sábado, 16 de março de 2019

O QUE É DISCERNIMENTO



Discernimento é uma prática espiritual que todo crente deve desenvolver no seu relacionamento com o Senhor. O apóstolo Paulo recomendou aos filipenses que eles crescessem em sabedoria e conhecimento para que pudessem escolher as coisas excelentes. Assim, poderiam viver sem culpa e agradar a Deus até a volta de Cristo (Fp l .9-11). Ter sabedoria e conhecimento remete a discernir julgar ou escolher entre duas ou mais opções. O conselho paulino, então, expressa que devemos desenvolver uma reflexão crítica que nos ajude na nossa santificação para sermos melhores servos de Deus e cumprirmos os propósitos divinos na nossa vida.

Praticar o discernimento é reconhecer quando Deus está se comunicando com alguém, ou se é alguma distração. Como escreveu Richard Peace, teólogo e professor de formação espiritual, discernimento é uma maneira para distinguir as diversas vozes, impulsos, conselhos e intuições. Isso não é fácil para aqueles que vivem uma rotina carregada de atividades. A sensibilidade do reconhecimento depende da intimidade que se tem com o Senhor, de quanto se está atento para ouvir e seguir as orientações dadas pelo Espírito Santo (1 Co 2.11 -16). Terão dificuldades em identificar a voz divina aqueles que não buscam a presença do Senhor. O uso do discernimento considera tanto a tomada de decisão em assuntos corriqueiros da vida humana como também o discernimento de espíritos. Há diferentes tipos de discernimentos porque as escolhas também variam.

A passagem de l Coríntios 12.8-10 fala sobre dons espirituais relacionados ao ato de discernir; são eles: sabedoria, conhecimento e discernimento de espíritos. Seguindo a interpretação dos assembleianos brasileiros, como expresso na Declaração de fé das Assembléias de Deus, "o dom da sabedoria é um recurso extraordinário proveniente do Espírito Santo, cuja finalidade é a solução de problemas igualmente extraordinários" (p. 173). É para resolver algo que está além das condições humanas e que só a intervenção divina soluciona. O outro dom, o do conhecimento, é uma compreensão que também só provém de Deus, manifestada pelo Espírito Santo. Da mesma forma é o discernimento de espíritos: só pelo Espírito Santo é possível identificar as imitações malignas. Esses dons apresentados em 1 Coríntios 12 são aqueles relacionados a situações excepcionais que somente a atuação divina pode solucionar, independentemente do esforço ou da inteligência humana.

Nós, que vivemos o período da igreja, temos o privilégio de desfrutar da operação do Espírito Santo no mundo. Podemos ter conhecimento da vontade de Deus porque o Espírito Santo foi dado à igreja e a cada crente para nos guiar em toda a verdade (Jo 16.12-15). Essa atuação é consequência de Pentecostes (At 2). São diversas as implicações dessa prática que banalizam a operação do Espírito Santo. Fica no esquecimento que Deus deseja interagir com cada pessoa, e o cristão não é incentivado a submeter-se e a desenvolver um relacionamento com Deus. Corre-se o risco de reduzir a prática do discernimento a emoções. Cria-se a imagem de um Deus oferecedor de coisas materiais.
Alguns pontos podem servir como referência para avaliar se o discernimento diante de determinada situação é de providência divina. Um bom indicador é observar se a mensagem que recebemos é compatível com a mensagem da Bíblia. Outra maneira de avaliar a mensagem recebida é conversando com pessoas de confiança na igreja que frequentamos ou outros crentes.
Discernimento é para a vida cristã como um todo, e não só para momentos de decisão ou discernimento dos espíritos malignos. Portanto, ter bom discernimento e direção está relacionado a viver na presença de Deus. O relacionamento íntimo se desenvolve por meio da oração, do conhecimento e prática da sua Palavra (Sl 119.105), deixando que nossa mente seja guiada pelo Espírito Santo (1 Pe 5.7) e pedindo por sabedoria quando ela for necessária (Tg 1.5, 6).

A base do discernimento pessoal está apresentada no ensino de Paulo. Com base em Romanos 12.1,2, é preciso ter compromisso com Deus, a mente renovada e uma vida em comunhão com uma igreja. Dessa forma, a vontade de Deus pode ser conhecida. Esses são elementos imprescindíveis para a vida cristã, não só para discernir o bem do mal.

