CREMOS
professamos e ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e o único
mediador entre Deus e os seres humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do
mundo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo, segundo a
carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5). Cremos
na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as
Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi
concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Gerado do Espírito
Santo no ventre dela, nasceu e viveu sem pecado: “como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15); que foi entregue nas mãos dos pecadores
para ser crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre
os mortos ao terceiro dia e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de
onde intercede por nós e voltará para buscar a sua Igreja.
Nomes e títulos de Jesus. Há dezenas
de nomes e títulos de nosso Senhor Jesus Cristo nas Escrituras Sagradas. O nome
“Senhor” fala sobre a divindade de Jesus. A Septuaginta, antiga versão grega do
Antigo Testamento, traduziu os nomes divinos hebraicos Adonay e Yahweh pelo
nome grego Kyrios, que é “Senhor”. Dizer que Jesus é o Senhor significa
reconhecer a sua divindade: “e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão
pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3). O nome Jesus vem do hebraico Yehoshua ou
Yeshua — “Josué”, que significa “Javé é salvação”. A Septuaginta emprega Iesous
para ambas as formas. Iesous é o nome do Salvador usado no Novo Testamento
grego, que chegou para nossa língua como Jesus. O nome Cristo é a forma grega
do hebraico mashiach, “ungido, messias”. Assim, os nomes ou títulos “Messias” e
“Cristo” são a mesma coisa: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)”
(Jo 1.41). Jesus é o Salvador Ungido, o único que pode salvar os pecadores: “e
lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt
1.21). A humanidade de Cristo.
As Escrituras Sagradas apresentam
diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o
seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o
menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de
Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre
Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o
bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da
humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado traduziu por
“DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar
entre os homens: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo
1.14).
A Bíblia ensina tanto a divindade
como a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio
em carne não é de Deus” (1 Jo 4.3). A humanidade de Cristo está unida à sua
divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as
propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome
EMANUEL. A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a
justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de
ser vencido por um homem, Jesus.
Em sua natureza humana, Jesus
participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza
moral e espiritual. A deidade absoluta de Jesus. A Bíblia afirma com frequência
que Jesus é Deus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade” (Cl 2.9). As Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na
pessoa de Jesus. Ele é eterno: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos
deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6); onipotente: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o
Todo-poderoso” (Ap 1.8); onipresente:
“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles” (Mt 18.20); e onisciente:
“Agora, conhecemos que sabes tudo” (Jo 16.30). As suas obras revelam também a
sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas. Ele é a
fonte da vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a vida eterna,
inspirou também os profetas e apóstolos, distribui os ministérios, santifica os
fiéis, deu poder aos apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos
anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos, como “Eu Sou”, o Alfa e o
Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores.
O
ministério terreno de Jesus.
O propósito da vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo ao mundo foi a redenção de todos os pecadores. O seu ministério
terreno é dividido pela trilogia: ensinar,
pregar e curar. Sua mensagem era exposta com simplicidade, clareza,
originalidade e autoridade: “porquanto os ensinava com autoridade e não como os
escribas” (Mt 7.29); seu método ainda hoje impressiona, pois Ele ensinava de
modo que nunca houve nem antes e nem depois dEle alguém que fizesse igual:
“Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). Quanto aos milagres,
Jesus preocupava-se com a integralidade das pessoas, não só salvando-lhes a alma, mas também curando suas enfermidades: “Tem
bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 8.48). Os milagres
operados por Cristo registrados no Novo Testamento revelam que Ele é o Messias
de Israel, como também a extensão do domínio do seu poder, mostrando sua
autoridade sobre a natureza, sobre o
pecado, autoridade para perdoar pecados, sobre a morte, sobre o Diabo
com seus agentes e o Inferno, sobre as enfermidades, e nada é impossível para
Ele, o qual, a respeito de si mesmo, declarou: “É-me dado todo o poder no céu e
na terra” (Mt 28.18).
O significado de “Filho”. O epíteto
“Filho de Deus”, em relação ao Senhor Jesus Cristo, significa que Ele é Deus
igual ao Pai; trata-se de uma questão de substância ou essência. Isso fica
ainda mais claro na expressão “Filho Unigênito”. O significado do termo na
língua original revela a divindade de Cristo. O termo usado para “unigênito” no
Novo Testamento grego é monogenés, composto por dois vocábulos, monós, “único,
só, solitário”, e genós, “raça, cepo, tipo”, e não geneá, “geração”. Entendemos
que a palavra reflete a ideia de natureza, caráter, tipo. “Unigênito”, pois,
significa o “único da espécie”, “único do tipo”. Jesus é singular, o único
Filho de Deus que tem a essência do Pai. O adjetivo “unigênito” transmite a
ideia de consubstancialidade; Jesus é tudo quanto Deus é. Disse Jesus: “Eu e o
Pai somos um” (Jo 10.30). A expressão “filho de Deus” com relação ao crente em
Jesus designa uma filiação por adoção, individual, algo íntimo, e por isso
clamamos: “Aba, Pai”, ou seja, “papai”: “mas recebestes o espírito de adoção de
filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15); “E, porque sois filhos, Deus
enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl
4.6); trata-se da relação espiritual de Deus com os seres humanos mediante a fé
em Jesus Cristo: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl
3.26); “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus: aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12).
