domingo, 30 de setembro de 2018

SOBRE OS DONS DO ESPÍRITO SANTO



         CREMOS, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja. O batismo no Espírito Santo é um dom: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38) e é para todos os crentes: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39); mas os dons do Espírito Santo, ou “espirituais” na linguagem paulina: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Co 12.1) são restritos. Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7). São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles. É por meio da Igreja que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais. Eles são dados à Igreja para sua edificação espiritual, seu conforto e seu crescimento espiritual. Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo Testamento pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes sãos os dons espirituais”. Em Romanos, aparece uma lista deles, mas não são os mesmos da lista dos nove dons, exceto o dom de profecia, que aparece em ambas as listas. Há outra lista que repete os dons de variedade de línguas e os dons de curar.
1.  As diversidades.
 São três as classes de manifestações dos dons espirituais: diversidade de dons, diversidade de ministérios e diversidade de operações. A diversidade de dons tem sua origem no Espírito Santo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (1 Co 12.4). A diversidade de ministérios ou serviços tem sua fonte no Senhor Jesus: “E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (1 Co 12.5); e as operações ou atividades vêm de Deus: “E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Co 12.6). O termo “Deus” vem em grego acompanhado do artigo que mostra ser uma referência a Deus Pai. Cada pessoa da Trindade desempenha um papel essencial na manifestação dos dons. É uma diversidade na unidade, assim como adoramos um só Deus em trindade e trindade em unidade. Os termos “dons”, “ministérios” e “operações” estão associados a cada pessoa da Trindade; contudo, é o Espírito Santo quem opera todas as coisas: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11).
2.  A distribuição dos dons.
Os dons espirituais são poderes sobrenaturais do Espírito para que a Igreja atue como um todo no mundo; são concessões da graça do Espírito conforme a medida da fé de cada um: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé” (Rm 12.6). Os dons são distribuídos pelo Espírito para o perfeito funcionamento da Igreja, que é o corpo espiritual de Cristo: “Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular” (1 Co 12.27). Na diversidade, cada dom é concedido para o que for útil. Eles não são atestados pessoais de santidade que induzem as pessoas a acreditar que são mais santas ou mais espirituais que outras; também não transformam as pessoas em superespirituais, nem as tornam melhores ou superiores a outros crentes; não são para exibição ou superioridade particular no seio da Igreja, mas são para a glória de Deus. Nenhum dom individualiza qualquer crente, porque o mérito será sempre do Senhor. Os dons fortalecem a unidade da Igreja, promovendo a comunhão dos membros do corpo de Cristo: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). O corpo humano possui muitos membros, todos eles indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte integrante da Igreja e tem uma função a realizar. Nenhum membro tem utilidade fora do corpo. Cremos que um membro não se isola no corpo, mas faz parte de uma multiplicidade que o torna indispensável.
