domingo, 22 de julho de 2018

SOBRE A SALVAÇÃO




          CREMOS, professamos e ensinamos que a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado, e a restituição do homem à plena comunhão com Deus, a todos os que confessam a Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal, precedidos do perdão divino: “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43). Trata-se da restauração do relacionamento do ser humano com Deus por meio de Cristo: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co 5.19). Somente a fé na morte expiatória de Jesus e o arrependimento podem remir o pecador e levá-lo ao Criador. Essa salvação é um ato da graça soberana de Deus pelo mérito de Jesus Cristo e não vem das obras: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).

Salvação para todas as pessoas.

Um dia, todos os seres humanos comparecerão diante do Senhor e Criador de todas as coisas. Deus, contudo, não deseja a perdição de ninguém: “que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). Por isso, o Pai enviou o seu amado Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar, providenciando-nos uma salvação eterna, completa e eficaz. O Evangelho contempla a todos e a ninguém exclui: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Por conseguinte, a salvação está disponível a todos os que creem. Sim, todos nós, sem exceção, podemos ser salvos através dos méritos de Jesus Cristo, pois todos nós fomos criados à imagem de Deus. O Soberano Deus não predestinou incondicionalmente pessoa alguma à condenação eterna, mas, sim, almeja que todos, arrependendo-se, convertam-se de seus maus caminhos: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30). A predestinação genuinamente bíblica diz respeito apenas à salvação, sendo condicionada à fé em Cristo Jesus, estando relacionada à presciência de Deus. Portanto, a predestinação dos salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que, diante do chamamento do Evangelho, recebem a Cristo como o seu Salvador pessoal e perseveram até o fim. A predestinação do crente leva-o a ser conforme a imagem de Cristo; assim sendo, todos somos exortados a perseverar até o fim: “aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13). A graça de Deus é manifestada salvadoramente maravilhosa, perfeita; entretanto, não é irresistível, pois não são poucos os que, ignorando o Evangelho de Cristo, resistem ao Espírito da graça. A graça divina tanto salva quanto nos preserva a alma neste mundo corrupto e corruptor. A fé antecede a regeneração: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8); “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16); “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

A natureza da salvação.
         
          A salvação é-nos oferecida pela graça mediante a fé no sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Ela é eterna, completa e eficaz. A salvação em Jesus Cristo não é um mero assentimento intelectual, e sim um renascimento espiritual que se dá na vida do pecador arrependido. No ato da aceitação, o pecador é imediata e simultaneamente salvo, justificado e adotado como filho de Deus. A partir daí, entra no processo de santificação até a sua glorificação final no dia de Cristo. Entendemos que o salvo é o pecador que Cristo resgatou das trevas e libertou do pecado e da morte espiritual e que agora está livre da condenação eterna: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1,2). Perdão é a absolvição de uma dívida e a remissão de um castigo. Justificação é um ato da graça de Deus, o Supremo Juiz, pelo qual a justiça de Cristo é imputada a todo aquele que crê em Jesus declarando-o justo. O primeiro resultado da justificação é a paz com Deus: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Juntamente com a salvação e a justificação, o pecador arrependido recebe a adoção de filho de Deus. A partir desse momento, terá ele um relacionamento mais íntimo com Deus, invocando-o não apenas como Criador, mas principalmente como Pai: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.15,16).

Regeneração, santificação e glorificação.
         
          Regeneração é a transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus, como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Essa obra é também conhecida como novo nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito. Trata se de uma operação do Espírito Santo na salvação do pecador. Ensinamos que, já salvo, justificado e adotado como filho de Deus, o novo crente entra, de imediato, no processo de santificação, pois assim o requer a sua nova natureza em Cristo: “agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6.22); “esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3). Todos os crentes em Jesus são chamados santos. Santificação é o ato de separar-se do pecado e dedicar-se a Deus. Ele exige santidade de seus filhos: “como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16); pois sem a santificação ninguém verá o Senhor: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). A glorificação é a derradeira etapa de nossa salvação em Cristo Jesus: “e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Trata-se de uma promessa da futura transformação de nosso corpo mortal.
         
          O destino dos salvos.

          O céu é o trono de Deus, mas também é a pátria de todos os salvos. A condição no céu será de perfeita experiência da presença de Deus, pois é lugar de perfeita santidade, gozo, alegria sem fim e da perfeita felicidade. O livro de Apocalipse descreve alguns vislumbres dessa morada eterna dos que amam a Deus. Jesus ensinou que o céu é para os que creem em seu nome. Ele disse: “[...] credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14.1,2). Nessa promessa, repousa a esperança dos santos. Os salvos são peregrinos e estrangeiros na terra. A pátria definitiva dos remidos é o céu, e estes aguardam o dia em que o Senhor Jesus virá buscá-los para estar juntamente com Ele. O céu é o destino da Igreja. Jesus disse: “para que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3).

          A graça de Deus.

          Cremos que todos os homens e mulheres foram atingidos pelo pecado a tal ponto que, embora tenham sido feitos à imagem de Deus, não podem, por si mesmos, chegar a Deus. Não há nada que o homem natural possua ou pratique que lhe faça merecida a graça de Deus. A Bíblia ensina: “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.11). A Bíblia qualifica essa condição espiritual como “mortos em pecado” (Cl 2.13) e “mortos em ofensas” (Ef 2.5). A ideia de morte, aqui, é de separação, e não de aniquilamento. Deus derrama sua graça, sem a qual o homem não pode entender as coisas espirituais, ou seja, foi Deus quem tomou a iniciativa na salvação, “do SENHOR vem a salvação” (Jn 2.9), agindo em favor das pessoas. Graça é um favor imerecido. É por meio da graça que Deus capacita o ser humano para que ele responda com fé ao chamado do evangelho: “Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça” (Rm 11.6). Todavia, os seres humanos, influenciados pela graça que habilita a livre escolha, são livres para escolher: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17). Deus proveu a salvação para todas as pessoas, mas essa salvação aplica-se somente àquelas que creem: “isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem” (Rm 3.22). Nesse sentido, não há conflito entre a soberania de Deus e a liberdade humana.

          Referência: Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil - Casa Publicadora das Assembléias de Deus - Declaração de Fé /Novembro/2016


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