Ter compromisso com Deus significa entregar a vida ao Senhor. Esse pensamento paulino é identificado por A. W. Tozer em "Como o Senhor guia". Segundo o autor, para ter discernimento, é fundamental que o crente se dedique à glória de Deus e se entregue ao senhorio de Jesus Cristo. A natureza humana é pecaminosa, "porque todos pecaram e destituídos estão de Deus" (Rm 3.23). Portanto, o primeiro passo é ter consciência dos pecados e confessá-los ao Senhor. Devemos, então, ter uma vida santa e nos oferecer por completo ao Senhor - física espiritual e emocionalmente, isso é o culto racional.

Essa atitude de ter compromisso com Deus leva à transformação de vida. Antes era o pecado que dominava a pessoa, mas, em Cristo, o pensamento e as emoções são trabalhados por Deus (Rm 8.9, 10). Aqueles que não se dedicam à santificação não são capazes de andar segundo o Espírito de Deus porque não é esforço humano que transforma, mas Cristo (Rm 8.1-4). Estar em Cristo é não viver pelo pecado, mas sim ser guiado pelo Espírito Santo.

A transformação é a reversão do intelecto corrompido, porque a mente degenerada não consegue avaliar a vontade de Deus. Pela fé em Cristo, a vida pecaminosa é transformada em uma vida reta. Assim, a renovação da mente significa deixar o pecado e viver de acordo com os padrões divinos, tendo em vista não o presente, mas a era vindoura. O resultado é o cristão usar seu corpo para servir a Cristo.

Tendo uma vida dedicada ao Senhor com uma mente guiada pelo Espírito, o cristão ainda precisa estar ligado a outros crentes. Estar em comunhão com a igreja, ou o corpo de Cristo, significa cuidar dos membros (Rm 12.4), aprender a viver em submissão aos outros (Rm 12.5), sobretudo à liderança. Estar em comunhão com os irmãos e as irmãs ajuda a entender a operação divina por meio do Espírito Santo e a esclarecer a vontade de Deus.

Nos versos 1 e 2 de Romanos 12, vemos que o discernimento da vontade de Deus para nossa vida é resultado da atividade mental humana. O culto racional dispensa "truques mágicos" e não pode ser reduzido a emoções. Tendo um relacionamento sólido com o Senhor, o Espírito Santo trabalha em nossa vida por completo, e assim somos capazes de reconhecer o que é bom da perspectiva divina.

As Escrituras, por meio da operação do Espírito Santo, desempenham um papel importante na vida humana (Cl 3.16) e servem de controle para a prática do discernimento. Por meio delas, aprendemos sobre a salvação, Deus e sua revelação em Jesus, e nossa fé é fortalecida. O texto bíblico é a referência do cristão, e nenhuma mensagem que lhe é entregue está acima do texto inspirado pelo Espírito Santo. Isso aponta para as limitações do discernimento humano. Embora tenhamos a capacidade de avaliar o que é moralmente certo ou errado, as mensagens recebidas são uma garantia interna de que Deus está conosco e não podem ser impostas as outros como regra.

A oração é uma ferramenta fundamental para o discernimento, por se tratar de relacionamento e comunicação com Deus. Como se ora, no entanto, precisa ser avaliado. Se o objetivo é a busca por melhor compreensão, a oração não deve ser intercessora ou peditória. O discernimento pode ser tanto pessoal quanto coletivo. Por pertencer a uma igreja local, muitas vezes surgem ocasiões em que é preciso decidir sobre algo que afetará todos os irmãos e irmãs. Quando discernimos a voz de Deus, é o momento de responder a ela. Essa atitude reflete nosso interesse em nos relacionarmos com o Senhor. São diversas as maneiras como podemos responder: com louvor, arrependimento, quebrantamento, confissão de pecado, agradecimento e mudança de atitude. Essa atitude, então, mostra que estamos abertos a viver e ser transformados conforme a vontade de Deus, e não conforme a nossa própria vontade.

No contexto evangélico brasileiro, em que predominam os que acreditam na manifestação sobrenatural dos dons espirituais, é preciso tomar cuidado para não entender o discernimento como uma prática mágica. Esse tipo de atitude transfere o discernimento a determinadas pessoas que seriam capazes de distinguir as mensagens divinas das demoníacas ou receber informações privilegiadas sobre os eventos. Essa crença cultural, então, pode ser levada para a igreja, e os crentes passam a nomear pessoas oportunidade para se ficar em silêncio na presença do Senhor.

Bibliografia: Livro de apoio do trimestre EBD -Esequias Soares &
Daniele Soares – Batalha espiritual.

           

sábado, 9 de março de 2019

Qual a razão da Igreja?


