quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Perguntas e respostas

 


Perguntas e respostas

1-    O que faz um Psicoterapeuta?

R: Depende muito da sua área de especialização. De forma geral, o psicoterapeuta procura estudar e compreender a mente através da avaliação e observação do comportamento e das emoções, desenvolvimento técnicos e estratégias para prevenir, diagnosticar e tratar problemas psicológicos.

2-    Quando Procurar ajuda?

R: Quando existir alguma questão que impeça o funcionamento “normal” e que não esteja a conseguir passar com o decorrer do tempo.

3-    Um Psicoterapeuta vai resolver os meus problemas?

R: Não. Na psicoterapia o paciente/cliente não é passivo, como tal, ninguém vai resolver nada por ninguém.O Psicoterapeuta ira ajudar a pensar sobre perspectivas novas, questionar,confrontar,ajuda-lo a compreender-se  e aceitar-se com os seus defeitos e qualidades. A pessoa é sempre responsável por si própria.

4-    Que tipos de problemas são mais comuns em consulta?

R: Na maioria das vezes são questões internas. A maneira como a pessoa vê e reage em determinadas situações, por meio de relacionamento , medos insegurança ou algo que acontece na sua vida e a leva a uma necessidade de adaptação que nem sempre é rápido ou fácil e, muitas vezes, gera sofrimento , como divórcio, parentalidade, mudanças de trabalho etc.

5-    Em quais casos o Psicoterapeuta pode ajudar?

R Além dos casos clínicos clássicos como ansiedade, depressão, síndrome de pânico etc. Você pode contar com atendimento terapêutico quando:

·       Sentir-se deprimido.

·       Quiser desenvolver habilidades sociais com falar em público e iniciar amizades mais douradoras.

·       Alterações bruscas de humor.

·       Dificuldade em tomar decisões.

·       Necessidade em repetidos atos sem sentido, como verificar as portas muitas vezes, ligar e desligar o alarme do carro várias vezes etc.

·       Medos.

·       Superar timidez.

·       Ciúmes excessivo.

·       Dificuldade em lidar com pessoas difíceis.

·       Pensamento repetitivos, acelerado e angustiantes.

·       Distração excessiva.

 

    

6-    A Psicoterapia online é eficaz?

R: Depende do caso. Acredito que situações mais graves, como a depressão e o transtorno bipolar, demandam uma observação próxima do profissional. Contudo, há sim uma melhora significativa nos pacientes por meio do atendimento online.

7-    Qual a duração da terapia?

R: Não há uma resposta única, porque depende muito das questões que estão sendo trabalhadas pelo paciente, de quão complexas e arraigadas são , bem como da frequência com que se realiza a psicoterapia, isso sim. Os atendimentos costumam durar 50minutos e ser realizados semanalmente ou quinzenalmente.

8-    Quem pode fazer psicoterapia?

R:Qualquer pessoa em qualquer faixa etária pode iniciar um processo terapêutico: crianças, adolescentes, adultos e idosos.

9-    Quais os mitos e verdades sobre a terapia?

R: Apesar de a psicoterapia crescer exponencialmente a cada ano, a prática ainda é rodeada por mitos e inverdades. Muitos ainda acreditam, por exemplo, que terapia é para loucos, pessoas fracas ou cabeça fraca, só para ricos e para os mais conservadores é falta de Deus ou frescura. Portanto a terapia se faz necessário onde houver disfunção emocional ou comportamental que afeta o bem-estar o indivíduo.

10- O que é saúde mental?

R: Saúde mental se refere as nossas emoções, sentimentos e a capacidade saudável de lidar com nossas experiências, sejam elas negativas ou positivas. Como está a sua saúde mental hoje!

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

 

  • O objetivo da terapia é interromper o ciclo vicioso de comportamento e
  • informação retroativa “feedback”.
  • • A terapia é encarada de modo pragmático, orientada pelo sintoma, visando a
  • resolução do problema.
  • • O objetivo da mudança terapêutica deve ser realista e possível de atingir.
  • • Os meios para atingir estes fins incluem intervenções paradoxais destinadas a
  • interromper ciclos viciosos. Intervenções baseadas no senso comum ajudam
  • muitas vezes a reforçar a “velha solução”.



sexta-feira, 10 de abril de 2020

Distimia: O que é? sintomas? tem cura?



