CREMOS,
professamos e ensinamos que a família é uma instituição criada por Deus,
imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano,
sendo composta de pai, mãe e filho(s) — quando houver — pois o Criador, ao
formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o varão o
seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à
sua imagem e semelhança e fê-los macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação heterossexual. A
diferenciação dos sexos visa à complementaridade mútua na união conjugal:
“Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor” (1 Co 11.11); essa complementaridade
mútua é necessária à formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada
a família quando, na ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os
cuidados de parentes próximos. Rejeitamos o comportamento pecaminoso da
homossexualidade por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer
configuração social que se denomina família, cuja existência é fundamentada em
prática, união ou qualquer conduta que atenta contra a monogamia e a heterossexualidade,
consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus.
1. O casamento
ou união matrimonial.
Instituição criada por Deus, que tem por
princípios reguladores e estruturantes a monogamia:
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne” (Gn 2.24) e a
heterossexualidade: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que,
no princípio, o Criador os fez macho e fêmea” (Mt 19.4). Pelo casamento, um homem e uma mulher, por livre consentimento,
decidem unir-se mediante um pacto solene, do qual o Senhor Deus é a principal
testemunha, e, na condição de cônjuges sob os aspectos legal, formal, moral e
espiritual, prometem viver em fidelidade mútua, até que a morte os separe. De
tal modo sublime: “Venerado seja entre todos o matrimônio” (Hb 13.4), tem por referencial espiritual, moral e afetivo o
relacionamento entre Cristo e a Igreja. O casamento tem por propósitos: a
instituição da família matrimonial; compensação mútua do casal; a procriação; o
auxílio mútuo e continência e satisfação sexual. Entendemos que o homem é unido
sexualmente à sua esposa, como resultado do amor conjugal, não só para
procriar, mas também para uma vivência afetuosa, agradável e prazerosa: “Seja
bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.18) dentro dos limites do uso
natural do corpo e da pureza e da santidade. Reconhecemos o casamento civil e o
religioso com efeitos civis desde que não afrontem os princípios bíblicos e, em
especial, não seja realizado entre pessoas divorciadas, em desacordo com o
preconizado pelo Senhor Jesus. A dissolução do casamento é justificada nos
seguintes casos: morte, infidelidade conjugal e deserção por parte do cônjuge
descrente.
2. Pai, mãe e
filhos.
O pai e a mãe integram, de forma
originária, determinante e estruturante, a família, e a eles a Bíblia impõe o
dever de sustentar, formar, disciplinar os filhos e instruí-los moral e
espiritualmente. A diferenciação dos sexos é um princípio bíblico, natural e
determinante para as figuras paterna e materna. Na falta do pai ou da mãe por
deserção, separação, divórcio ou morte, o cônjuge remanescente continua a
cumprir o dever de preservar a família. Os filhos também, quando adquirirem
capacidade financeira, honram o pai ou a mãe que ficar sozinho. Todo
relacionamento entre homem e mulher que gere descendentes fora do casamento
acarreta compromissos morais e obrigações sociais para com esses descendentes
em razão da paternidade ou maternidade. Entretanto, por configurar um desvio
moral e espiritual em relação ao padrão divino para a instituição e preservação
da família, tal relacionamento não deve ter continuidade, posto que se
constitui prostituição, se antes do casamento, ou adultério, se extra
matrimonial: “porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os
julgará” (Hb 13.4). Os filhos, sejam
eles decorrentes do vínculo matrimonial, de adoção, ou havidos fora do
casamento, prestam obediência ao pai e à mãe, honrando-os por toda a vida. Esse
princípio é mitigado a partir do momento em que esse filho forma uma nova família, mediante o matrimônio. A
responsabilidade moral e espiritual decorrente dos laços de consanguinidade e
parentalidade perduram, mesmo diante da diminuição ou extinção do afeto entre
irmãos, originários ou não da relação matrimonial, ou da adoção.
3. Formas
heterodoxas de formação de família.
