sábado, 11 de agosto de 2018

SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS



CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para a sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Reconhecemos esse ato como o testemunho público da experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição de Cristo: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2.12).
    1.    O batismo em águas.
É um ato importante e repleto de significados espirituais, que é administrado pela Igreja ao crente, mediante arrependimento e confissão de fé, onde quer que o evangelho seja pregado. Nós o efetuamos por imersão do corpo inteiro uma única vez em águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. A palavra “batismo” significa “mergulho, imersão”. As evidências do Novo Testamento não deixam dúvida sobre esse procedimento. João Batista batizava em Enom: “porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados” (Jo 3.23). Quando o Senhor Jesus foi batizado, está escrito que, após o ato, ele “saiu logo da água” (Mt 3.16). Não foi diferente no batismo do eunuco da rainha da Etiópia: “e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe” (At 8.38,39). O batismo simboliza a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, deixando claro que se trata de uma prática imersionista: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6.4). Trata-se de um ato público de fé no qual, de modo simbólico, sepultamos a vida antiga e ressuscitamos com Cristo para uma nova vida.
2.    A fórmula batismal.
A ordem dada por Jesus foi de batizar “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Cremos e praticamos a fórmula que ele mesmo ordenou. Uma ordem dada por Jesus deve ser cumprida. Sobre a expressão que aparece quatro vezes no Novo Testamento: “em nome de Jesus Cristo” (At 2.38), “em nome do Senhor Jesus” (At 8.16; 19.5) e “em nome do Senhor” (At 10.48), significa apenas que o batismo é realizado na autoridade do nome de Jesus.
3.    Batismo não é sinônimo de regeneração.
                                                                                                   O batismo não é salvação; somos salvos pela graça mediante a fé. O   perdão dos pecados está em conexão com o arrependimento que precede o batismo. A frase “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At 2.38) é interpretada erroneamente, muitas vezes, como essencial ao perdão, como fazem as principais seitas unicistas. No sermão seguinte, o apóstolo Pedro nem sequer menciona o batismo; a ênfase é dada ao arrependimento, à conversão e à aceitação de Cristo: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado” (At 3.19,20). O contexto bíblico mostra que o batismo não salva: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Não há menção de batismo na segunda cláusula; isso mostra que a simples falta de fé leva à condenação, e não a falta de batismo. Nós fomos batizados porque já somos salvos e não para sermos salvos. João Batista só batizava quem manifestava “frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8; Lc 3.8). Os primeiros candidatos ao batismo recebiam antes a palavra e depois se submetiam ao batismo: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41). Assim sendo, é possível uma salvação sem batismo, como aconteceu com o malfeitor crucificado ao lado do Senhor Jesus; o malfeitor arrependeu-se e não teve tempo para ser batizado. Mas devemos notar que o criminoso salvo, não tinha a opção de receber o batismo por estar prestes a receber sua condenação de morte. Os soldados romanos não iam dar uma pausa no processo para que ele fosse batizado.                    Em situações como essa, em que a pessoa que crê não tem a possibilidade de receber o batismo, sua salvação não está condicionada a ele. Caso contrário sim!                                                 A pessoa que tem 5, 10, 20 anos de cristianismo e nunca se batizou, precisa se preocupar. O Senhor Jesus é extremamente claro e enfático: “Quem crer e for batizado, será salvo”.
O batismo é uma ordenança divina; é, em si, um ato de compromisso e profissão de fé; é um ato público em confirmação daquilo que já possuímos — a salvação pela fé em Jesus.

4.              O Batismo de João
Ele percorreu toda a região próxima ao Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. Como está escrito no livro das palavras de Isaías, o profeta: “Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. (Lucas 3:3,4). Antes que Deus se revelasse por meio de seu Filho Jesus, ele enviou João Batista para preparar o caminho de sua chegada.(Atos 19:4).
João Batista fez isso por meio de uma pregação expositiva e transparente dos mandamentos de Deus, denunciando de forma aberta e enérgica os pecados de seus dias.
Assim, as multidões vieram a João Batista perguntando: “O que devemos fazer então? “ (Lucas 3.10).

5.              O batismo infantil.

Não aceitamos nem praticamos o batismo infantil por não haver exemplo de batismo de crianças nas Escrituras e por não ser o batismo um meio da graça salvadora, ou sinal e selo da aliança, que substitui a circuncisão dos israelitas. Também por não ser possível à criança ter consciência de pecado, condição necessária para que ocorra arrependimento. Sobre a circuncisão, o pensamento cristão bíblico é: “em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl 6.15). Cremos e ensinamos que o batismo é apenas para os que primeiramente se arrependem dos seus pecados e creem em Jesus, sendo também necessário pedir para ser batizado: “Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.36-38). Assim, os candidatos ao batismo precisam exercer o arrependimento e a fé. O Novo Testamento mostra o batismo posterior à fé. Isso é visto no dia de Pentecostes e na campanha evangelística de Filipe em Samaria: “como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres” (At 8.12). Esses fatos não deixam margem para o batismo infantil. Por nascerem (as crianças) com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus. Já vimos que a função do batismo nas águas é para arrependimento e remissão de pecados. Têm as crianças consciência de pecado? Vejamos o que diz o Senhor Jesus Cristo:
O povo também estava trazendo criancinhas para que Jesus tocasse nelas. Ao verem isto, os discípulos repreendiam os que as tinham trazido. Mas Jesus chamou a si as crianças e disse: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”. (Lucas 18:15-17)
Jesus dá passe livre as crianças no Reino dos Céus. Os discípulos quiseram impedir sua vinda até o Mestre, mas ele os repreendeu. Ele garante que qualquer que quiser entrar no Reino precisa ser como elas.
Em nenhum momento ele faz menção de que crianças devam ser batizadas. Não indica que elas tenham pecado, pelo contrário ele destaca a pureza delas.
Embora o pecado de Adão tenha manchado toda a humanidade, a culpa pelo pecado só vem após a consciência do pecado, do erro, do certo e do errado.

6.             Conclusão
O batismo é um sacramento da Igreja Cristã, ou seja, indispensável. Estabelecido pelo Senhor Jesus, é o símbolo de confissão pública de fé e arrependimento.
Ele deve ser realizado pela pessoa que entender o princípio da fé e do arrependimento, e que voluntariamente se dispôs a recebê-lo.
Vimos que batizar crianças é única e exclusivamente uma tradição Católica, e não uma orientação bíblica. Seu fundamento é o entendimento pessoal de sua liderança, em fazê-lo.


Referências:www.jesuseabiblia.com/estudos-biblicos/estudo-biblico-sobre-batismo/; Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil -  Casa Publicadora das Assembleias de Deus Declaração de Fé  - Novembro/2016

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