma essência do Deus Pai e do Deus Filho; Ele é a terceira pessoa da Trindade e foi enviado ao mundo pelo Pai e pelo Filho; Ele é “o Espírito que provém de Deus” (1 Co 2.12) e penetra até as profundezas de Deus. Negamos que o Espírito Santo seja apenas um atributo da divindade porque Ele é Deus e Senhor. A obra do Espírito Santo é dar prosseguimento ao plano de salvação idealizado por Deus Pai e executado pelo Deus Filho. Ensinamos que o Espírito Santo possui o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher e que é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Quem concede a segurança da redenção e capacita o salvo para o serviço cristão; que guia, dirige e conduz o povo  de Deus; quem inspirou os profetas e apóstolos bíblicos, reparte os dons espirituais e produz nas pessoas as virtudes que refletem o caráter de Deus, denominado fruto do Espírito: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22,23).
               1 Onipotência: o Pai – “E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Ef 1.19); o Filho – “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8); o Espírito Santo – “pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo” (Rm 15.19).
               2 Onisciência: o Pai – “SENHOR, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces” (Sl 139.1-4); o Filho – “Agora, conhecemos que sabes tudo e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso, cremos que saíste de Deus” (Jo 16.30); o Espírito Santo – “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2.10,11).
               3 Onipresença: o Pai – “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hb 4.13); o Filho – “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20); o Espírito Santo – “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Sl 139.7-10).
               4 Soberania: o Pai - “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13); o Filho – “acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Ef 1.21); o Espírito Santo – “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17 – Versão Almeida Atualizada).
               5 Eternidade: o Pai – “O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade” (Sl 93.2); o Filho – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6); o Espírito Santo – “quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).

Referencia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé - Novembro/2016.

sábado, 5 de maio de 2018

Quem é Deus!


1. Introdução                                                                                                             

Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11).
CREMOS, professamos e ensinamos que Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra: “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu” (Is 45.18); que Ele é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: “[...] para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31); que Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33.4); que Ele é o único Deus verdadeiro:1 “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3) e não há outro além dEle: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus [...] que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro” (Is 45.5,6). Ele é identificado na Bíblia como Deus: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai” (Gn 46.3), Deus Altíssimo2 e Deus Todo-poderoso,3 Jeová4 e Senhor,5 além de outros nomes. Deus é um ser pessoal, que possui atributos naturais, morais e de poder, qualidades e virtudes que lhe são próprias.

2. Sobre os atributos naturais. Deus é espírito: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Ele é eterno, nunca teve começo, princípio e nunca terá fim: “O Deus eterno te seja por habitação, e por baixo de ti estejam os braços eternos” (Dt 33.27), pois Ele existe por si mesmo: “como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26). Deus mesmo disse: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). De eternidade a eternidade, Ele é Deus desde antes da fundação do mundo6 e subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Deus é invisível. Espírito não se compõe de matéria, não tem carne nem osso,7 pois é substância imaterial e invisível. “O qual é imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Nenhum ser humano o viu nem o pode ver.8 Ele é imutável: “Porque eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3.6); é o mesmo desde a eternidade. É um ser transcendente (fora da criação)e imanente (relaciona-se com a criação), além de infinito: “Grande é o nosso SENHOR e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Sl 147.5). Deus é um ser pessoal. Ele tem consciência de si mesmo e possui poder de autodeterminação. A Bíblia mostra que em Deus há os elementos constitutivos da personalidade, como intelecto, emoção e vontade, além dos atributos como alguém que fala: “E disse Deus” (Gn 1.3); vê: “E viu Deus que era boa a luz” (Gn 1.4); e ouve: “etenho ouvido o seu clamor” (Êx 3.7).

3. Sobre os atributos morais. Deus é amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4.8). Ele é incomparável em santidade; nenhum outro atributo divino é tão solenizado nas Escrituras como esse: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti” (1 Sm 2.2). Incomparável é, ainda, em verdade e fidelidade, em justiça e amor, em bondade, benignidade, misericórdia e graça.

4. Sobre os atributos de poder. As perfeições exclusivas de Deus, como a onipotência, a onisciência e a onipresença, são elementos que comprovam a sua grandeza é infinitude. Deus é onipotente; Ele é o Deus Todo-poderoso: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37). O poder de Deus é ilimitado, não há coisa alguma impossível para Ele. A sua vontade, porém, é determinada por sua natureza santa e justa, pois Ele não pode ver o mal e nem praticá-lo: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar” (Hc 1.13); nem pode mentir: “a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2). A onisciência é o conhecimento pleno de todas as coisas necessárias ou contingentes que acontecem, aconteceram, acontecerão e que poderiam ou não acontecer. O conhecimento de Deus é perfeito e absoluto sobre todas as coisas no céu e na terra,29 de todos os eventos e de todas as circunstâncias que devem e podem ser, que serão e que seriam por toda a eternidade passada e futura: “que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam” (Is 46.10). Trata-se de um conhecimento infinito e imediato em que “não há esquadrinhação” (Is 40.28). Deus é onipresente.
Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado” (1 Rs 8.27).