Considerando o padrão bíblico heterossexual
e monogâmico da procriação, quando diante de problemas de saúde que causam a
infertilidade em pelo menos um dos cônjuges, pode-se recorrer à medicina: “Não
necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12) a fim de superar a deficiência. Em face dos avanços
médicos e científicos, a igreja posiciona-se favoravelmente às técnicas
reprodutivas que não atentam contra a pureza da relação sexual monogâmica,
desde que a fertilização (processo
no qual tem início a vida humana) ocorra no interior do corpo da mulher e os gametas utilizados pertençam ao próprio
casal. As técnicas em que a fertilização ocorre fora do corpo da mulher, com a respectiva manufatura do embrião,
são condenáveis por desrespeitarem o processo de fecundação natural que deve
ocorrer no interior do ventre materno. Além de esses procedimentos exporem os
embriões ao risco de serem descartados, crio preservados ou utilizados em
experimentos, podem possibilitar a comercialização de corpos e de almas,
atitude essa escatologicamente prevista e condenada nas Escrituras. Condenamos
as técnicas reprodutivas que requerem o descarte de embriões e doação. Rejeitamos
a maternidade de substituição, mediante a qual se doa temporariamente o útero,
por ferir a pureza monogâmica. Não admitimos a reprodução post-mortem em virtude da cessação do vínculo matrimonial: “A
mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas,
se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que
seja no Senhor” (1 Co 7.39).
Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no
Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Declaração de Fé - Novembro/2016.
Referência
Bíblica
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se move sobre a terra” (Gn 1.16). União
“Este criara a Hadassa (que é Ester, filha
do seu tio), porque não tinha pai nem mãe; e era moça bela de aparência e
formosa à vista; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua
filha... Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que
a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse
Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de
todos quantos a viam” (Et 2.7,15); adoção
“Se algum crente ou alguma crente tem
viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam
sustentar as que deveras são viúvas” (1 Tm 5.16). Assistência
“Com varão não te deitarás, como se fosse
mulher: abominação é” (Lv 18.22); Abominções
“Pelo que também Deus os entregou às
concupiscências do seu coração, à imundície, para desonrarem o seu corpo entre
si... Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas
mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente
também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua
sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e
recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (Ro 1.24-27); abominações
“Não erreis: nem os devassos, nem os
idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.10). Abominações
“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não
tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse:
Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa
só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
ajuntou não separe o homem” (Mt 19.4-6).união
5 “E
dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua
mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher
do teu concerto. E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que
somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso
espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (Ml
2.14,15). Fidelidade
“Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mateus 19.6); união
“A mulher casada está ligada pela lei todo
o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para
casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor” (1 Co 7.39).fim da obrigação matrimonial
“Porque o marido é a cabeça da mulher, como
também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De
sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres
sejam em tudo sujeitas a seu marido. Vós, maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a
santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua
própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si
mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e
sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo. Por
isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois
numa carne” (Ef 5.23-31).obrigações matrimoniais
“O marido pague à mulher a devida
benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder
sobre o seu próprio corpo, mas tem no o marido; e também, da mesma maneira, o
marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos
defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para
vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos
não tente pela vossa incontinência” (1 Co 7.3-5). Sexualidade
matrimonial
“E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”(Gn 2.18).família é projeto de Deus
“Mas, por causa da prostituição, cada um
tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2). Objetivo do casamento
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o
leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os
julgará” (Hb 13.4).abominações
“Eu,
porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de
prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a
repudiada comete adultério” (Mt 5.32); divórcio
permitido por Deus
“Mas, se o descrente se apartar, aparte-se;
porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus
chamou-nos para a paz” (1 Co 7.15). Divórcio permitido
por Deus
“E
vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor” (Ef 6.4);obrigação dos pais
“Se suportais a correção, Deus vos trata
como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem
disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e
não filhos” (Hb 12.7,8).caráter da correção
116
21 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer,
não se desviará dele” (Pv 22.6). Dever dos pais
22 “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e
ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão” (Gn 4.1). Filhos é herança do Senhor
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Tm
5.8). Vocação do casal
“Mas, se alguma viúva tiver filhos ou netos,
aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a
recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus” (1 Tm
5.4). Obrigação dos filhos
“Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque.
Mas, aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes e,
vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, ao Oriente, para a terra
oriental” (Gn 25.5,6). Acepção de filhos
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais
no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro
mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”
(Ef 6.1-3). Obrigação dos filhos
“mas o que é casado cuida das coisas do
mundo, em como há de agradar à mulher. Há diferença entre a mulher casada e a
virgem: a solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo
como no espírito; porém a casada cuida das coisas do mundo, em como há de
agradar ao marido” (1 Co 7.33, 34). Diferença da casada
com a solteira
Estudo
complementar
A Imagem De Deus
O conceito de imagem de Deus é o coração da antropologia cristã. Precisamos
entender bem este conceito.
