INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o que é a
possessão demoníaca; pontuaremos algumas verdades sobre isto; mostraremos que
somente o Nome de Jesus pode proporcionar libertação a qualquer pessoa nesta
condição; e, concluiremos destacando algumas considerações sobre o ato de
expulsar os demônios.
I –
DEFINIÇÃO DE POSSESSÃO DEMONÍACA
A possessão demoníaca “é a condição daquele
que é tomado e controlado psicológica e fisicamente por espíritos malignos. É
um ato invasivo, arbitrário e violento, que leva o possesso a perder
completamente o controle sobre os sentidos, órgãos e movimentos” (ANDRADE,
2006, p. 301).
Sob esta condição a pessoa pode
adquirir uma “grande força” (Mc 5.3,4); “conhecimento da vida íntima das
pessoas” (At 16.16); ou “pratica agressão física” (Mc 5.5; At 19.16); pode
“despir-se” (Mc 5.15); “dar gritos altos” (At 8.7); “retorcer-se” (Mc 9.20),
“mudar de voz” (Mc 5.9; At 19.15), “ranger os dentes” (Mc 9.18); até mesmo a
aparência física da pessoa possessa pode ser afetada, e atitudes irracionais
são assumidas de modo assustador (Mc 5.3; 9.20). Para esta condição espiritual,
não há tratamento, remédio ou isolamento que resolva, somente o poder do Nome de
Jesus (Mc 16.17; Lc 10.17; At 16.18).
II –
SOBRE A POSSESSÃO DEMONÍACA
Uma das atuações de Satanás e dos
demônios é possuir os corpos das pessoas. Acerca disto, é necessário fazer
algumas observações. Vejamos: A possessão é possível. Há aqueles que não
acreditam que os demônios possam possuir uma pessoa. Alegam estes que certas manifestações estranhas não passam de problemas
mentais ou fingimento. Todavia, Jesus falou sobre a atuação dos espíritos
malignos na vida das pessoas (Lc 11.20-22; 24-26); e, durante o seu ministério
terreno, mostrou que a possessão é algo real. O Mestre sabia fazer a diferença
entre as enfermidades e a possessão. Quando se tratava de enfermidade, Jesus se
dirigia ao enfermo: “Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a
estendeu, e ficou sã como a outra” (Mt 12.13). Quando se reportava as pessoas
possessas, o Mestre se dirigia ao espírito mal: “espírito mudo e surdo, eu te
ordeno: Sai dele, e não entres mais nele” (Mc 9.25). Vejamos alguns casos
bíblicos no ministério de Jesus:
Um homem
de Cafarnaum (Mc 1.25; Lc 4.35); Dois
homens gadarenos (Mt 8.28-32; Mc 5.8; Lc 8.33); Um homem mudo (Mt 9.32,33);Um lunático (Mt
17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 9.38-42) Um
homem cego e mudo (Mt 12.22; Lc 11.14); filha da mulher cananeia (Mt 15.22,28);
Maria Madalena (Mc 16.9; Lc 8.2);Vários
outros casos (Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32).
2.1 Há pessoas mais propensas a possessão.
Qualquer
pessoa que ainda não teve o seu encontro pessoal com Jesus pode ficar possessa
por demônios (1 Jo 3.8-a). No entanto, as pessoas que se envolvem com
espiritismo, magia, feitiçaria, são mais propensas à possessão demoníaca, pois
estão lidando diretamente com os demônios (At 13.6-10; 19.19; Ap 9.20,21).
2.2 A possessão pode ser desfeita.
Todos os
casos de pessoas possessas por demônios que se encontraram com Jesus foram por
ele libertas, e tiveram as suas vidas transformadas. Pedro disse que: “Deus
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou
fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”
(At 10.38). Vejamos alguns casos pontuais de libertação: O gadareno: “[…] e viram o endemoninhado, o
que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram” (Mc
5.15); O lunático: “E, repreendeu Jesus
o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou” (Mt 17.18);A
filha da mulher cananeia: “Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande
é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a
sua filha ficou sã” (Mt 15.28); Maria
Madalena: “E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e
de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios” (Lc
8.2); A mulher de Filipos: “Mas Paulo,
perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando
que saias dela. E na mesma hora saiu” (At 16.18).
III – A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS CONTRA OS
DEMÔNIOS
Um dos
sinais que Jesus prometeu seguir aos que cressem no evangelho foi o de expulsar
os demônios (Mc 16.17). Antes mesmo de ser assunto aos céus, os discípulos já
haviam experimentado o poder que há no Nome de Jesus sobre os demônios (Lc
10.17). Eles conhecem o Senhor Jesus e reconhecem a Sua autoridade suprema (Mt
8.31,32; Mc 1.24; 3.11).