“DISTIMIA” é uma palavra grega que significa “mau humor”. Ela foi usada durante séculos para se referir às pessoas mau humoradas e irritadiças. Estas que dizemos que têm uma personalidade difícil de conviver.
No entanto, é um termo utilizado atualmente para designar uma doença: o Transtorno Depressivo Persistente (TDP), conhecido também como Doença do Mau Humor.

O QUE É DISTIMIA?
A Distimia é um tipo de Depressão. Ou seja, é um transtorno que afeta o nosso humor e a nossa vitalidade. A diferença entre ela e a Depressão é que os sintomas são menos intensos, mas duram muito mais tempo.
Enquanto um quadro de Depressão Maior pode durar de 6 meses a 2 anos, o Transtorno Depressivo Persistente dura no mínimo 2 anos e pode se estender por toda a vida da pessoa, se não for tratado. Ou seja, é uma doença crônica.
E é istso o que acontece na maioria dos casos. A pessoa com Distimia passa anos doente antes de perceber que precisa de ajuda. E quando percebe, já desenvolveu um quadro grave de Depressão.
Grande parte dos pacientes que procuram ajuda para Depressão já têm uma história de Distimia que não foi tratada.
Portanto, é um transtorno mais difícil de identificar se você não é um profissional de Saúde Mental.

COMO IDENTIFICAR UMA PESSOA COM DISTIMIA
Você provavelmente conhece alguém com Distimia. São aquelas pessoas que estão sempre se queixando: aquela tia vive mau humorada, aquele amigo que só pensa em desastres ou aquela conhecida que sempre fica em casa e não gosta das pessoas.
Também a sua mãe ou pai que nunca tem ânimo para fazer nada ou aquele amigo que não tem interesse nenhum.  
Como os sintomas duram por muito tempo, as pessoas ao redor do doente tendem a achar que aquilo faz parte da personalidade dele. Ou seja, é só mais uma pessoa mau humorada ou muito introvertida.
Então, vamos deixar uma coisa muito clara desde agora! Ficar mau humorado durante muito tempo não é normal.
O nosso humor pode variar normalmente ao longo dos dias. Todos nós temos momentos de tristeza, irritação e frustração. Mas o ser humano não consegue lidar com tantos sentimentos ruins durante tanto tempo. E é aí que a doença chega.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DISTIMIA
São quase os mesmos sintomas da Depressão comum, porém em menor intensidade:
·         Alteração de apetite (para mais ou menos).
·         Alterações no sono (para mais ou menos).
·         Cansaço em excesso.
·         Baixa auto estima constante.
·         Pessimismo permanente.
·         Dificuldade de se concentrar.
·         Irritabilidade.
·         Falta de esperança.
·         Sentimento de culpa.
Além destes sintomas, é muito comum que as pessoas com Distimia desenvolvam algum outro problema. Os que mais ocorrem são abuso de substâncias, Depressão Maior e Transtorno de Pânico.

TRATAMENTO
A Distimia é uma doença que pode ser tratada e superada, mas é necessário acompanhamento profissional.
Apesar de não parecer doente, a pessoa distímica precisa procurar um médico Psiquiatra para ser diagnosticada corretamente. Pode ser necessário também tomar medicação antidepressiva.
As medicações ajudam, mas o tratamento só funciona se o paciente fizer Psicoterapia. É na terapia que esta pessoa aprende a mudar sua forma de pensar e de ver o mundo. Ela substitui as crenças pessimistas e negativas por uma forma mais leve de pensar a vida.
A duração do tratamento depende do ritmo do paciente e de como se dedica a ele. É feito apenas até a pessoa melhorar os sintomas, mas costuma ser mais longo que o tratamento da Depressão simples.


segunda-feira, 6 de abril de 2020

Aprenda Ocupar o Tempo!