O homem distingue-se das demais criaturas de Deus, porque foi criado de uma
maneira singular. Apenas do homem é dito que ele foi criado à imagem de Deus.
Esta expressão descreve o homem na totalidade de sua existência, ele é um ser
que reflete e espelha Deus. (Gn 1:26-28).
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam
pela terra.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra
e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre
todo animal que rasteja pela terra. (Gn 1:26-28).
A imagem de Deus no homem não é algo acidental, mas é algo essencial à natureza
humana. O homem não pode ser homem sem a imagem de Deus. O homem é a imagem de
Deus, não simplesmente a possui, como se fosse algo que lhe foi acrescentado.
"Imagem" e "Semelhança"?
Qual o
significado destas palavras?
Aqui eu quero ver com os irmãos, os 4 estágios da imagem de Deus no homem. A
imagem original, a imagem desfigurada, A imagem original, a Imagem desfigurada,
A imagem restaurada e a Imagem aperfeiçoada.
1 - A imagem de Deus no homem originalmente
No Velho Testamento encontramos apenas três passagens que tratam de forma
específica a questão da imagem de Deus. (Gen. 1:26-28; 5:1-3; 9:6).
"Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" . Sobre o significado das palavras "Imagem e Semelhança" entendemos que elas não se referem a coisas diferentes, embora alguns defensores da fé do passado tivessem crido diferente (1).
"Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" . Sobre o significado das palavras "Imagem e Semelhança" entendemos que elas não se referem a coisas diferentes, embora alguns defensores da fé do passado tivessem crido diferente (1).
Veja as razões porque entendemos que estes dois termos querem significar a
mesma coisa:
Em Gen. 1:26, aparecem as duas palavras "imagem e semelhança"; em
1:27 o autor usou apenas o termo "imagem"; em 5:1 ele resolve
substituir o termo por outro - "semelhança", e, em 5:3, o autor
novamente volta a usar as duas palavras , contudo em ordem diferente daquela
usada em 1:26 - "semelhança e imagem" e em 9:6 ele volta a usar
apenas um dos termos, optando agora pelo termo "imagem". Isto, deixa
suficientemente claro para nós que "imagem e semelhança" são termos
sinônimos, e que querem dizer a mesma coisa. Caso não fosse assim, o autor não
faria estas mudanças alternando os termos.
O Que Significa ser Criado á Imagem e
Semelhança?
Mas o que entendemos por Imagem e Semelhança? Por estes dois termos queremos
dizer que o homem foi criado para refletir, espelhar e representar Deus. Nossos
primeiros pais foram criados para refletir as qualidades que haviam em Deus, e
isto em perfeita obediência, sem pecado. Agostinho diz que o homem foi criado
"capaz de não pecar" (2). O homem podia agir perfeitamente e
obedientemente na adoração , no serviço a Deus, no domínio e cuidado da criação
e no amor e companheirismo uns com os outros.
Berkhof diz que na concepção reformada, a Imagem de Deus consiste na
integridade original da natureza do homem, integridade esta expressa:
No Conhecimento Verdadeiro
"E vos revestistes do novo
homem, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o
criou" Cl 3:10
Na Justiça e Na Santidade
"E vos revestis do novo homem,
criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade"
Ef. 4:24
Van Groningen assevera que:
Ao criar a humanidade á sua própria imagem, Deus estabeleceu uma relação na
qual a humanidade poderia refletir, de modo finito, certos aspectos do infinito
Rei-Criador. A humanidade deveria refletir as qualidades éticas de Deus, tais
como "retidão e verdadeira santidade"... e seu
"conhecimento" (Cl 3:10). A humanidade deveria dar expressão ás
funções divinas em ralação ao cosmos e atividades tais como encher a terra,
cultivá-la e governar sobre o mundo criado. A humanidade em uma forma física,
também refletiria as próprias capacidades do Criador: apreender, conhecer,
exercer amor, produzir, controlar e interagir (4).
Percebemos nas palavras do Dr. Van Groningen que ele apresenta a imagem de Deus
como tendo uma tríplice relação:
Relação com Deus,
Relação com o próximo
Relação com a criação.
Relação com o próximo
Relação com a criação.
Iremos verificar em nosso estudo que em seu estado glorificado, os santos
refletirão esta imagem e semelhança restaurando no estado final, esta tríplice
relação em sua perfeição.
Antes do homem cair em pecado, ele refletia perfeitamente a imagem de Deus.
Tudo estava em perfeita harmonia. Mas em que consistia este refletir a imagem
de Deus?(5)
1 - O homem reflete a imagem de
Deus como um ser que é relacional.