Poder do Alto contra as Hostes da Maldade
Atos 8.5-13,18-21

 Evangelista Daniel e Missionária Maria


O relato do trabalho evangelístico de Filipe em Samaria nos chama a atenção. Primeiro, por causa da animosidade que havia entre judeus e samaritanos; depois, porque Jesus havia dito antes: não “entreis em cidade de samaritanos” (Mt 10.5). Mas a região foi palco de um grande avivamento com a chegada do Evangelho. Isso aconteceu no poder do Espírito Santo, que trouxe muita alegria, gozo e libertação na cidade, mas o Evangelho também veio para desfazer as obras das trevas.

Os samaritanos eram os israelitas que se mesclaram como povos estrangeiros durante o período da dispersão das Dez Tribos do Norte em 722 a.C. Com o passar do tempo, essa mescla veio a ser também religiosa. Na era apostólica, o clima entre judeus e samaritanos era tenso. O evangelho de João resume o relacionamento entre judeus e samaritanos nas seguintes palavras: “Judeus não se comunicam com os samaritanos” (Jo 4.9).

A cidade foi fundada pelo pai do rei Acabe, o qual reinava sobre dez tribos do norte, que se apartaram de Jerusalém no século 10 a.C.(1 Rs 12.19,20). O nome do rei era Onri, que comprou um monte de um cidadão chamado Semer, onde fundou uma cidade à qual deu o nome de Samaria, em homenagem ao dono anterior, e fez dela a capital do seu reino (1 Rs 16.24). Mesmo antes da dispersão dos israelitas do reino do Norte, já havia um clima de tensão entre Samaria e Jerusalém, Israel e Judá, os dois reinos que se dividiram após a morte de Salomão.Como mostra o gráfico abaixo,Jeroboão começou a reinar em 931 a.C.







Quando o rei da Assíria, Salmaneser, sitiou Samaria em 722 a.C., levou para o cativeiro as dez tribos do norte (2 Rs 17.3). Mas foi Sargom II, sucessor de Salmaneser V, que concluiu o cativeiro dos israelitas das Dez Tribos do Norte. Os assírios levaram as Dez Tribos do Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros para povoarem a terra de Israel. Os poucos filhos de Israel que ficaram na terra se misturaram com os estrangeiros deportados de suas terras (2 Rs 17.24- 31). Desse modo, seus filhos não eram totalmente judeus nem completamente gentios; eram os samaritanos.

Por causa disso surgiram as dissensões entre Samaritanos e judeus. Os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos na reconstrução do templo de Jerusalém quando Judá retornou do cativeiro babilônico, (586 a.c – retorno 538 a.c); (Ed 4.1-4). Os samaritanos rejeitaram as Escrituras do Antigo Testamento, adotaram apenas o Pentateuco e também construíram um templo rival no monte Gerizim. Com esses fatos, a ruptura samaritana se consolidou, mas eles esperavam também a vinda do Messias  (Jo 4.25). Na era apostólica, Samaria era o nome da cidade e ao mesmo tempo da província romana.

O Conflito entre judeus e samaritanos pendura até hoje. O relacionamento cristão com os samaritanos começou de forma salutar com o Senhor Jesus e depois continuou com Filipe e chegou até a era da igreja. Este Felipe aqui mencionado é o mesmo que foi escolhido como um dos sete diáconos (At 6.5), mas logo se destacou na pregação do Evangelho e aparece cerca de vinte anos depois como evangelista (At 21.8).

Os samaritanos, numa ocasião, recusaram-se a receber Jesus quando Ele estava a caminho de Jerusalém (Lc 9.52,53).
Mas, na aldeia de Sicar, em Samaria (Jo 4.5), os samaritanos receberam Jesus e creram na sua mensagem como resultada do testemunho da mulher samaritana (Jo 4.39-42). A passagem do Bom Samaritano (Lc 10.25-28) foi uma lição para os judeus: eles não deviam imitar o levita nem o sacerdote, mas o samaritano. Jesus proibiu os discípulos de entrarem em cidades samaritanos,  porque Ele fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.5,6), uma vez que ainda não era tempo. Mas, depois de sua ressurreição dentre os mortos, Jesus mandou pregar também em Samaria (At 1.8). Filipe agora estava cumprindo com êxito essa missão.

Filipe foi impulsionado pelo Espírito Santo; do contrário, não ousaria enfrentar as hostilidades dos samaritanos. Filipe “lhes pregava a Cristo” (v.5) com poder, de modo que as multidões prestavam atenção no que ele dizia, pois “ouviam e viam os sinais que ele fazia” (v.6). Era algo inédito e que atraía as multidões: “pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos  paralíticos e coxos eram curados” (v.7). Essa manifestação era o autêntico poder do alto contra as hostes por meio da pregação do evangelho. Filipe revolucionou a cidade pelo poder de Deus.