"A ociosidade produz a ignorância, o trabalho gera o conhecimento." (Jean-Paul Migne). Para ser mais exata, o ocioso é aquela pessoa pouco produtiva, que não se dispõe a fazer nada, e por vezes é incapaz de iniciar um novo projeto. Ficar ocioso não trás benefícios ao contrário, gera angustia, e esta é a causa de muitos males. O idoso, por exemplo, quando desocupado, principalmente quando surge à aposentadoria, tende a se sentir improdutivo. Daí, os sentimentos de inatividade, preguiçoso e de inutilidade vêm à tona, podendo ser comparado a uma máquina que não está mais em funcionamento. Como já dizia a velha frase: Mente vazia é uma oficina para pensamentos negativos. A pessoa fica mais propicia a cometer coisas que fazem mal a alma. Não tem como evoluir sem produção, faz-se necessário se ocupar, mesmo que seja com tarefas das mais simples, tais como: atividade física, artesanato, escrever, criar blog, ler um bom livro, estudar, praticar esportes, ou ainda, fazer algum trabalho voluntário. O sociólogo italiano Domênico , ficou conhecido, no início do século, por discorrer sobre a importância de se valorizar o tempo ocioso, ele chamou de “ócio criativo”, onde lazer, estudo e trabalho se confundem aumentando a qualidade de vida e a satisfação com os afazeres. Neste conceito, foram estudas as várias formas de preencher a ociosidade com atividades que propusessem a satisfação de sentir-se útil. Contarei uma história que ilustra muito bem esta ideia: Há cinco anos, conheci uma mulher de 76 anos, que estava depressiva justamente por não ter uma ocupação, perguntei o que ela gostava de fazer e mencionou que quando era jovem adorava costurar. Então, lhe propus que começasse a fazer colchas de retalhos e ela concordou. Depois de um período soube que a idosa estava feliz e satisfeita com tantos pedidos de costura, ou seja, além de ocupar o tempo ainda estava ganhando dinheiro. Isto representa que, independente da idade, precisamos aproveitar as oportunidades, otimizar o tempo, preencher o vazio da alma, valorizar os pequenos detalhes e buscar o que te faz bem. Somente assim, é possível encontrar equilíbrio, sentimento de bem estar, motivação e com certeza qualidade de vida. Enfim, mexa-se, busque coisas que possam fazer você sentir-se vivo, faça valer a pena a tua estadia na terra! 
Tédio e ócio, apesar de angustiantes, podem fazer bem para criatividade e reflexão

Para especialistas, momentos de desocupação são as oportunidades para sairmos do 'automático'
Tédio e ócio possibilitam ao indivíduo parar e pensar em suas relações e na própria existência Foto: nastya_gepp/Pixabay