Ele não é um ser que vive isolado,
assim como Deus não vive só. Deus é Tripessoal, e se relaciona entre as pessoas
da Trindade (Gn 1:26 - "Façamos o homem ... ")
O homem é uma pessoa, e como tal ele se relaciona. Foi por isto que Deus lhe fez uma companheira.
O homem é uma pessoa, e como tal ele se relaciona. Foi por isto que Deus lhe fez uma companheira.
2 - O homem reflete a imagem de
Deus pela sua capacidade de dominar sobre as outras coisas criadas.
O homem foi colocado como "senhor" da terra, para governá-la e cuidar
dela. (Gn 1:26-28). O domínio do homem sobre as coisas criadas é parte
essencial de sua natureza. Nesse sentido, o homem imita o Seu Criador, pois
Deus é o Senhor soberano e absoluto exercendo domínio sobre toda a terra.
A Deus pertence o domínio e o poder; ele faz reinar a paz nas alturas celestes.
Jó 25:2
O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. Sl 145:13
Dn. 4:3,25,34.
O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. Sl 145:13
Dn. 4:3,25,34.
Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas! O seu
reino é reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração. V. 3
Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. v. 25
Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. v. 25
Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu,
tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e
glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é
de geração em geração. v. 34
Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! I Pe 4:11
Domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra. Sl 72:8
Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! I Pe 4:11
Domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra. Sl 72:8
3 - O homem reflete a imagem de
Deus por Ter atributo que chamamos "essenciais" nele; sem os quais
ele não poderia continuar sendo o que é:
a) Poder intelectual: É a
faculdade de raciocinar, inteligência e outras capacidades intelectivas em
geral, que refletem aquilo que Deus tem.
b) Afeições naturais: É a
capacidade que o homem tem de ligar-se emocionalmente e afetivamente a outros
seres e coisas. Deus tem esta capacidade.
c) Liberdade moral:
Capacidade que o homem tem de fazer as coisas obedecendo a princípios morais.
d) Espiritualidade: A
Escritura diz que o homem foi criado "alma vivente" (Gn 2:7). É a
natureza imaterial do homem. Deus é espírito, e num certo sentido, o homem tem
traços desta espiritualidade.
e) Imortalidade: Depois de
criado, o homem não deixa mais de existir. A morte não é para o corpo, mas para
o homem. Morte é separação e não cessação de existência. A imortalidade é
essencial para Deus (I Tm 6:16). O homem, num caráter secundário derivado,
passa a Ter a imortalidade.
4 - A queda e a Imagem Desfigurada
Como sabemos, este estado de integridade ("posso não pecar") não foi
mantido até o fim pelos nossos primeiros pais. Veio a desobediência e
consequentemente a queda. Nossos primeiros pais, criados para refletir e
representar Deus não passaram no teste. Provados, caíram e deformaram a imagem
de Deus neles.
Podemos fazer a seguinte pergunta: Quando o homem caiu, perdeu ele totalmente a Imago Dei?
Podemos fazer a seguinte pergunta: Quando o homem caiu, perdeu ele totalmente a Imago Dei?
Respondemos que em seu aspecto estrutural ou ontológico (aquilo que o homem é),
não foi eliminado com a queda, o homem continuou homem, mas após a queda, o
aspecto funcional (aquilo que o homem faz) da imago Dei, seus dons, talentos e
habilidades passaram a ser usados para afrontar a Deus.
Para Calvino, a imagem de Deus não foi totalmente aniquilada com a Queda, mas
foi terrivelmente deformada Ele descreveu esta imagem depois da queda como
"uma imagem deformada, doentia e desfigurada" (6).
O homem antes criado para refletir Deus, agora após a queda, precisa ter esta
condição restaurada. Restauração esta que se estenderá por todo o processo da
redenção. Esta renovação da imagem original de Deus no homem significa que o
homem é capacitado a voltar-se para Deus, a voltar-se para o próximo e também
voltar-se para a criação para governá-la.
5 - Cristo e a Imagem Renovada
Num sentido, como já dissemos, o homem ainda é portador da imagem de Deus, mas
também num sentido, ele precisa ser renovado nesta imagem.