3.  A palavra da sabedoria e a palavra da ciência.
 A lista em 1 Coríntios 12.8-10 começa com esses dons: “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo  Espírito, a palavra da ciência” (1 Co 12.8). O dom da sabedoria é um recurso extraordinário proveniente do Espírito Santo, cuja finalidade é a solução de problemas igualmente extraordinários. Como dom espiritual, é uma espécie de sabedoria dada por Deus. É a capacitação do Espírito Santo na vida da Igreja para orientação e conselho aos crentes sobre dificuldades, cuja solução está fora do seu alcance no dia-a-dia da igreja, no trato com as pessoas descrentes  e na pregação do evangelho. A palavra do conhecimento ou da ciência diz respeito ao conhecimento das coisas de Deus. Esse dom consiste em uma ciência manifestada unicamente pelo Espírito Santo: “como me foi este mistério manifestado” (Ef 3.3), pelo qual podemos saber, compreender e, assim, conhecer  aquilo que, pelo entendimento humano, jamais poderíamos alcançar.
4.  A fé e os dons de curar.
Em seguida, aparecem mais dois dons: “e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar” (1 Co 12.9). O dom da fé distingue-se da fé salvíficae da fé como o fruto do Espírito; trata-se de uma fé especial usada num momento específico. Quanto aos dons de curas, são manifestações do poder do Espírito Santo que operam de maneira multiforme para cura de doenças e enfermidades do corpo, da alma ou psicossomáticas, sempre concedidas pelo Espírito Santo à pessoa que irá ministrá-la, pois é Deus quem cura e somente a Ele pertence a glória.
5.  Os outros dons.
 A lista chega ao seu fim com os seguintes dons: “e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co 12.10). A expressão “operação de maravilhas” está no plural em grego e significa “obras poderosas” ou “de poder”, o que sugere grande variedade de milagres. O milagre já é, em si mesmo, a intervenção divina na ordem natural das coisas, mas aqui diz respeito a sinais poderosos e extraordinários. O dom de profecia é diferente da profecia anunciada pelos profetas do Antigo Testamento. A revelação canônica já se encerrou, mas Deus continua a falar por meio da Bíblia. O Senhor proveu outros recursos por meio dos quais se comunica com os seres humanos, dentre eles o dom de profecia, como manifestação momentânea do Espírito Santo na vida de qualquer crente batizado no Espírito Santo. O seu objetivo é a “edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3). Por meio desse dom, o Senhor continua comunicando-se com seus servos e servas de forma individual, mas a profecia decorrente do dom não serve de fonte de autoridade, como a dos profetas e dos apóstolos bíblicos, pois é possível alguém ampliar a mensagem sem autorização do Espírito, sendo, inclusive, passível de julgamento: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29); “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32). O dom de discernir os espíritos é um recurso do Espírito Santo contra as falsificações dos demônios. A expressão “discernir os espíritos” está no plural em grego, como acontece com os dons de curar e de operação de maravilhas, pois esse dom pode manifestar-se de várias maneiras. A essência das línguas como evidência inicial do batismo no Espírito Santo é a mesma do dom de variedade de línguas. A diferença entre dom e sinal está na função. A variedade de línguas é manifestada na oração particular para edificar o crente individualmente; na oração pública, a edificação é geral; nesse caso, há necessidade do dom de interpretação de línguas.

Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/2016.

sábado, 22 de setembro de 2018

SOBRE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO



           
            CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do alto: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). É, também, uma promessa divina aos salvos: “e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias” (At 2.18). Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Nessa passagem,ser “cheio do Espírito” indica ser batizado no Espírito Santo. O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e a manifestação dos dons. O batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário.
1.   O batismo no Espírito Santo é distinto da salvação.
Os discípulos de Jesus já estavam com seus nomes escritos no livro da vida quando receberam o batismo no Espírito Santo: “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc 10.20). Eles já estavam purificados pela Palavra no dia de Pentecostes: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). Quando o Consolador desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, eles já tinham o Espírito Santo. Jesus disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22). Na experiência da salvação, o Espírito Santo passa a habitar no novo crente. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito Santo, pois Ele mesmo é quem conduz o pecador a Cristo. O batismo no Espírito Santo é algo distinto do novo nascimento; significa o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho em todo o mundo, para uma vida cristã vitoriosa e também uma adoração mais profunda.
2.   Nomes e expressões para “batismo no Espírito Santo”.
A descida do Espírito no dia de Pentecostes é um evento que chamamos de batismo no Espírito Santo. João Batista anunciou ser o Senhor Jesus aquEle que batiza no Espírito Santo. A preposição grega para “batismo” é en, “em”. É por isso que nós empregamos “batismo no Espírito Santo”, da mesma forma que fazemos para a expressão “batismo em águas”. A Versão Almeida Atualizada tem esta nota: “com; ou em”, ficando assim a tradução: “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5 – ARA). Fraseologia similar aparece em Mateus 3.11. O apóstolo Pedro afirma que essas palavras referem-se à descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O batismo no Espírito Santo é chamado a “promessa do Pai” (At 1.4) ou “do meu Pai” e o “revestimento de poder” ou “poder do alto” (Lc 24.49), e ainda “dom do Espírito Santo” (At 2.38; 10.45), e “virtude do Espírito Santo” (At 1.8). A Bíblia descreve essa experiência de diversas maneiras: “E todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4), “derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28) ou “derramarei do meu Espírito” (At 2.17), “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.44), “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo” (At 11.15); “veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6).
3.   A descida do Espírito Santo.
Dois sinais sobrenaturais antecederam imediatamente o advento do Espírito Santo, ou seja, o seu derramamento. São eles: o “som, como de um vento veemente e impetuoso” (At 2.2) e as “línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.3). Esses sinais anunciavam a chegada de alguém muito importante, o Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, para inaugurar a Igreja, iniciando, assim, sua jornada histórica. Eram sinais particulares que não se repetiram posteriormente nos batismos no Espírito Santo subsequentes, pois se tratava de um evento solene e único, que marcou o início de uma nova dispensação.
4.   A extensão da promessa.
O derramamento do Espírito veio com um sinal específico, o falar em línguas: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Essa experiência repete-se na vida  da Igreja: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46); “veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6). Isso porque a experiência pentecostal não ficou restrita ao dia de Pentecostes; ela acontece no cotidiano da Igreja de Cristo na terra ao longo dos séculos, conforme a promessa divina: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Jesus disse que é uma dádiva do Pai para qualquer crente que crê e busca, homens e mulheres de todas as idades, independentemente de seu status social. A promessa do Espírito Santo diz respeito principalmente aos “últimos dias” (At 2.17), e não somente à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão “derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28) por “derramarei do meu Espírito” (At 2.17), que indica um ponto de partida. Isso mostra que o Pentecostes foi o início da dispensação do Espírito Santo, (conhecida também como Dispensação da Graça ou da Igreja) e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos vivendo. Essa profecia de Joel iniciou o seu cumprimento no dia de Pentecostes e contempla essa bênção para homens e mulheres de todas as idades.
5.   A natureza das línguas.
A expressão “outras línguas” (At 2.4) diz respeito a um tipo diferente. Essas línguas são de natureza espiritual, pois que eles falavam “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). Essas línguas reaparecem mais adiante como um dos dons do Espírito Santo, o de variedade de línguas: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1 Co 14.2). A língua aqui é da mesma essência da do Pentecostes; a diferença está na função. É a chamada glossolalia, palavra usada para indicar “outras línguas”, que podem ser humanas ou celestiais. Essa é a nossa marca, como pentecostais que somos. Quem ora em línguas edifica-se a si mesmo. Cada representante das nações presentes em Jerusalém nessa ocasião ouvia na sua língua materna “falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Algo semelhante aconteceu na experiência na casa de Cornélio: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46). A capacidade para compreender essa fala veio do Espírito Santo: “[...] porque cada um os ouvia falar na sua própria língua [...]. Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2.6,8). Isso mostra que é possível o Espírito Santo usar um crente de pouca instrução para falar numa língua desconhecida, a qual ele não estudou e nem aprendeu, para transmitir uma mensagem na língua materna de um estrangeiro a fim de revelar o poder de Deus e a sua glória. As línguas só cessarão quando vier aquEle que é perfeito, uma referência à volta de Cristo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” (1 Co 14.39).



          Referências

            1“Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1).
            2 “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (At 2.32,33).
            3 “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16); “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.6).
            4 “Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” (Gl 3.2,3).
            5 “Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (Jo 16.7,8).
            6 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
            7 “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).
            8 “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).
            9 “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 11.15,16).
             10 “E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.9-13).
            11 “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Joel 2.28, 29); “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão” (At 2.17,18).
            12 “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Co 13.1).
            13 “O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co 14.4). 14 “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.9-11).
            15 “O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado” (1 Co 13.8-10).

            Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/2016

domingo, 16 de setembro de 2018

SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS



          CREMOS, professamos e ensinamos que os Dez Mandamentos são preceitos dados por Deus a Moisés para orientar a vida do povo de Israel. Os Dez Mandamentos são chamados também de “Decálogo”. São oito proibições e duas ordens que, em hebraico, recebem a denominação de “as dez palavras”. A Septuaginta, antiga versão grega do Antigo Testamento, emprega o termo decálogo, “decálogo, dez palavras”. A fórmula introdutória do Decálogo tem característica única: “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo [...]” (Êx 20.1). O termo só aparece três vezes na Bíblia e é traduzido em nossas versões por “dez mandamentos”: “[...] e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos” (Êx 34.28); “Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra” (Dt 4.13); “Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos” (Dt 10.4). Somente a Versão Almeida Atualizada usa a expressão “as dez palavras”, mas apenas em Êxodo 34.28: “[...] e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, as dez palavras”. O sentido de “palavra” na Bíblia é amplo; indica a comunicação de um conteúdo completo e também o portador linguístico de um significado. O seu uso como “mandamento, discurso, pronunciamento, proposição” é legítimo, mas é só no Novo Testamento que cinco dessas palavras são chamadas de mandamentos e estão listadas fora da sequência canônica: “Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe” (Lc 18.20). Após a Septuaginta, o termo “decálogo” só aparece no período da Patrística e, depois disso, o vocábulo tornou-se popular entre os cristãos.
1.   Os Dez Mandamentos.
As dez palavras estão esboçadas somente em dois lugares nas Escrituras Sagradas: em Êxodo 20.1-17 e em Deuteronômio 5.6-21 – Não terás outros deuses,1 2 – Não farás para ti imagem de escultura [...] não te encurvarás a elas,2 3 – Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão,3 4 – lembra-te do dia do sábado, para o santificar,4 5 – Honra a teu pai e a tua mãe,5 6 – Não matarás,6 7 – Não adulterarás,7 8 – Não furtarás,8 9 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo,9 10 – Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo [...].Essas dez palavras foram escritas em duas tábuas de pedra pelo próprio Deus. Os três primeiros mandamentos dizem respeito ao nosso relacionamento com Deus. O propósito do quarto mandamento, o sábado, é duplo, social e espiritual. O aspecto social é cessar os trabalhos a cada seis dias de labor e dar descanso aos seres humanos e aos animais. Já o aspecto espiritual é dedicar um dia na semana para adoração a Deus, meditação e contemplação das obras do Criador. Os outros seis mandamentos dizem respeito ao nosso relacionamento com o próximo. A estrutura dos Dez Mandamentos resume-se no amor a Deus e ao próximo, diz respeito a Deus e à sociedade e envolve pensamento, palavras e obras. Ensinamos, pois, que não somente o Decálogo, mas também todo o sistema mosaico, é sumariado nos dois grandes mandamentos: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os Profetas” (Mt 22.37-40).
2.   Significado e propósito dos três primeiros mandamentos.
Cremos e ensinamos que não somos salvos por observarmos e guardarmos os mandamentos. Somos salvos pela graça por meio da fé. Esses preceitos foram dados como orientação para uma vida próspera e abençoada. Essa é a vontade de Deus. O primeiro mandamento do Decálogo, “Não terás outros deuses diante de mim”, é muito mais que uma apologia ao monoteísmo; trata-se, também, da soberania de um Deus que remiu Israel da escravidão do Egito. O pensamento principal desse mandamento abrange a singularidade e a exclusividade de Deus, sendo aplicado a todos nós, pois Deus tem o primeiro lugar em nossa vida: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). O segundo mandamento, “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso”, ensina-nos a adorar a Deus diretamente, sem mediação de nenhum objeto, porque “Deus é Espírito” (Jo 4.24). O seu enfoque é o compromisso com o único  Deus verdadeiro, afastando dos ídolos e da idolatria os filhos de Israel. Nós repudiamos toda a forma de idolatria. O terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão” significa não usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, nem faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um juramento falso ou fazer um voto e não o cumprir. O Senhor Jesus fez menção do terceiro mandamento quando falou contra o perjúrio.
3.   O sábado.