Os
ofícios de Cristo.
O Senhor Jesus Cristo exerceu o
chamado munus triplex, “o tríplice ofício”, de profeta, sacerdote e rei. Eram
os ofícios mais importantes em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Tudo
isso diz respeito às funções que falam sobre revelação, reconciliação e
domínio.
a)
Profeta. Os profetas existem desde o princípio do mundo, mas o ministério
profético em Israel é instituído com Moisés e Arão. A função do profeta era
falar em nome de Deus. O Novo Testamento revela que o próprio Jesus
considerava-se profeta, pois Ele mesmo disse: “Importa, porém, caminhar hoje,
amanhã e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de
Jerusalém” (Lc 13.33); e, como tal, Ele foi aclamado diversas vezes pelo povo:
“E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra,
a não ser na sua pátria e na sua casa” (Mt 13.57); “E a multidão dizia: Este é
Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.11). Todas as atividades
registradas nos evangelhos revelam que Ele era verdadeiramente o Profeta. Era o
Deus-Homem que quis assumir o ofício de profeta no exercício de seu ministério
terreno. Visto que o profeta é a boca de Deus, seu porta-voz que fala em seu
nome e prega com autoridade do céu, Jesus, de forma singular, como ninguém,
apresentou todos esses requisitos. Ele disse: “A palavra que ouviste não é
minha, mas do Pai que me enviou” (Jo 14.24). 30
b)
Sacerdote. O sacerdócio araônico, com
todo o sistema de sacrifício, tinha a função de promover uma mediação entre
Deus e os filhos de Israel. Na Nova Aliança, no entanto, Deus constituiu o
Senhor Jesus o Mediador de toda a humanidade: “por isso, é Mediador de um novo
testamento” (Hb 9.15); “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5). O sacerdócio de Cristo é superior ao
de Arão: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é
mediador de um melhor concerto” (Hb 8.6). A santidade de Jesus como homem é
única e real, absoluta e perfeita; não se trata, pois, de uma santidade
cerimonial, imposta pela lei aos sacerdotes levitas: “Porque nos convinha tal
sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais
sublime do que os céus” (Hb 7.26). O próprio Senhor Jesus Cristo apresentou-se
como sacrifício pelos pecados de toda a humanidade, e, além disso, esse
sacrifício foi único, perfeito e com validade eterna, resolvendo, assim, para
sempre, o problema do pecador: “mas este, havendo oferecido um único sacrifício
pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb 10.12). O
sacrifício de Cristo soluciona objetivamente os efeitos do pecado na vida
daquele que crê no sacrifício vicário do calvário e responde afirmativamente à
oferta da graça de Deus, Cristo, recebendo-o como seu único e suficiente
Salvador.
c) Rei.
O Senhor Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores: “E na veste e
na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap
19.16). Os grandes reis e impérios da história vieram e já se foram, mas o
reinado de Cristo é para sempre, pois o seu Reino não terá fim. O título
messiânico, “Filho de Davi”, foi-lhe conferido por Deus e anunciado pelos
profetas do Antigo Testamento como resultado da promessa divina feita ao rei
Davi, de estabelecer seu trono para sempre. “[...] que nasceu da descendência
de Davi, segundo a carne” (Rm 1.3). A promessa de Deus sobre o Messias ser da
linhagem de Davi era muito popular em Israel. Nesse contexto, Ele foi aclamado
pelo povo quando entrou em Jerusalém, montado num jumento: “Hosana ao Filho de
Davi!” (Mt 21.9). O Senhor Jesus tinha consciência da sua filiação davídica e,
em mais de uma ocasião, Ele aceitou esse título, o qual lhe confere o direito
ao trono de Davi como seu herdeiro legítimo: “Este será grande e será chamado
Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32,33).
Bibliografia:
Convenção Geral das Assembleias de
Deus no Brasil Casa Publicadora das Assembleias de Deus- Declaração de Fé-
Novembro/2016
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