Esta restauração da imagem só é possível através de Cristo, porque Cristo é a imagem perfeita de Deus, e o pecador precisa agora tornar-se mais semelhante a Cristo. Lemos em Cl. 1:15 "Ele é a imagem do Deus invisível" e em Romanos 8:29 que Deus nos predestinou para sermos "Conforme a imagem de Seu Filho ..." (I Jo 3:2; II Co 3:18)
Esta restauração da imagem só é possível através de Cristo, porque Cristo é a imagem perfeita de Deus, e o pecador precisa agora tornar-se mais semelhante a Cristo. Lemos em Cl. 1:15 "Ele é a imagem do Deus invisível" e em Romanos 8:29 que Deus nos predestinou para sermos "Conforme a imagem de Seu Filho ..." (I Jo 3:2; II Co 3:18)
6 - A Imagem Aperfeiçoada
A completação da perfeição dos cristãos será a participação da final
glorificação de Cristo Jesus. Não somos apenas herdeiros de Deus, mas também
co-herdeiros com Cristo, "Se com ele sofremos, para que também com ele
sejamos glorificados" (Rm 8:17). Não podemos pensar em Cristo separado de
seu povo, nem de seu povo separado dele. Assim será na vida futura: a
glorificação dos cristãos ocorrerá junto com a glorificação do Senhor Jesus . É
exatamente isto que Paulo nos ensina em Cl 3:4:
"Quando Cristo que é a nossa
vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em
glória"
A glorificação é voltar à perfeição com a qual fomos criados por Deus, é voltar
a imagem de Deus. Este é o propósito último de nossa redenção. Esta perfeição
da imagem será o auge, a consumação do plano redentivo de Deus para o seu povo.
E isto só é possível em Cristo.
Em Cristo, o eleito não apenas volta ao que era Adão antes de pecar, mas vai um
pouco mais à frente:
Note as palavras de Anthony Hoekema:
Devemos ver o homem à luz de seu destino final (...) Adão ainda podia perder a
impecabilidade e bem aventurança, mas aos santos glorificados isso não poderá
mais ocorrer. Adão era "Capaz de não pecar e morrer"(posse non
peccare et mori), os santos na glória, porém "não serão capazes de pecar e
morrer" (non posse peccare et mori). Esta perfeição, que não se poderá
perder, é aquilo para o qual o homem foi destinado e nada menos do que isto (7)
Sabemos que os santos glorificados, em seu estado final não vão pecar nem
morrer. Várias passagens das Escrituras nos garantem isto. (Is. 25:8 I Cor.
15:42,54; Ef. 5:27; Ap. 21:4)
Paulo em sua carta aos Efésios nos ensina que o propósito de Deus para sua
igreja, é apresentá-la "a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito" (cf. Ef. 5:27)
Nesta dispensação, até a Segunda Vinda de Cristo, carregamos conosco, conforme
lemos em I Cor. 15:49, a "imagem do que é terreno", mas na
glorificação, teremos plena e perfeitamente a "imagem do celestial",
ou seja, a imagem de Cristo. No porvir, nossa vida será gloriosa, porque
teremos a imagem de Cristo, seremos como Ele é, e Cristo sendo a imagem de
Deus, teremos a imagem de Deus de volta em nós de forma completa e perfeita.
Calvino comentando este texto de I Cor. 15:49 diz:
Pois agora começamos a exibir a imagem de Cristo, e somos transformados nela
diária e paulatinamente; porém esta imagem depende da regeneração espiritual.
Mas depois seremos restaurados à plenitude, que em nosso corpo, quer em nossa
alma, o que agora teve início será levado à completação, e alcançaremos, em
realidade, o que agora esperamos(8)
Note ainda as palavras de João: "Amados, agora somos filhos de Deus, e
ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que quando Ele se
manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como ele é"
I Jo. 3:2
O que João nos diz, é
que, na ocasião da Segunda Vinda de Cristo, seremos assemelhados a Ele,
perfeita e completamente. E como Cristo é a imagem de Deus invisível, os santos
glorificados terão a imagem de Cristo. Isto significa dizer que a nossa imagem
na glorificação, será restaurada à imagem de Deus. Esta semelhança a Deus e
a Cristo é o propósito final da nossa redenção, ou seja, a glorificação.
Por enquanto, a imagem de Cristo em nós está em processo contínuo conforme nos
diz Paulo em II Cor. 3:18 que estamos "sendo transformados de glória em
glória" , mas após a nossa ressurreição, poderemos refletir a perfeição
desta imagem, que Deus começou em nós, e assim, só então, poderemos ser tudo
aquilo para o qual fomos destinados pelo Pai.
