CREMOS,
professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser
realizado em duas fases. A primeira é o arrebatamento da Igreja antes da Grande
Tribulação, momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados” (1 Ts 4.17); a segunda
fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho
o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap
1.7). Nessa vinda gloriosa, Jesus retornará com os santos arrebatados da
terra: “na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1 Ts 3.13).
1. O
Arrebatamento da Igreja.
É o termo que nós usamos para designar o rapto dos
santos da face da terra para o encontro com o Senhor nos ares: “Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16,17). Nesse evento, os mortos em Cristo e os santos do
Antigo Testamento serão ressuscitados primeiro, seguindo-se a transformação dos
salvos vivos e o simultâneo encontro de ambos os grupos com o Senhor nos ares.
Esse advento será invisível aos olhos do
mundo, porém seus efeitos serão perceptíveis. Isso ocorrerá em fração de
segundos, e nosso corpo será transformado num corpo glorioso, que estará
revestido de incorruptibilidade e imortalidade por ocasião do rapto da Igreja.
Será um evento repentino e secreto, precedido pelos sinais gerais da apostasia,
guerras, fomes, catástrofes naturais, perseguições, de maneira que esse evento não pode ser visualizado antecipadamente
nem datado por esses ou por nenhum outro sinal. A condição para fazer parte desse glorioso evento é estar em Cristo.
Essa é a primeira fase da Segunda Vinda de Cristo que precederá a Grande
Tribulação, período em que a ira de Deus será derramada sobre os moradores da
terra.
2. O Tribunal
de Cristo e as Bodas do Cordeiro.
Após o arrebatamento da Igreja, receberemos as
boas-vindas de Jesus. Nessa ocasião, será estabelecido o Tribunal de Cristo: “todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Cristo” (Rm 14.10); “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou
mal” (2 Co 5.10). Esse evento será
realizado no Céu e diz respeito à recompensa de nossas obras em favor da causa
de Cristo na terra. O Senhor Jesus prometeu: “o meu galardão está comigo para
dar a cada um segundo a sua obra” (Ap
22.12). Depois disso, os fiéis glorificados participarão das Bodas do
Cordeiro: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro” (Ap 19.9). Trata-se do grande banquete que celebra a união de Cristo
com a sua Igreja, a “Esposa do Cordeiro”, onde será culminado o plano da
redenção, num momento de gozo e de alegria. Todas essas coisas ocorrerão antes
do retorno de Cristo a Terra, com a sua Igreja glorificada.
3. A Grande
Tribulação.
A Grande Tribulação durará sete anos; trata-se de um
período de transição entre a dispensação da Igreja e o Milênio. É um tempo de angústias e sofrimentos sem
precedentes na história: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca
houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Os profetas falaram sobre
esse dia, como foi o caso de Jeremias,
Daniel, Joel, entre outros. Esse período é também conhecido como “Dia do SENHOR” no Antigo e também no
Novo Testamento e terá seu início
somente depois que a Igreja for arrebatada da terra. Essa etapa da história
foi determinada por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos moradores da
terra e também para preparar a nação de Israel para o encontro com o seu
Messias. A cidade de Jerusalém será ainda tomada por pouco tempo, pois, no
final da Grande Tribulação, o Senhor Jesus descerá para livrar o seu povo. O
apóstolo João relata a futura vitória de Cristo junto com seus santos sobre a
Besta e sobre o Falso Profeta.
4. A
manifestação do Anticristo.
Será um período caracterizado por pragas de toda ordem
e pela manifestação do Anticristo, o “homem do pecado, o filho da perdição” (2
Ts 2.3). O termo “anticristo” é usado
nas epístolas joaninas 103; esse
personagem nega que Jesus é o Cristo. O
Anticristo opõe-se, rejeita, renega e contesta a Cristo: “o qual se opõe e se
levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará,
como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.4). Suas características são as de um ditador mundial. É o
último grande governo mundial da história, identificado em Apocalipse como “a
besta”. A besta que surge do mar — “vi subir do mar uma besta que tinha sete
cabeças e dez chifres” (Ap 13.1) — é uma personagem que terá controle sobre dez
reinos. Ela representa o Anticristo e o seu governo: “Estes têm um mesmo
intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta” (Ap 17.13). O “mar” é uma linguagem metafórica e indica as nações,
povos e línguas. A Besta recebe do
dragão, Satanás, poderes para dominar o mundo e, além disso, ela blasfemará
contra Deus. O Falso Profeta é o porta-voz do Anticristo, a besta que subiu da
terra, que, por meio de falsos milagres,
enganará os moradores da terra para se oporem a Deus. Trata-se de um governo
promovido por Satanás. O Anticristo fará um concerto de sete anos com Israel.