Havia muita alegria na cidade com a chegada de Filipe, batizava homens e mulheres (v.12). A notícia desses fatos chegou à Igreja de Jerusalém, que enviou os apóstolos Pedro e João, os quais trouxeram o que ainda faltava aos  samaritanos convertidos: o batismo no Espírito Santo. Ao chegarem à Samaria, eles impuseram as mãos sobre os novos crentes, que “receberam o Espírito Santo (v13).

Nesse contexto de tanta alegria e gozo entre o       povo mediante a obra realizada por Filipe, surge a figura de um cidadão: “Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem” (v.9). Ele já estava na cidade antes da chegada de Filipe e era reconhecido pela população como “a grande virtude de Deus” (v.10). Isso significa que Simão se declarava um tipo de emanação ou representação do ser divino. No entanto, não passava de um embusteiro que, durante muito tempo, iludia o povo com artes mágicas  (vv.9,11).

O texto sagrado afirma: “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito” (v.13). É difícil saber até que ponto a conversão de Simão, o mágico, era genuína, pois o relato indica tratar-se de uma conversão meramente intelectual ou artificial.
A avaliação do apóstolo Pedro foi: “o teu coração não é reto diante de Deus”(v.21). Assim, impressionado com os milagres que Filipe operava, Simão teria se convencido de ser Jesus o Messias, mas não houve transformação em sua vida.

Sabemos nós que diante de Deus nada permanece oculto; Simão, o mágico, foi desmascarado na tentativa de subornar o apóstolo Pedro, pensando ser possível comprar o poder do Espírito Santo. Essa atitude não condiz com a postura de um novo convertido que ainda não compreende a natureza da fé cristã (1 Tm 3.6). Parece
que Simão imaginou ter descoberto uma nova fórmula mágica, como os exorcistas de Éfeso (At 19.13) e, dessa forma, achou que podia comprar essa  “fórmula” para ampliar o seu curriculum e acrescentar ao seu cardápio um novo serviço para o povo. Ele não agiu com sinceridade, por isso o apóstolo Pedro o amaldiçoou (vv. 20-23). Foi do nome de Simão que veio o termo “simonia”, que consiste no ato deliberado de comprar ou vender as coisas espirituais. Os discípulos de Simão ainda estão por aí negociando e vendendo as coisas espirituais.

Portanto a Miscigenação na história do povo de Deus serve como alerta para nós hoje, bem com a narrativa de Simão, o mágico, nos Mostra que seu comportamento foi reprovado por Deus. Há uma diferença abissal entre o poder que vem do alto, o poder sobrenatural do Espírito Santo, e os pseudomilagres operados por charlatões e embusteiros, agentes a serviço do reino das trevas. Isso nos serve de lição para estarmos alertas quanto aos líderes enganosos.

Referência: Lições Bíblicas das Assembléias de Deus Ministério Belém; https://bereanos-na-ebd.blogspot.com/

domingo, 3 de março de 2019

Como Satanás se opõe ao crente?


              