 A guarda do sábado é o único preceito do Decálogo não repetido no Novo Testamento para ser observado pelo cristão: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados” (Cl 2.16). O sábado é um preceito cerimonial, pois é colocado no mesmo nível do ritual do templo. Os sacerdotes podiam violar o sábado e ficar sem culpa. De igual modo, o sábado é posto em pé de igualdade com os preceitos dietéticos. O domingo, termo que significa “dia do Senhor”, pois, nesse dia, o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos. O primeiro culto cristão aconteceu no domingo: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!” (Jo 20.19). Esse dia foi instituído sem decreto e sem norma legal como o dia de culto pelos primeiros cristãos desde os dias apostólicos: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite” (At 20.7). Por essa razão, nós estamos desobrigados do quarto mandamento.
4.   O propósito do quinto mandamento.
A segunda parte dos Dez Mandamentos começa com o quinto mandamento, “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”. Honrar pai e mãe vai além da simples obediência; implica amar e respeitar de forma elevada, demonstrando espírito de consideração e submissão. O Senhor Jesus disse que foi o próprio Deus que ordenou esse mandamento: “Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe” (Mt 15.4); e Ele mesmo obedecia ao seu pai adotivo, José, e a Maria, sua mãe: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito” (Lc 2.51).
5.   Os mandamentos expressos em duas palavras.
 O sexto mandamento, “Não matarás”, significa “não assassinar”. Por esse mandamento, Deus proíbe o assassinato e busca proteger a vida. O direito à vida é um bem pessoal e inalienável; sua preservação e proteção fazem parte de nossa responsabilidade como administradores da vida. O sétimo mandamento, “Não adulterarás”, condena o adultério e a impureza sexual. O objetivo dele é proteger a família. Diz respeito à pureza sexual e à proteção da sagrada instituição da família. É o compromisso de fidelidade entre marido e mulher. Quando o Senhor Jesus citou o sétimo mandamento no Sermão do Monte, “não cometerás adultério” (Mt 5.27), Ele foi mais além e disse: “Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28). O ensino de Jesus é que o olhar, o pensamento ou a imaginação de cobiça são igualmente condenáveis assim como o é o ato consumado. Ele disse que os adultérios procedem do coração humano. A Bíblia não condena o sexo, cuja santidade é inquestionável dentro do padrão divino: o casamento entre um só homem e uma só mulher. Sua prática ilícita, no entanto, tem sido um dos maiores problemas do ser humano ao longo dos séculos. O oitavo mandamento, “Não furtarás”, diz respeito à proteção da propriedade e abrange tanto o furto como outras práticas fraudulentas sobre as quais vigiamos para não cairmos nas ciladas do Diabo. Refere-se a qualquer negócio com vantagem ilícita e que deixa o outro no prejuízo. Vinculado a esse mandamento, está o trabalho como recurso para que cada um possa obter o sustento de sua família de maneira digna.
6.   Os dois últimos mandamentos.
O nono mandamento, “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo, tanto no dia a dia como nos tribunais. Trata-se da proteção da honra e da boa reputação no campo social. O propósito divino nesse mandamento é combater a mentira, a calúnia e a falsidade entre o povo. E não somente isso, mas também promover o bem-estar e a fraternidade entre os seres humanos. O décimo 88 mandamento, “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”, encerra o Decálogo. A cobiça é a raiz da qual surge todo o pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática. O propósito divino, aqui, é proteger o seu povo das ambições erradas. A cobiça infecta pobres e rica nas suas mais diversas formas.
7.   O Decálogo e a Lei de Deus.
Cremos e declaramos que o Decálogo em si mesmo não é a Lei de Deus, e sim parte dela. A Lei foi escrita num livro, e não em tábuas de pedra: “porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10); ela não se reveste de uma inspiração especial, pois “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16 – ARA); assim, não existe um texto bíblico mais inspirado do que outro. Os Dez Mandamentos não são mencionados textualmente no Novo Testamento como em Êxodo 20 e Deuteronômio 5. Aparecem quatro listas parciais com cinco desses preceitos. Três dessas listas constam nos evangelhos sinóticos, nas passagens paralelas do diálogo entre o moço rico e o Senhor Jesus em Mateus,30 em Marcos31 e em Lucas. 32 Há, ainda, outra lista parcial com quatro preceitos em Romanos. Em todas essas listas, os mandamentos não aparecem na sequência canônica. Na lista de Mateus, é acrescido do resumo da segunda parte do Decálogo “amarás o teu próximo como a ti mesmo”, que é uma citação de Levítico 19.18, e, na lista de Marcos, consta ainda: “não defraudarás alguém”.