Neste processo de restauração da imagem de Deus em nós, através de Cristo,
chamamos de santificação que é a "conformidade progressiva à imagem de
Cristo aqui e agora (...); a glória é a conformidade perfeita a imagem de
Cristo lá e então, Santificação é a glória começada; glória é a santificação
completada" (9)
Gerrit C. Berkouwer, teólogo holandês, nos mostra que a verdadeira imagem de
Deus se pode conseguir apenas em Jesus Cristo que é a imagem perfeita de Deus.
Ser renovado á imagem de Deus é tornar-se parecido com Jesus (10).
Todo o povo de Deus, de todas as nações, tribos, línguas, estará então com Deus
por toda a eternidade, glorificando a Deus pela adoração, serviço e louvor.
Todos nossos atos serão enfim feitos sem pecado com perfeição e aí o propósito
que Deus estabeleceu para seus remidos terá sido alcançado.
A Imagem de Deus para João Calvino (1509 - 1564) -
Veja como Calvino responde ás seguintes questões sobre a Imagem de Deus:
1 - Onde situa-se a
imagem de Deus no homem?
R: Segundo Calvino, ela é
encontrada fundamentalmente na alma do homem.
2 - Em que
constitui originalmente a imagem de Deus?
R: Com base em Cl 3:10 e Ef
4:24, Calvino conclui que a imagem de Deus no homem incluía originalmente o
verdadeiro conhecimento, justiça e santidade.
3 - Existe algum
aspecto sob o qual o homem decaído ainda é a imagem de Deus?
R: Antes da queda, de acordo com
Calvino, o homem possuía a imagem de Deus em sua perfeição. A queda, contudo,
teve um efeito devastador sobre esta imagem. A imagem de Deus não é totalmente
aniquilada pela queda, mas é terrivelmente afetada, deformada.
4 - O
que a queda fez à imagem de Deus?
R: O que aconteceu foi que
quaisquer dons ou habilidades que o homem reteve, tais como razão e a vontade
foram pervertidos e deturpados pela queda. Todas as suas faculdades estão
viciadas e corrompidas.
5 - Como a imagem
de Deus é renovada no homem?
R: Para Calvino, esta imagem é
restaurada pela fé e começa na conversão. É a nossa conformação com a pessoa de
Cristo. Isto é uma obra da graça de Deus que se inicia na regeneração e
progressivamente termina na glorificação dos santos.
6 - Quando
será completada a renovação da imagem de Deus?
R: Calvino responde: Na vida por
vir. Seu explendor pleno será alcançado apenas no céu.
Notas
(1) Tertuliano (160-225); Orígenes e
Clemente de Alexandria (Ver Hoekema: Criados á Imagem de Deus (São Paulo, Ed.
Cultura Cristã, 1999), 46-8
(2) Santo Agostinho, citado por Hoekema, op cit, p. 98
(3) L. Berkhof, Teologia Sistemática (São Paulo: Luz para o Caminho, 1990), 206
(4) Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho testamento (Luz para o caminho: Campinas) 1995
(5) Extraído adaptado de Apostila do Dr. Héber C. de Campos.
(6) As Institutas, I, XV, 3
(7) Anthony Hoekema - Criados Á Imagem de Deus (São Paulo, Ed. Cultura Cristã , 1999), 108
(8) João Calvino, Comentário de I Coríntios , (Edições Paracletos, São Paulo, 1996), 488
(9) F. F. Bruce, citado por Geoffrey B. Wilson, Romanos - Um Resumo de Pensamento Reformado, (SP - PES) 130
(10) G.C.Berkouwer, Man, The image of God, p. 107
(2) Santo Agostinho, citado por Hoekema, op cit, p. 98
(3) L. Berkhof, Teologia Sistemática (São Paulo: Luz para o Caminho, 1990), 206
(4) Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho testamento (Luz para o caminho: Campinas) 1995
(5) Extraído adaptado de Apostila do Dr. Héber C. de Campos.
(6) As Institutas, I, XV, 3
(7) Anthony Hoekema - Criados Á Imagem de Deus (São Paulo, Ed. Cultura Cristã , 1999), 108
(8) João Calvino, Comentário de I Coríntios , (Edições Paracletos, São Paulo, 1996), 488
(9) F. F. Bruce, citado por Geoffrey B. Wilson, Romanos - Um Resumo de Pensamento Reformado, (SP - PES) 130
(10) G.C.Berkouwer, Man, The image of God, p. 107
Autor: Pr. Iranildo Dos Santos Tomé
www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-evangelico-diversos/a-imagem-de-deus.html
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