            Satanás se opõe ao crente em muitos aspectos, alguns deles direto e óbvio e outros deles indiretas e sutis. Primeiro de tudo, ele tenta impugnar caráter e credibilidade de Deus, assim como ele fez com Adão e Eva. Porque a maior força do homem é confiar em Deus, o objetivo de Satanás é fazê-lo desconfiar de Deus. Em inúmeras variações Satanás continua a seduzir os homens para duvidar da vontade de Deus ("De fato, que Deus disse?") E para duvidar Seus motivos ("Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus ", Gen. 3: 1 , 5 ). Supremo desejo do diabo é para convencer os homens de que Deus não é confiável, para levá-los a negar a Palavra de Deus e fazê-lo de mentiroso (veja 1 João 5:10 ). Satanás pinta o Pai de verdade em sua própria imagem perversa como "o pai da mentira" ( João 8:44 ). Quando um crente duvida da bondade de Deus, amor, poder, graça, misericórdia, ou suficiência, ele se junta a Satanás em impugnar a veracidade de Deus. Quando um crente se torna ansioso, desanimado, deprimido e sem esperança, ele se junta a Satanás em impugnar confiabilidade de Deus. Ele seduz alguns crentes até mesmo para cometer assassinato contra si mesmo através do suicídio, porque eles não vão reconhecer ou aceitar o perdão seu Pai celestial continuamente e oferece livremente ( 1 João 1: 9 ). Quando uma criança morre ou é permanentemente aleijado, um marido ou esposa é tirado, uma criança se afasta do Senhor, ou perdemos nossos negócios ou nossa saúde, Satanás ou seus demônios podem tentar gerar pensamentos na mente que colocar o culpa em Deus. Esta arena de conflito também envolve atacar a veracidade e suficiência das Escrituras.
            Em segundo lugar, Satanás tenta minar vitória presente, gerando problemas que torna a vida difícil, tentando-nos, assim, a abandonar a obediência às normas e chamado de Deus. Sua tática mais extrema é perseguição. Ao longo da história da igreja, os fiéis tiveram de pagar por sua fé com sua reputação, sua liberdade, seus empregos, suas famílias, e até mesmo suas vidas. Talvez perseguição mais comum e eficaz do diabo dos cristãos vem sob a forma de pressão dos pares. O medo da crítica e do desejo de ser aceito pelos amigos leva os crentes a comprometer a Palavra de Deus. Satanás pode até reverter sua abordagem e à vida cristã fiel rebaixada, tornando mais fácil. Sem dificuldades, há a tendência para perder o senso de dependência do Senhor. As circunstâncias mais fáceis são muitas vezes os mais difíceis em que para ser fiel. Muitos crentes cuja fé é fortalecida por tempos difíceis encontrá-lo é enfraquecido quando o campo de batalha é tranquilo. O cristianismo é muitas vezes impotente quando é aceitável.
            Em terceiro lugar, Satanás ataca crente através confusão doutrinária e falsidade. Cristãos que são ignorantes há Palavra de Deus são presas fáceis para idéias erradas sobre as coisas de Deus sobre a salvação, santificação, moralidade, céu e inferno, a segunda vinda, e todos os outros a verdade bíblica. O crente que está confuso sobre a Palavra de Deus não pode ser eficaz na obra de Deus. Ele é "jogou aqui e ali por ondas e levados ao redor por todo vento de doutrina" ( Ef. 4:14 ). O inimigo continuamente tenta convencer os cristãos que a Escritura é difícil de entender e insuficiente para lidar com questões complexas, de modo que a pessoa média não pode esperar para fazer sentido ou aplicação do mesmo e pode muito bem desistir de tentar. Quando os crentes ouvir pregadores e professores dando interpretações conflitantes e mesmo contraditórias da doutrina, seus medos sobre a Escritura ser difícil de entender são reforçadas. E em vez de estudar a Palavra de Deus por si mesma, muitos se tornam ovelhas dispostos para falsos pastores para desviar.
            Em quarto lugar, Satanás ataca o povo de Deus, impedindo o seu serviço a Ele. Ele se opõe a toda a vida fiel e cada ministério eficaz. Opôs-se o trabalho de Paulo em Éfeso por meio de "muitos adversários" ( 1 Cor. 16: 9 ) e até mesmo deu o apóstolo "um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para Buffet [ele]" ( 2 Cor. 12: 7 ), e impediu seus planos para Tessalônica ( 1 Ts. 2:18 ). O Senhor usou esse espinho para fortalecer o ministério de Paulo, mantendo-o dependente e humilde e Ele usou esse obstáculo para realizar a sua obra prioridade em outros lugares, mas o propósito de Satanás busca minar e enfraquecer o trabalho.
            Em quinto lugar, Satanás ataca os crentes, causando divisões. É por isso que Jesus orou tão intensamente e repetidamente para a unidade de Seus seguidores ( João 17:11 , 21- 23 ) e ordena que ser rápida e de boa vontade reconciliados um com o outro ( Matt. 05:24 ). Nada evidencia mais claramente a carnalidade da igreja de Corinto que a sua divisão (ver 1 Cor 1-3. ), e uma das grandes preocupações de Paulo pelos crentes de Éfeso foi a de que eles sejam "diligente para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz "( Ef. 4: 3 ).
            Em sexto lugar, Satanás ataca os crentes persuadindo-os a confiar em seus próprios recursos. Para tentar fazer a obra do Senhor em nosso próprio poder não é para fazer a Sua obra em tudo. Depois de Davi tinha experimentado muitos anos de regra com sucesso sobre Israel e de derrotar seus inimigos, "Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar Israel." Em vez de confiar no Senhor como ele tinha no passado, Davi decidiu contar os seus próprios recursos, em termos de soldados. "Deus estava descontente com essa coisa, por isso Ele atingiu Israel" com o julgamento. "E Davi disse a Deus:" Eu pequei muito, em que eu fiz essa coisa, mas agora, por favor tire a iniqüidade do teu servo, pois tenho feito muito tolamente. '"( 1 Crônicas 21: 1-8. ) . Não importa o quanto abrangente  é nossa teologia e não importa o quão sólida a base bíblica do nosso entendimento, se não confiar dia a dia na liderança e provisão de Deus, vivendo em constante fé e oração dependente, somos soldados despreparados de Cristo e são vulneráveis aos nossos adversários espirituais. Sendo preenchido com a Palavra de Deus, mas não obediente ao Seu Espírito causou a queda de muitos crentes. Doutrina certa, sem devoção à direita é uma armadilha grave para muitos cristãos. A pessoa que confia no seu próprio entendimento, em vez de o próprio Senhor ( Prov. 3: 5 ) joga nas mãos de Satanás. Como observamos com esta mesma igreja em Éfeso, dentro de poucos anos tornou-se frio e mecânico na expressão da sua ortodoxia. Teologia direito sem profunda devoção a Cristo não pode impedir a morte de uma igreja.
            Em sétimo lugar, Satanás ataca os crentes, levando-os em hipocrisia. Um de seus maiores sucessos ao longo da história da Igreja é a de preencher a igreja com os infiéis religiosos e com verdadeiros crentes que vivem vidas desobedientes. O crente que está mais preocupado com a sua reputação para fora do que sua espiritualidade interior faz o trabalho do diabo, não do Senhor. Para ser satisfeito com cobrindo os nossos pecados e fraquezas espirituais com uma máscara de piedade, em vez de levá-los ao Senhor para a limpeza e fortalecimento, é jogar o jogo de Satanás.