Entretanto, na metade desse período, o concerto será rompido: “E ele firmará um
concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares” (Dn
9.27); o rompimento acontecerá porque os judeus descobrirão que fizeram
acordo com o Anticristo. Só a partir daí é que começará “o tempo de angústia
para Jacó” (Jr 30.7). Ao final do
período de sete anos, aparecerá o Libertador de Israel: “E, assim, todo o
Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de
Jacó as impiedades” (Rm 11.26).
5. A vinda de
Cristo em glória.
Esse acontecimento é anunciado desde o princípio do
mundo: “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo:
Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos” (Jd 14). O Novo Testamento grego emprega “miríades” de santos, como
aparece na Tradução Brasileira. Isso significa “inumerável”. Os santos, aqui,
são os raptados da terra juntamente com os ressuscitados durante o
Arrebatamento da Igreja. É a segunda
fase da Segunda Vinda de Cristo, que será visível e corporal com a sua Igreja
glorificada: “E, então, verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e
grande glória” (Lc 21.27); isso
ocorrerá para que seja restaurado o trono de Davi. O anjo Gabriel anunciou a
Maria, mãe de Jesus, que “o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32,33). Isso significa a
libertação do povo de Israel dos seus opressores. Nessa vinda, o Senhor Jesus Cristo derrotará a Besta e o
Falso Profeta, fará o julgamento das nações e aprisionará Satanás por mil anos:
“Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e
amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo
sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem” (Ap 20.2,3). Daí em diante, será
implantado o Reino de Cristo, o Reino de justiça e de paz.
6. O Milênio.
O Milênio é o Reino de Cristo com duração de mil anos
que terá início por ocasião da vinda de Cristo em glória com os seus santos.
Todos os que estiverem vivos na terra após esses acontecimentos serão submetidos
ao governo de Jesus Cristo. Nesse
período, Satanás estará aprisionado no abismo. Isso significa que a sua ação
destruidora na terra será neutralizada e, assim, será iniciada uma nova ordem.
Não temos em Apocalipse informações detalhadas sobre esse reino de mil anos,
mas esses dados já estão nos profetas do Antigo Testamento. Trata-se da tão
almejada paz universal, pois, nesse reino, haverá perfeita paz, retidão e
justiça entre os seres humanos e também harmonia no reino animal. A sede desse
governo será Jerusalém: “Porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra
do SENHOR” (Is 2.3). O Senhor Jesus
assentar-se-á sobre o trono de Davi e, de Jerusalém, reinará sobre toda a
humanidade. Esse reino trará salvação a Israel; será a conclusão do programa divino sobre o
povo de Deus, Israel. O Milênio não é ainda o fim e nem a consumação de todas
as coisas.
7. Os súditos
do Reino de Cristo.
Os habitantes da terra no período do Milênio são os
cidadãos das nações que sobreviveram à Grande Tribulação. O livro de Apocalipse
mostra-nos que dois grupos reinarão com Cristo durante o Milênio: nós, os
crentes provenientes da era da Igreja, e os mártires da Grande Tribulação: “E
vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não
adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão;
e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4). Os crentes vindos da era da Igreja juntamente com os
santos do Antigo Testamento receberão autoridade para governar a terra e,
dentre eles, os 12 apóstolos governarão sobre as tribos de Israel. As expressões “julgamento,
julgar” trazem, com frequência, a ideia de “governo, governar” no Antigo
Testamento. Esses serão os súditos do Rei dos reis. O segundo grupo são os
mártires da Grande Tribulação que não adoraram a besta. Eles formam uma só grei
juntamente com os crentes provenientes da era da Igreja, os santos da primeira
ressurreição: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes
de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.6).
Referências bíblicas: Convenção Geral das Assembleias de Deus no
Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Declaração de Fé - Novembro/2016.
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