sábado, 4 de agosto de 2018

SOBRE A IGREJA



          CREMOS, professamos e ensinamos que a Igreja é a assembleia universal dos santos de todos os lugares e de todas as épocas, cujos nomes estão escritos nos céus: “À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). A Igreja foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Essa pedra é o próprio Cristo: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11), tendo a doutrina dos apóstolos por fundamento e Jesus a principal pedra de esquina: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). Ela, a Igreja, é a coluna e firmeza da verdade. É a comunidade do Senhor. Além de assembleia universal dos crentes em Jesus, o vocábulo “igreja” refere-se a um grupo de crentes em cada localidade geográfica. Ensinamos que a Igreja é una e indivisível: um só corpo, um só Espírito, uma só fé e um só batismo. A Igreja envolve um mistério que não foi revelado no Antigo Testamento, mas que foi manifesto aos santos na nova aliança.
1.    Nomes e títulos.
A palavra “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e era usada para designar “assembleia” ou “ajuntamento” dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega. Temos uma amostra desse conceito no Novo Testamento. A Igreja é um grupo de pessoas chamado por Cristo para fora do mundo a fim de pertencer a Jesus, ter comunhão com Ele e fazer parte da família espiritual de Deus. Há diversos termos no Novo Testamento para descrever a Igreja. Como figuras ou ilustrações, temos “corpo de Cristo”: “o constituiu como cabeça da igreja que é o seu corpo” (Ef 1.22,23) e “povo de Deus”: “e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16). A Igreja também é identificada como noiva de Cristo ou esposa do Cordeiro. Trata-se do mesmo tipo de figura para ilustrar o relacionamento entre Deus e Israel no Antigo Testamento. A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. Há muitos outros termos, como crentes, santos, eleitos, discípulos e cristãos e Caminho.
2.    Seus membros.
A Igreja é formada por todos aqueles que Deus chamou para fora do mundo, tendo sido esses resgatados da vã maneira de viver por intermédio do precioso sangue de Cristo. A verdadeira Igreja é constituída por todos os fiéis remidos de todas as eras e de todos os lugares, formando o corpo místico de Cristo por meio do Espírito Santo, e cada crente salvo é membro desse corpo. A vida cristã não é solitária; pois nenhum membro vive isolado do corpo: “assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm 12.5); “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). A conversão da pessoa leva à comunhão com um grupo de crentes em Jesus. A cabeça da Igreja é Cristo, sendo Ele mesmo o Salvador do corpo e acrescentando ao corpo, ou seja, à Igreja, aqueles que herdam a salvação. Refutamos e repudiamos qualquer outro fundamento da Igreja que não seja Jesus Cristo. Negamos que exista Igreja se Cristo não for glorificado nela e se o Evangelho não for proclamado, crido e obedecido.
3.    Sua eleição.
Deus elegeu a Igreja desde a eternidade, antes da fundação do mundo, segundo a sua presciência. O Senhor estabeleceu um plano de salvação para toda a humanidade: “em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2); pois essa é a sua vontade. Assim como Deus não elegeu uma nação já existente, mas preferiu criar uma nova a partir do patriarca Abraão, o Senhor Jesus Cristo, da mesma forma, criou um novo povo formado por judeus e gentios: “o qual de ambos os povos fez um” (Ef 2.14); “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12.13). A nossa eleição vem de Deus: “sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1 Ts 1.4). Na Igreja de Cristo, judeus e gentios são coerdeiros da salvação em um único corpo.
4.    Igreja atuante e triunfante.
A Igreja atuante é aquela que ainda milita na terra, formada por todos aqueles que seguem a Cristo, lutam contra a carne, o mundo, o Diabo, o pecado e a morte. A Igreja triunfante é constituída dos irmãos que já partiram deste mundo, tendo vencido todos os seus inimigos e que agora estão com o Senhor Jesus. Eles e nós pertencemos à mesma Igreja: “do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome” (Ef 3.15). A Igreja atuante emprega armas espirituais no bom combate: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4). Ela permanece firme nessa batalha contra o mal, e isso vai durar até a vinda de Cristo.
5.    As ordenanças da Igreja.
São duas as ordenanças da Igreja: o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Rejeitamos o termo “sacramento” e usamos a palavra “ordenança”, do latim ordo, “fileira, ordem”. Tanto o batismo em águas como a Ceia do Senhor foram instituídos por Jesus para que fossem observados pela Igreja. Essas ordenanças não transmitem qualquer poder místico ou graça salvífica, mas são um rito simbólico universal e pessoal que apontam para as verdades centrais da fé cristã. O batismo e a Ceia do Senhor não produzem qualquer mudança espiritual em quem deles participa. Esses rituais são de grande valor, pois são ordens diretas de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo submeteu-se ao batismo de João Batista: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu” (Mt 3.14,15). O batismo é um símbolo de nossa união com Cristo e, ao mesmo tempo, a confissão pública dessa união. A Ceia do Senhor é o memorial de sua morte em nosso lugar.
6.    A missão da Igreja.
Entendemos que a função primordial da Igreja é glorificar a Deus: “quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). Isso é feito por meio da adoração, da evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. A Igreja foi eleita para a adoração e louvor da glória de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e que em breve voltará. O evangelho é proclamado a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19 – ARA), “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária. A edificação é realizada por meio do ensino da Palavra nas reuniões apropriadas da Igreja, como o culto de ensino, da escola bíblica dominical. A Igreja também exerce o ministério de socorro e misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e dos necessitados, e não somente dos seus membros, mas também dos não membros. Enquanto membros da Igreja, somos o sal da terra, proporcionando sabor à vida e evitando a putrefação da sociedade ao combatermos o pecado e a corrupção. A Igreja tem o papel de ser a luz do mundo, e essa luz resplandece por meio de nossas boas obras. Ensinamos que, para a consecução da sua missão, o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, e Cristo concedeu líderes para servir à Igreja: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).
           Referência: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, Casa                          Publicadora das Assembleias de Deus, Declaração de Fé Novembro/2016.




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