domingo, 21 de outubro de 2018

SOBRE O MUNDO VINDOURO



             CREMOS, professamos e ensinamos que existe um mundo vindouro para os salvos e para os condenados e que, depois do Milênio, virá o Juízo Final, conhecido como o Grande Trono Branco: “E vi um grande trono branco” (Ap 20.11). Após esse julgamento, virão o novo céu e a nova terra e a Nova Jerusalém.
1.   O Juízo Final.
A Bíblia fala sobre duas ressurreições, a dos justos e a dos injustos, mas ambas não serão simultâneas. Deus instaurará esse juízo após a última rebelião de Satanás, que acontecerá após os mil anos do Reinado de Cristo. Ficarão de fora desse juízo os crentes provenientes da era da Igreja e os mártires da Grande Tribulação, pois eles serão parte do Reino de Cristo e estarão com o corpo glorificado. Já “os outros mortos”, aqueles que não fizeram parte da primeira ressurreição, “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram” (Ap 20.5), serão ressuscitados nessa ocasião para julgamento. A base primordial do Juízo Final é a justiça perfeita e inquestionável de Deus: “Deus é um juiz justo” (Sl 7.11); “Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). O Senhor Jesus disse: “o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (Jo 5.22). Assim, Deus executará esse juízo por meio de Jesus Cristo.
2.   Os livros do julgamento.
 Muitos livros serão abertos, e todos os “outros mortos” serão julgados pelas coisas escritas nesses livros. Serão pessoas de todas as classes sociais; os “grandes e pequenos” não dizem respeito à idade, crianças e adultos, mas a status. O Juízo Final não fala sobre vivos: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12). Nos livros, estão os registros divinos de todos os pecados públicos e particulares. O julgamento será com base nas obras registradas nesses livros. O Livro da Vida mostra que esses réus não constam nele: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). É o dia da morte: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Ela é o último inimigo a ser aniquilado: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Co 15.26); “Tragada foi a morte na vitória” (1 Co 15.54). O Lago de Fogo ou “ardente lago de fogo e enxofre” (Ap 19.20) é um lugar preparado para o Diabo e seus anjos.  O Lago de Fogo será também o destino final dos perdidos por causa da sua incredulidade e desobediência, pois a vontade de Deus é que ninguém se perca, mas que todos sejam salvos.
3.   A ressurreição dos mortos.
 Ressurreição significa levantar dentre os mortos, voltar a viver no mesmo corpo. A doutrina da ressurreição dos mortos é uma verdade bíblica cristalina, ensinada na Lei de Moisés, nos Profetas e com abundância de detalhes no Novo Testamento. Os saduceus, grupo religioso de Israel nos dias do ministério terreno de Jesus, negavam essa doutrina. Os incrédulos rejeitam essa doutrina ainda hoje. A morte é inevitável, mas, desde o Antigo Testamento, temos promessas de Deus da nossa libertação dela: “Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá” (Sl 49.15). A ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados: “se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele” (1 Ts 4.14). Trata-se de uma ressurreição corporal: “aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 8.11). Nosso corpo será transformado como o corpo glorificado de nosso Senhor Jesus Cristo: “esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Fp 3.20,21). Essa ressurreição é a nossa esperança de salvação e de vida eterna, porque o nosso Salvador é vivo: “porque eu vivo, e vós vivereis” (Jo 14.19). Os incrédulos serão também ressuscitados. Jesus disse: “porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28,29). Isso inclui salvos e condenados: “há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos como dos injustos” (At 24.15). É verdade que os mortos salvos já estão com o Senhor Jesus, mas a ressurreição será necessária, pois ela representa a vitória completa e esmagadora de Cristo sobre a morte e o Diabo. Por essa razão, nada de nosso corpo mortal poderá ficar na sepultura.
4.   O destino dos condenados.