Referência: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/2016



       
       


sábado, 8 de setembro de 2018

SOBRE A LEI




          CREMOS, professamos e ensinamos que a Lei de Moisés ou Lei do Senhor é de origem divina. As expressões “Lei de Deus”, “Lei do Senhor” e “Lei de Moisés” dizem respeito a uma mesma coisa.A Lei de Moisés é o mais importante código de leis da antiguidade por sua santidade, por seu caráter espiritual e por sua autoridade divina: “a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom [...] a lei é espiritual” (Rm 7.12,14). Ela foi dada por Deus aos israelitas por meio de Moisés, o grande legislador do povo hebreu: “Porque a lei foi dada por Moisés” (Jo 1.17). Sua grandeza, porém, vai além de tudo isso, pois nela, Deus esboça o plano da redenção humana em Cristo: “Porque o fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). A Lei é constituída de cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Seus preceitos jurídicos e suas narrativas históricas são de natureza profética, com significados espirituais profundos e aplicações teológicas no Novo Testamento.
         
1.             Preceitos morais, cerimoniais e civis.
A chamada lei moral, lei cerimonial e lei civil são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17). Os preceitos morais são os que tratam dos princípios básicos morais sem concessão, válidos para todos os povos, e em todas as épocas, e em todos os lugares. A lei cerimonial é a parte que trata das festividades religiosas, do sistema de sacrifício e da adoração no santuário, dos alimentos limpos e imundos e das instruções sobre a pureza ritual, entre outros preceitos. A lei civil diz respeito à responsabilidade do israelita como cidadão; eram regulamentos jurídicos e instruções que regiam a nação de Israel. Essa visão tripartida da lei é didática e surgiu na Idade Média. Todos esses tipos de preceitos aparecem na Bíblia como a Lei de Moisés; porém, sem classificação específica, tudo é a Lei de Moisés.

2.             A função da lei.
A Lei é chamada de Torá no Antigo Testamento hebraico e pelos judeus ainda hoje; o termo Torá basicamente significa “instrução, ensino, lei”; contudo, a palavra mais usual entre os cristãos é Pentateuco, termo grego que literalmente significa “cinco estojos de levar rolos de papiros” e que foi aplicado aos cinco livros de Moisés pelos judeus de Alexandria a partir do primeiro século d.C.. A Lei foi dada por Moisés aos filhos de Israel no Monte Sinai como instrução de Deus para o seu povo Israel e também como guia para o bem-estar de toda a nação: “Esta é, pois, a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel” (Dt 4.44). Temos na Lei de Moisés a base e a estrutura social e política do Estado. O papel dos profetas do Antigo Testamento como porta-vozes de Deus e intérpretes da lei era o de conscientizar o povo do seu compromisso assumido no Sinai, colocando em prática a aliança feita com os seus antepassados. A formação social e cultural de Israel e a sua grande influência entre todos os povos da terra devem-se à pregação e aos escritos desses profetas que o cristianismo difundiu por todo o mundo.
3.             A lei e a fé cristã.
A lei não salva nem é essa a sua função. Ninguém é justificado pelas obras da lei: “o homem não é justificado pelas obras da lei” (Gl 2.16). Sua função é revelar o pecado no ser humano para nos conduzir a Cristo: “a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados” (Gl 3.24). A lei é como o resultado de um exame, que mostra a enfermidade e, com base no qual, o médico indica o medicamento para a cura — o sangue do Cordeiro Imaculado que tira o pecado do mundo: “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). A lei não podia ajudar o israelita a praticar a justiça, pois ela, como um termômetro que mede a temperatura, sem gerar, porém, calor ou frio, apenas mensurava a justiça e a injustiça, mas não ajudava ninguém a se tornar justo ou injusto.
4.             A lei e a graça.
Entendemos que a lei diz: “faça e viva” ; a graça, no entanto, diz: “viva e faça”. Não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça. Isso significa que não somos controlados pela lei, mas, sim, pela graça: “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl 5.18). Nossa obediência não é mais ao estilo da lei escrita; agora, estamos livres para servir a Deus na direção do Espírito Santo: “estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos  retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (Rm 7.6). Apesar de estarmos libertos da lei, essa liberdade significa que estamos livres para servir, e não para pecar, pois agora somos servos de Cristo, e não da lei. Assim sendo, servimos a Jesus e somos guiados pelo Espírito na obediência.
5.             A transitoriedade da lei.
O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos morais, cerimoniais e civis: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.17,18). A lei durará enquanto durar o universo, mas Jesus a cumpriu para efetuar uma mudança: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). A função da lei era transitória; ela foi dada por causa do pecado até a vinda do Messias e serviu para nos conduzir a Cristo: “Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio” (Gl 3.25). Nesse sentido, todo o sistema mosaico foi abolido. No entanto, a verdade moral contida na lei foi resgatada sob a graça e adaptada a ela.

Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/2016