Portanto,
a autoridade do nome de Jesus sobre os demônios revela a Sua superioridade
acima de todos os nomes (Ef 1.20- 23; Fp 2.9,10). Sobre o ato de expulsar os
demônios é necessário destacar que:
3.1 O nome de Jesus expulsa demônios.
Embora esta seja uma verdade que muitos
crentes sabem, ainda há aqueles que, por desconhecimento, em vez de invocar o
nome de Jesus contra os demônios, clamam
pelo sangue, o qual tem outra finalidade que é a de purificar os pecados
(Mt 26.28; Ef 1.7; Cl 1.14; 1Jo 1.7; 1Pd 1.2; Hb 9.14; 13.12); outro equívoco é achar que é a entonação da
voz que expele o diabo. O Senhor Jesus nos ensinou que o Seu nome é que
deve ser usado como arma contra os espíritos malignos (Mc 16.17). Quando enviou
os outros setenta para curar os doentes e expulsar os demônios, eles voltaram
cheios de júbilo dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos
sujeitam” (Lc 10.17). Paulo, em Filipos, ordenou que uma mulher fosse liberta
do poder dos demônios em Nome de Jesus (At 16.18).
3.2 Jesus mandou expulsar os demônios.
Por
influência do Neopentecostalismo, muitos cristãos substituíram a prática
bíblica de invocar o Nome de Jesus para “expulsar os demônios” pela prática
antibíblica de “amarrar os demônios”. Todas as vezes que vemos Jesus libertando
as pessoas, por Seu poder, vemos Ele expulsando os demônios: “e ele com a sua
palavra expulsou deles os espíritos” (Mt 8.16); “E, expulso o demônio, falou o
mudo” (Mt 9.33). Ele mandou que os discípulos expulsassem: “E, chamando os seus
doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem
[...]” (Mt 10.1-b). Veja ainda (Mt 10.8; 12.28; Mc 1.34,39; 3.15; 6.13; 16.17;
Lc 11.14). É bom acrescentar que no momento da libertação não é necessário
dizer o nome do demônio ou entrevistá-lo, basta repreendê-lo no Nome poderoso
de Jesus Cristo. O caso do gadareno é uma exceção e não uma regra que deva ser
reproduzida (Mc 5.9).
3.3 O nome de Jesus
expulsa qualquer demônio.
Embora
os demônios estejam divididos em castas e hierarquias (Mt 17.21; Ef 6.12), o
poder que Jesus concedeu aos crentes, lhes dá condições de expulsar todo e
qualquer demônio: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e
toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19). A serpente e
escorpião são simbolismo comum para as forças satânicas ou demônios e até para
o próprio Satanás (Gn 3.1; Is 27.1; 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2). “O significado
principal deste texto é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente
sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de Jesus Cristo”
(BEACON, 2008, p. 411). Este poder foi concedido por Jesus a igreja no presente
(Mc 16.15). e no futuro “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos
vossos pés” (Rm 16.20).
IV – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPULSÃO
DE DEMÔNIOS
4.1 Expulsar demônios não é termômetro que
afere espiritualidade.
Somente
um crente em Jesus tem autoridade espiritual para expulsar os demônios (Mc
16.17; Lc 10.19). No entanto, é necessário dizer que tal proeza não afere a santidade
do indivíduo. É possível que um crente seja usado com sinais e ainda assim não
esteja vivendo de forma agradável a Deus: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos
demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade” (Mt 7.22,23). Diversas
vezes, Jesus ensinou que o que afere o caráter é o fruto e não os dons ou
sinais miraculosos (Mt 7.20; 12.33; Lc 6.44). 4.2 Não devemos fazer por
ostentação e sem o devido preparo espiritual. O apóstolo Paulo, foi um
instrumento por meio do qual Deus operou grandes sinais em Éfeso (At 19.11);
trazendo, naquele lugar, diversas libertações de pessoas possuídas por demônios
(At 19.12). Alguns exorcistas judeus observando Paulo, decidiram também invocar
o nome do Senhor Jesus sobre os demônios, quem sabe também querendo se tornar
notórios por isso, mas não obtiveram êxito, antes foram envergonhados (At
19.13-16). Destacamos ainda que, os discípulos, certa vez, ficaram
decepcionados, porque não puderam expulsar o demônio de um rapaz (Mt 17.15,16). Jesus lhes advertiu
quanto a falta de fé e também da oração e do jejum (Mt 17.20,21).
4.2 Não deve ser o motivo primordial da nossa
alegria.
Embora Deus conceda poder aos seus servos para
operações de sinais e maravilhas (Mc 16.17; Lc 10.19; 1Co 12.8-10); e isto nos
traga alegria pelo fato de sermos usados por Deus; nossa maior alegria não deve
ser essa, porque os dons e os sinais passarão (1Co 13.8). É a garantia de vida
eterna que deve nos proporcionar alegria maior e permanente (Lc 10.17-20). “Ter
a cidadania do céu é mais importante do que atemorizar o inferno” (BEACON,
2008, p. 411).
CONCLUSÃO
Não se
pode negar que a possessão demoníaca é uma realidade, e que somente a Igreja
tem a autoridade de, no Nome de Jesus, orar pelos possessos a fim de que estes
sejam libertos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor
Corrêa de. Dicionário· Teológico. CPAD. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon.· CPAD. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal.· CPAD.Revisão: Igreja Evangélica Assembleia de Deus em PernambucoSuperintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves.
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