Aguardar na fila do supermercado, esperar o elevador ou ficar trancado no trânsito costumam ser experiências bastante relacionadas ao tédio. Esse sentimento é um dos poucos que o ser humano vivencia e busca fugir a qualquer custo. Momentos de desocupação como esses, incluindo aquele tempo ocioso no sofá de casa, podem parecer angustiantes. Mas, apesar de desagradáveis, experiências assim beneficiam nossa criatividade, promovem reflexões sobre a vida e favorecem o aparecimento de soluções para o cotidiano. 
O tédio é descrito, por muitos, como uma experiência que estressa e angustia. "É quando nos defrontamos com o 'nada'. O tédio nos faz ficar diante do desconhecido e do que a gente não controla. Isso não é prazeroso", diz Hélio Deliberador, professor do departamento de psicologia social da PUC-SP.
Não há um consenso sobre o que, de fato, é o tédio. Muitos estudiosos concordam que é um sentimento resultante de quando os estímulos que o mundo oferece não interessam. Como consequência, a mente tem dificuldade em manter o foco. Temos a sensação de que o tempo passa devagar.
Mais do que uma pedra no sapato, a forma como lidamos com o tédio pode prejudicar nossa vida. Estudos feitos ao longo das décadas mostram que funcionários entediados costumam ter baixa performance, raiva, estresse, insatisfação, faltas e acidentes no trabalho. Já na vida acadêmica, o tédio também gera baixo desempenho e evasão escolar. 
Mas, por detrás desta cortina cinza sem graça, os momentos de tédio no cotidiano escondem uma janela de possibilidades. Várias pesquisas mostram que ficar entediado pode ajudar você a ficar mais criativo - não apenas no sentido artístico, mas de desenvolver soluções para obstáculos do dia a dia. Ao deixarmos vazio o palco da mente, novos atores surgem para contracenar. 
"O tédio está ligado à resolução de problemas, o que é uma forma de criatividade. Há muitas pesquisas mostrando que, quando o cérebro 'desliga', como é o caso do sono e do tédio, a área de resolução de problemas segue trabalhando", diz Peter Toohey, professor da Universidade de Calgary, no Canadá, e autor do livro Boredom: A Lively History (Tédio: Uma História Animada, em tradução livre). 
"Certas análises, de filósofos como Heidegger e Nietzsche, alertam sobre a possibilidade de a mecanização do homem fazer ele perder a criatividade", diz Hélio Deliberador, da PUC-SP Foto: Tero Vesalainen/Pixabay
Pesquisadoras do departamento de psicologia da Universidade Central de Lancashire, no Reino Unido, por exemplo, publicaram um artigo em 2014 no qual verificaram, em dois estudos, que pessoas entediadas se tornavam mais criativas. 
Na pesquisa, um grupo de pessoas fazia uma atividade super entediante - copiar números de uma lista telefônica - para depois criar diferentes usos para copos plásticos, um método padrão aplicado para testar a criatividade das pessoas. Eles tiveram mais ideias do que o grupo que não fez a atividade chatérrima. 