            Em oitavo lugar, Satanás ataca os crentes, levando-os para o mundanismo, seduzindo-os a deixar o mundo espremê-los "em seu próprio molde" (ver Rom. 12: 2 , Phillips). Em tempos de prosperidade que este se encontra particularmente fácil de conduzir o povo de Deus no materialismo, a auto-satisfação, auto-indulgência, o hedonismo, e contentamento com as coisas deste mundo. Refletindo novamente no aviso de João, somos lembrados: "Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo "( 1 João 2: 15-16 ).
            Em nono lugar, de uma forma que englobam todos os outros, Satanás ataca os crentes, levando-os a desobedecer a Palavra de Deus. Porque Deus nos quer agir com fidelidade, o inimigo nos encoraja a agir deslealmente Porque Deus quer que vivamos moralmente, o inimigo nos solicita a viver imoralmente. Porque Deus nos quer falar a verdade, o inimigo nos tenta a mentir. Porque Deus quer que amemos, o inimigo nos tenta odiar. Porque Deus quer que se contentar com o que temos, o inimigo nos tenta a cobiçar. Porque Deus quer que vivamos pela fé, o inimigo nos tenta viver por vista. E assim, com todos os comandos e padrão das Escrituras.

            Referência: COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO
(WILLIAM BARCLAY)