O destino dos incrédulos é a condenação eterna no Inferno. As Escrituras Sagradas revelam que o Inferno é “o lugar preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41); o lugar para o qual é destinada a alma dos ímpios e de todos os que rejeitam o plano de Deus para sua salvação. A palavra “inferno” vem do latim infernus, que significa “lugar inferior”. Foi usada por Jerônimo, na Vulgata Latina, para traduzir do hebraico a palavra sheol, no Antigo Testamento, e do grego, as palavras hades e geenna, entre outros termos no Novo Testamento. a) Sheol e Hades. Sheol é um termo hebraico e significa “mundo invisível” (Sl 89.48); é “o lugar invisível dos mortos” ou “habitação dos mortos”. O fato de Sheol e sepultura serem lugares profundos e invisíveis aos olhos humanos justifica, às vezes, as diversas traduções do termo, como inferno, sepultura, sepulcro e profundeza. A Septuaginta traduz essa palavra por Hades. Hades é o estado intermediário dos mortos; não é, ainda, o Inferno propriamente dito, e sim o estágio intermediário dos mortos sem Cristo. Trata-se de uma prisão temporária até que venha o dia do juízo. Os condenados que partiram deste mundo estão lá, conscientes e em tormentos, sabendo perfeitamente o porquê de estarem naquele lugar. O Hades, como ideia de lugar ardente de tormentos para os iníquos, encontra-se somente uma vez, na passagem do rico e Lázaro: “E no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos [...] porque estou atormentado nesta chama” (Lc 16.23,24). b) Geena. É a forma grega da expressão hebraica gei-hinnom, “vale de Hinom”, da qual se originou o termo grego geenna. Segundo a descrição bíblica, era o nome de um vale localizado no sul de Jerusalém. Nele, crianças eram sacrificadas em rituais pagãos num lugar chamado “Tofete”, que significa “altar”, lugar onde alguns reis de Israel — dentre eles, o rei Salomão — sacrificavam a ídolos. O rei Josias, porém, realizou uma devassa no local, fazendo dele um lugar de lixo. Mundo judaico contemporâneo de Jesus cria que Geena era o lugar onde os ímpios receberiam como castigo o sofrimento eterno. O termo é traduzido por “inferno” onde aparece nos evangelhos: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.33).  O lugar indica o lago de fogo apocalíptico, onde serão lançados a besta e o falso profeta: “Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre” (Ap 19.20) e aqueles cujos nomes não estão no livro da vida: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). c) Outros nomes para indicar o inferno. Na Bíblia, há outras expressões para designar o lugar da maldição eterna. O Tártaro é também traduzido por “inferno”: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (2 Pe 2.4). Há, ainda, muitas outras formas usadas para o lugar de suplício eterno, como abismo, fornalha de fogo, trevas exteriores,fogo eterno, vergonha e desprezo eterno e tormento eterno. Esse é o castigo eterno, também chamado de “fogo que nunca se apagará”.
5.   O novo céu e a nova terra.
É o destino final dos salvos: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1). O céu e a terra que conhecemos desaparecerão para darem lugar a uma nova criação. Isso é anunciado desde o Antigo Testamento29 e é ratificado no Novo. O próprio Senhor Jesus Cristo confirmou essa palavra profética: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). A promessa divina de que a terra permanece para sempre significa que sempre haverá uma terra, mas não necessariamente a mesma. A palavra profética também anuncia um novo céu e uma nova terra. Quando for instalado o juízo do Grande Trono Branco, o céu e a terra deixarão de existir: “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). Trata-se de uma fase preparatória para o estabelecimento do novo céu e da nova terra. A terra contaminada pelo pecado não resistirá ao esplendor da presença  de Deus; o universo físico não se susterá diante da pureza, santidade e glória daquEle que está assentado sobre o trono. E o fato de a morte e o Inferno serem lançados no Lago de Fogo indica que, no novo céu e na nova terra, não haverá morte nem condenação.
6.   A nova Jerusalém.
O novo céu e a nova terra não são a terra paradisíaca do Milênio, nem a “Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap 21.2); é a Jerusalém milenial. Estamos, aqui, num período pós-milênio. Temos, aqui, “a Jerusalém que é de cima” (Gl 4.26), a “Jerusalém celestial” (Hb 12.22). A nova Jerusalém é quadrada e tem a forma de um cubo que mede 2.200 quilômetros de cumprimento, largura e altura,  feita internamente de ouro transparente,  um tipo de material inexistente na terra. O muro da cidade tem 12 portas, 12 anjos nelas e mais os nomes das 12 tribos de Israel. Nos fundamentos do muro, constam “os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14), e esses fundamentos são adornados com pedras preciosas. A cidade não tem templo, pois o seu templo é Deus e o Cordeiro,  e não necessita de sol nem de lua, pois o resplendor da glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. Na nova Jerusalém, não haverá mais dor, nem tristeza, nem solidão, nem sofrimento: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4); isso não acontecerá pois o próprio Deus habitará no meio do seu povo.39 É a nossa eterna bem-aventurança, pois o pecado será banido para sempre (Ap 22.3).
            Bibliografia: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé Novembro/2016.


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