Para checar os resultados, uma segunda rodada do estudo foi feita com outros voluntários, incluindo agora um terceiro grupo para fazer um exercício ainda mais chato: ler a lista telefônica. E foram justamente eles que criaram mais usos para os copinhos de plástico. 
Erika Christakis, autora do livro The Importance of Being Little (A Importância de Ser Pequeno, em tradução livre), sobre educação infantil, defende que pais não devem preencher toda a agenda do filho com atividades extracurriculares. Pelo contrário, ela argumenta que os pequenos precisam viver momentos sem nada para fazer. "O tédio pode ser um grande amigo da imaginação. Às vezes, quando as crianças parecem entediadas, é porque elas ainda não tiveram tempo de se engajar em alguma coisa", disse em entrevista ao site NPR.
“Faz sentido a ideia de que precisamos ficar livres das demandas do dia a dia a fim de encontrar tempo para nossos objetivos”, diz ao E+ John Eastwood, professor de psicologia da Universidade de York, no Reino Unido, e chefe do Laboratório do Tédio, um grupo de estudos com pesquisadores especializados no sentimento.  
Microtédio é o nome dado àquele momento curto no qual o indivíduo fica entediado, mas logo consegue ocupar-se com sua rotina Foto: Pixabay
Microtédio. Em uma época de smartphones e tecnologias de pequeno porte, nada mais compreensível do que adquirir importância uma versão reduzida do tédio: o microtédio. Ele aparece quando você tem apenas alguns segundos ou minutos desocupado - no intervalo comercial, no ônibus ou sentado no vaso do banheiro. 
Você sabe bem qual é esse momento. Provavelmente, aproveita para conferir o celular, o tablet ou as redes sociais. 
Em um artigo, Gabriel Cunha Nunes, doutorando em psicanálise e cultura na PUC-Rio, analisa o fenômeno como uma evolução do "ler um jornal para ocupar-se". O psicólogo argumenta que não há nada de errado em evitar o tédio, mas que também é importante não lutar contra. "Uma fila de banco pode ser o único momento do seu dia em que você possa entrar em contato consigo", escreve.
"É difícil tirar férias da vida, então esses pequenos momentos é que nos fazem refletir. O problema de recursos como smartphones é usá-los sem significado, a ponto de o tempo passar e sentirmos que continuamos a mesma pessoa", provoca o psicólogo, em entrevista ao E+.
Celulares se tornam próteses, que carregamos ao longo do dia como extensão de nossas mãos. Aos poucos, incorporam-se a quem somos. "A mercadoria é encharcada de sentidos. Hoje, o valor está no objeto, não está na gente. Ao ficarmos sozinhos, não temos mercadorias para nos inundar de sentidos, então a experiência de ficar sem fazer nada é torturante", diz Kátia Flores Pinheiro, professora de psicologia social da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e estudiosa do ócio, tempo livre e trabalho.  
O ócio, para alguns filósofos, é o momento no qual nos desvinculamos da lógica de produzir o tempo todo, no trabalho e no lazer, para lidarmos com o desafio de descobrir sentidos para a vida Foto: Macdongatran/Pixabay
Tédio e ócio fazem bem? "O tédio, assim como outros sentimentos, tem um propósito", escrevem as pesquisadoras da Universidade Central de Lancashire. O objetivo maior do cérebro ao provocá-lo seria uma súplica ao universo: "por favor, estimule-me". Ou mesmo um pedido de descanso, em meio às exigências do cotidiano. 
"O cérebro precisa 'parar' de vez em quando. Se usamos um motor o tempo todo, ele desgasta mais rápido. Usando essa metáfora, se você ocupa seus sentidos o tempo todo, você se predispõe ao estresse, a fobias e até mesmo à depressão", diz Deliberador.
Em um artigo sobre a relação entre tédio e criatividade para a conceituada Harvard Business Review, o professor David Burkus, autor do livro Under New Management (Sob Nova Direção, sem versão brasileira), sugere o engajamento em atividades tediosas antes de começar o dia no trabalho, como checar e-mails, fazer xerox ou preencher relatórios. Tudo para enganar o cérebro e torná-lo mais criativo. 
Se pensarmos pelo viés da filosofia, o tédio pode nos ajudar a chegar ao ócio. No Brasil, o ócio é comumente visto como algo negativo, ligado à preguiça. No entanto, é ao deixarmos de cumprir obrigações que conseguimos, por fim, focar em nós mesmos. 
"Na modernidade, com a produção industrial e a mudança da lógica do trabalho humano, o tempo desocupado que se usava para refletir e buscar sentido na existência mundana fica de lado. Cria-se um novo tempo: o tempo livre, em contraponto ao tempo do trabalho", diz Kátia, da Universidade Estácio de Sá. 
Hoje, diz a psicóloga, nosso lazer vira produto. E nosso tempo livre tem que render, seja na Netflix, no cinema, em livros, estudos ou exercícios. Se não preenchemos nosso fim de semana com uma lista de atividades, ficamos frustrados. 
Isso seria resultado de uma lógica na qual estamos condicionados a sentir realização apenas se produzimos ou consumimos - o oposto do que tédio e ócio proporcionam como experiência. E é também por isso que os evitamos. 
"O ócio é coisa séria. É o momento em que ficamos fora do tempo do trabalho e do lazer de consumo. A gente para, olha para o lado e pensa nas pessoas, na morte, no sofrimento, na solidão, sobre nós mesmos. Essas reflexões despertam angústia no indivíduo que não está acostumado. Mas fazem parte da experiência humana", acrescenta a professora. No fim das contas, a completa falta de respostas diante da vida é o que torna o ser humano quem ele é.