A ARMADURA DE DEUS Efésios 6:10-20




          Quando Paulo se despede dos seus, pensa na enorme luta que os espera. Sem dúvida na antigüidade a vida era muito mais terrível que em nossos dias. As pessoas criam cegamente em demônios, diabos e maus espíritos.
          Pensavam que o ar estava infestado desses maus espíritos, todos empenhados em danificar ao homem. Os termos que Paulo usa — principados, potestades, governadores — são todos nomes de diferentes classes de espíritos e demônios.
          Para Paulo o universo inteiro era um campo de batalha. O cristão não só tinha que lutar nos ataque dos homens, mas também nos ataques de forças espirituais que lutavam contra Deus. Nós podemos não interpretar literalmente a linguagem de Paulo; mas sabemos por experiência que o mal é um poder ativo neste mundo. Admitimos que todos temos sentido a força deste mau influxo que tenta induzir-nos ao pecado. Isto é o que em substância pensa Paulo quando fala dos demônios.
          Assim Paulo se prepara para a defesa; e de repente adverte que tem diante dos olhos uma ilustração acabada. Durante todo este tempo Paulo estava encadeado pelo punho a um soldado romano. O soldado estava ali noite e dia para evitar que escapasse; o apóstolo era literalmente um embaixador em cadeias.
          Agora, Paulo era a classe de homem que podia dar-se bem com qualquer pessoa; sem dúvida tinha falado com freqüência com os soldados forçados a estar tão perto dele. Quando está escrevendo levanta o olhar e a contemplação da armadura do soldado lhe sugere uma imagem. Também o cristão tem sua armadura. Paulo menciona parte por parte a armadura do soldado romano, traduzindo-a em termos cristãos.
1-   Cinto da verdade.
Era o cinto que rodeava a túnica do soldado e do qual pendia a espada; o cinto lhe dava liberdade de movimento. Os outros podem conjeturar e andar tateando; o cristão se move livre e rapidamente porque em qualquer situação conhece a verdade. Quanto mais importante é a preparação do cristão como ele enfrenta as forças de Satanás. "Nenhum soldado em serviço ativo", diz Paulo, "se embaraça nos assuntos do dia a dia, para que ele possa agradar aquele que o alistou como soldado" ( 2 Tm 2: 4 ). É triste que tantos cristãos se contentem em deixar as "túnicas" de suas preocupações diárias e as preocupações com a brisa bater à sua volta - continuamente interferir com a sua fidelidade ao Senhor e dando o diabo todas as oportunidades para enredar e derrotá-los com a sua própria hábitos e interesses imaturos.  
2-    A couraça de justiça.
 Nenhum soldado romano sairia para a batalha sem o seu peitoral , um resistente, peça sem mangas de armadura que lhe cobria o torso completo. Foi muitas vezes feitas de couro ou linho pesado, no qual foram costuradas fatias sobrepostas de cascos de animais, ou chifres ou pedaços de metal. Alguns foram feitos de grandes peças de metal moldado ou martelado para se conformar ao corpo. O objetivo desse pedaço de armadura é óbvio para proteger o coração, pulmões, intestinos e outros órgãos vitais.
 No pensamento judaico antigo, o coração representou a mente e a vontade e os intestinos foram consideradas a sede das emoções e sentimentos. A mente e as emoções são as duas áreas em que Satanás ataca mais ferozmente os  crente.  
Para colocar a couraça da justiça é preciso viver no dia a dia, a obediência momento-a-momento para o nosso Pai celestial. Esta parte da armadura de Deus é uma vida santa, para que Deus provê o padrão e o poder, mas para o qual precisamos suprir a vontade. O próprio Deus coloca em nossa justiça imputada, mas temos que colocar na nossa justiça prática.
Quando um homem está revestido da justiça é inexpugnável. Não são as palavras as que defendem contra a acusação, mas sim a vida boa. A única maneira de enfrentar as acusações contra o cristianismo é demonstrar quão bom pode ser um cristão.
3 - As sandálias
Sapatos de um soldado é muito importante , porque a sua própria vida pode depender deles. Como ele segue em bruto, estradas quentes, sobe em cima de pedras irregulares, atropela os espinhos, e vadeia através estradas de pedras irregulares, os pés precisam muita proteção. Um soldado cujos pés estão empolado, corte, ou inchados não pode lutar bem e muitas vezes nem sequer é capaz de levantar-se diante de uma perigosa situação no campo de batalha. Ele não pode muito bem lidar com sua espada ou escudo e não pode avançar rapidamente ou até mesmo recuar. Simboliza o sinal de que alguém estava equipado e preparado para a marcha. Calçados espiritual do cristão é igualmente importante na sua luta contra as ciladas do diabo.  O sinal do cristão é seu afã de estar no caminho para pregar o evangelho e participá-lo a outros. Ele está sempre disposto a comunicar a boa notícia de Cristo aos que não a conhecem. O crente que está em poder do Senhor não precisa temer qualquer inimigo, até mesmo o próprio Satanás. Quando ele vem para nos atacar, nossos pés estão enraizados firmemente no chão sólido do evangelho da paz.
4 - O escudo.
A palavra que Paulo usa para escudo não se aplica ao relativamente pequeno escudo redondo, mas sim ao grande e oblongo que levava o guerreiro pesadamente armado. Uma das armas mais perigosas nas guerras da antigüidade era o dardo aceso. Era um dardo que levava na ponta uma estopa empapada em breu. Esta estopa era acesa ao arrojar o dardo. Mas o grande escudo oblongo era a arma própria para extingui-lo. O escudo era feito de duas placas de madeira grudadas. Quando um desses dardos chocava-se com o escudo cravava-se na madeira e a chama se extinguia sozinha.