5. Sobre o nome “Deus”. O Deus verdadeiro revelado nas Escrituras apresenta-se a si mesmo com diversos nomes e títulos que são inerentes à sua natureza e que revelam suas obras e seus atributos. Há três termos no Antigo Testamento hebraico para “Deus”. São eles: El, Eloah e Elohim.
O Novo Testamento grego usa o substantivo theós para “Deus”. O nome El significa “ser forte, proeminente”, sendo um termo semítico muito antigo para a divindade, usado para identificar o Deus de Israel: “E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.20). É, contudo, empregado também para deidades dos antigos povos semitas como nomes próprios e como apelativos. Eloah é uma forma expandida de El, e Elohim é o plural de Eloah. O nome Elohim refere-se à ideia mais abstrata da deidade, de um Deus universal e Criador do mundo, indicando a transcendência da sua natureza. Deus é apresentado pela primeira vez na Bíblia com esse nome: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). É o único nome empregado para o Criador no relato da criação em Gênesis, capítulo 1.

6. Sobre outros nomes de Deus. Outros nomes são mencionados nas Escrituras, os quais também revelam a natureza e os atributos do Deus de Israel, como Elyon, Shadday, Adonay e Yaweh. O nome Elyon significa “Altíssimo”: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo” (Gn 14.19); Shadday quer dizer “Todo-poderoso”: “apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso” (Gn 17.1); e Adonay indica “Senhor”: “eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6.1).
O nome Yaweh é conhecido por meio do Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino YHWH), identificado também como “Jeová”, cuja forma foi inventada no final da Idade Média quando as vogais do nome Adonai foram inseridas no Tetragrama. A forma híbrida “Jeová” não é bíblica, mas assim ela foi passada para a cultura ocidental; entretanto, aos poucos, esse nome vem sendo substituído pela forma Iavé ou Javé, que é a pronúncia mais próxima do original. O Tetragrama vem do verbo “ser”, no hebraico, da expressão: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Isso revela que Deus é o que tem existência própria, ou seja, existe por si mesmo. É o imutável, o que causa todas as coisas, é autoexistente, aquEle que é, que era e que há de vir, o Eterno. O nome Javé aparece quando as características estão claras e concretas, sugerindo, assim, um Deus pessoal que se relaciona diretamente com o povo: “E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3.15), e nisso difere do emprego do nome Elohim no Antigo Testamento. A partir de 300 a.C., o nome Adonai passou gradualmente a ser mais usado que o Tetragrama, até que o nome Javé tornou-se completamente impronunciável pelos judeus.

6. Sobre as obras de Deus. A Bíblia ensina que o universo foi planejado por Deus antes de ser criado. Planejamento, origem e manutenção de todas as coisas no céu e na terra envolvem governo e preservação de toda a criação. Tudo foi criado com propósito: “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11). Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade.33 Os decretos ou conselhos divinos são o plano eterno e imutável de Deus claramente revelados nas Escrituras; dizem respeito à vontade e ao propósito de Deus, tais como a criação, a encarnação do Verbo, a eleição de Jesus como Salvador e a eleição de Israel e da Igreja. Trata-se de deliberações absolutas que nasceram do desígnio e propósito do Deus Trino na eternidade e que independem da ação humana ou de qualquer outro ser no Universo. Ninguém é capaz de frustrar esses desígnios de Deus: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teuspensamentos pode ser impedido” (Jó 42.2) ou “e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (ARA).
A providência divina é atividade de Deus na preservação, concorrência e governo de todas as criaturas e de tudo o que ocorre na criação até seu destino final. A preservação é o cuidado divino em conservar e manter todas as coisas criadas: “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3).
Isso inclui o homem na providência divina, bem como os demais seres viventes, sejam eles animados ou inanimados, e toda a natureza. Deus cuida de todos os viventes, desde a estrutura mais simples até a mais complexa. O mundo não subsistiria sem o cuidado e a vontade preservadora de Deus. É também nesse sentido que opera a concorrência. Por seu turno, o governo divino não é um controle meticuloso ao ponto de excluir a liberdade humana; o seu reger por direito fixa limites a essa liberdade: “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28).

Referências bíblicas: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Declaração de Fé  - Novembro/2016.