7 - O Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão Maior




É o que chamamos comumente de “depressão”. Trata-se de um distúrbio cerebral caracterizado por desregulação conjunta de áreas relacionadas ao humor, energia, impulsos (vontade/iniciativa), prazer, funções neurovegetativas (sono, apetite, libido e dor) e de funções cognitivas (pensamento, memória, atenção e funções executivas), em maior ou menor grau.

A desregulação da função cerebral do humor está sempre presente, embora nem sempre o humor seja melancólico (tristeza, choro, culpa, sentir-se inútil e sem esperanças) e muitas vezes são apáticas (indiferença, perda de atratividade pelo meio).

A alteração do humor na depressão maior produz um estado de humor distinto do normal
do indivíduo. É possível perceber uma alteração no temperamento, o humor relacionado à personalidade, que é constante e que na depressão maior se torna alterado.

Além disso, os sintomas são suficientemente graves a ponto de atrapalhar pelo menos de alguma maneira o dia-a-dia da pessoa e trazer sofrimento. Embora possa ocorrer em episódio único, isto é, a pessoa ter uma depressão, se tratar e ficar curada, geralmente evolui para uma condição recorrente, isto é, com novos episódios de depressão futuros.

Muitas vezes o tratamento inadequado no primeiro episódio de depressão é o fator que leva a cronificação da doença e a sua alta recorrência. A ocorrência de depressão maior ao longo da vida é da ordem de 20% na população geral, isto é, 1/5 da população total do planeta vai experimentar algum grau de episódio depressivo ao longo da vida e as estatísticas são semelhantes mesmo mudando de país, pois é uma doença de ocorrência universal.

Geralmente tem início após os 30 anos de idade sendo que episódios depressivos que se iniciam muito cedo (infância e adolescência) devem levantar a hipótese de depressão em
outras doenças (transtorno bipolar, transtornos
de personalidade, etc).

Ocorre cerca de 3 a 4 vezes mais frequentemente em mulheres do que em homens devido a fatores hormonais. A herança
genética ocorre em 60%, isto é, a chance de um parente de primeiro grau acometido doar os
genes para sucessores é desta ordem, o que não significa que a doença vá se expressar porque muitas vezes transtornos do humor necessitam de gatilhos ambientais e psicológicos para o início da apresentação clínica.

Entre 80% e 90% dos pacientes com esse diagnóstico podem ser eficazmente tratados e
retornam à sua vida normal. O risco de suicídio da depressão maior é cerca de metade (7%) do risco na depressão com bipolaridade (15%).

O diagnóstico de transtorno depressivo maior é
clínico, isto é, a partir de um conjunto de sinais e sintomas que se agrupam de maneira semelhante nas pessoas acometidas pela mesma doença. É importante se descartar outras doenças físicas (hormonais, hematológicas, reumatológicas, neurológicas, etc) e uso de substâncias (medicamentos ou drogas) que podem causar secundariamente depressão.

Os sintomas devem estar presentes continuamente ou na maior parte do tempo por pelo menos 2 semanas, de maneira diferente do funcionamento habitual da pessoa e causando um impacto significativo no convívio
social, no trabalho ou em outras áreas importantes da vida (observação: os sintomas 1 e/ou 2 são obrigatórios):
• Humor deprimido (melancólico ou apático) na
maior parte do dia, quase todos os dias;
• Interesse ou prazer marcadamente diminuídos em relação a todas ou quase todas as atividades, quase todos os dias;
• Perda ou ganho de peso significativo;
• Insônia ou sono excessivo quase todos os dias;
• Lentificação motora quase todos os dias;
• Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
• Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva, quase todos os dias;
• Habilidade reduzida de pensar ou se concentrar, quase todos os dias;
•Pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio.

Casos leves de depressão podem ser tratados
exclusivamente com psicoterapia ou com mudança de estilo de vida como hábitos saudáveis, alimentação sem oxidantes, exercícios físicos aeróbicos, sono adequado e controle do estresse.

Casos moderados ou graves de depressão são
de tratamento farmacológico obrigatório. Apenas 30% dos pacientes vão responder ao primeiro antidepressivo utilizado. Dessa maneira, é importante que se saiba que o tratamento possa necessitar de trocas e ajustes. Além disso, as doses precisam ser ajustadas a cada 2 semanas até uma dose máxima tolerada pelo paciente para melhor eficácia.

Casos graves e resistentes de depressão devem ser tratados com eletroconvulsoterapia
(ECT) vulgarmente conhecido como “eletrochoque” que é um procedimento realizado sob anestesia e em centro cirúrgico, altamente eficaz em quadros graves.

Terapias associadas como acupuntura podem
ajudar a aliviar os sintomas das formas mais leves de depressão. Apenas as psicoterapias cognitivas comportamentais apresentam evidência científica de funcionar no tratamento da depressão.

Dessa forma, antes de busca algum tratamento alternativo é importante buscar informações sobre a eficácia do tratamento visto que o risco de resistência ao tratamento aumenta conforme o tratamento seja postergado com técnica não aprovadas.
Portanto, o paciente deve consultar outro médico antes de confiar totalmente em um tratamento alternativo.

Referência: Tabela periódica dos transtornos emocionais (vittude).