Os soldados que realizaram esses escudos estavam na linha de frente da batalha, e, normalmente, estavam lado a lado com seus escudos, formando uma enorme falange que se estende desde que uma milha ou mais. Os arqueiros ficavam atrás desta parede de proteção de escudos e atirou suas flechas à medida que avançavam contra o inimigo. Qualquer pessoa que se levantou ou agachado por trás de tais escudos foi protegido da barragem de flechas inimigas e lanças.  
A fé pode enfrentar os dardos da tentação. Para Paulo a fé é sempre plena e perfeita confiança em Cristo. Isto significa que a fé é sempre uma estreita relação pessoal com Cristo; quando partimos estreitamente unidos a Cristo nos vemos livres da tentação.
5 - A salvação é simbolizada pelo capacete.
 A Propósito do capacete, naturalmente, era o de proteger a cabeça de uma lesão, particularmente a partir do facão perigosa utilizada no combate de que dia. O fato de que o capacete está relacionado com a salvação indica que golpes de Satanás se dirigem a segurança do crente e garantia em Cristo.  Lembremos sempre que a salvação não apenas olha para trás - não significa apenas o perdão dos pecados passados, mas também a fortaleza frente a todo futuro ataque do  pecado. A salvação que está em Cristo nos dá o perdão dos pecados passados e a fortaleza para vencer o pecado futuro.
 Ataque mais perturbador de Satanás contra os crentes é em tentá-los a acreditar que eles perderam, ou podem perder, a sua salvação. Poucas coisas são mais paralisante, improdutivo, ou miserável do que a insegurança. Jesus disse: "Deixo com você, a minha paz vos dou;. Não como o mundo dá, eu dou a você Não deixe seu coração ser incomodado, nem se atemorize" ( João 14:27 ). Ele disse: "Estas coisas vos tenho dito, para que em mim tenhais paz" ( 16:33 ). Mas como pode um coração duvidar ter paz? Como pode uma pessoa que vive na incerteza contínua sobre a sua salvação ser confortado por tais promessas, quando ele não tem certeza de que eles se aplicam a ele ou que eles vão sempre se aplicam a ele? Se ele perder sua salvação, ele obviamente perde essas promessas também. Como poderia tal pessoa não tem um coração perturbado e com medo? Essas promessas seria um escárnio para ele.
6 - A espada, que é a palavra de Deus.
A palavra de Deus é uma arma que se usa ao mesmo tempo para a defesa e para o ataque. A palavra de Deus é a arma para nos defender contra o pecado e para atacar e vencer o pecado do mundo. Os cavaleiros de Cromwell lutavam com a espada numa mão e a Bíblia na outra. Jamais poderemos derrotar os inimigos de Deus ou ganhar as batalhas divinas sem o Livro divino. Nenhum crente tem desculpa para não saber e entender a Palavra de Deus. Cada crente tem próprio Espírito Santo de Deus dentro dele, como seu próprio professor divina da Palavra divina de Deus. Nossa única tarefa é a de submeter-se a Sua instrução, estudando a Palavra com sinceridade e compromisso. Não podemos alegar ignorância ou incapacidade, só desinteresse e negligência.
Finalmente Paulo chega à arma mais poderosa — a oração. São três as coisas que devemos notar aqui com respeito à oração.
 (a) Deve ser constante. Deve-se orar em todos os momentos da vida. Talvez a maior falha da vida cristã seja que freqüentemente tendemos a orar só nas grandes crises da vida. Só pela oração diária o cristão torna-se forte cada dia.
(b) Tem que ser intensa. Não tem que ser sonolenta, mas sim perseverante. Exige concentração. Uma oração frouxa não leva a parte alguma; exige a concentração em Deus de todas as faculdades.
(c) Não deve ser egoísta; deve abranger a todo o povo consagrado de Deus. Os judeus diziam: "Que o homem se una em suas orações com a comunidade". Penso que freqüentemente oramos por nós mesmos e muito pouco por outros. Devemos aprender a orar tanto e tão intensamente pelos outros como por nós. Finalmente Paulo se encomenda à oração de seus amigos. E não pede o bem-estar e a paz, mas sim a graça de poder transmitir o mistério do evangelho, que o amor de Deus é para todos os homens, para todo mundo. É preciso sempre lembrar que nenhum líder cristão ou pregador cristão podem levar a cabo sua obra se seu povo não sustentar suas mãos com a oração.
Portanto os recursos espirituais dadas por Deus para Seus filhos são para usar, não simplesmente para manter. Pedro declarou: "Seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e excelência". Mas, então, ele advertiu: "Agora, por isso mesmo, também, a aplicação de toda a diligência, no seu abastecimento de fé excelência moral, e em sua excelência moral, o conhecimento; e no seu conhecimento...”Porque, se essas qualidades são suas e  precisam ser utilizadas para o verdadeiro conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo ... Por quanto tempo você pratica essas coisas, você nunca vai tropeçar "(. 2 Pe. 1: 3 , 5-8 , 10 ). O Senhor nos dá comandos para obedecer e equipamentos a utilizar.

          Referências: COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO         (WILLIAM             BARCLAY);     JOHN MacArthur COMENTÁRIO DO NOVO    TESTAMENTO