1. Introdução
Em um só Deus, eternamente subsistente
em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e
majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as
coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira
especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um
processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11).
CREMOS, professamos e ensinamos que
Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra: “Porque assim diz o SENHOR que
tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu” (Is 45.18); que Ele é o Deus Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo: “[...] para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome” (Jo 20.31); que Ele é Espírito doador
e mantenedor de toda a vida: “O
Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33.4); que Ele é o único Deus
verdadeiro:1 “E a vida eterna é esta: que
conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3) e não há outro além dEle: “Eu sou o SENHOR, e não há outro;
fora de mim, não há deus [...] que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não
há outro” (Is 45.5,6). Ele é identificado na
Bíblia como Deus: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai” (Gn 46.3), Deus Altíssimo2 e Deus
Todo-poderoso,3 Jeová4 e Senhor,5 além de outros nomes. Deus é um ser pessoal,
que possui atributos naturais, morais e de poder, qualidades e virtudes que lhe
são próprias.
2. Sobre os
atributos naturais. Deus
é espírito: “Deus é Espírito, e importa que
os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Ele é eterno, nunca teve
começo, princípio e nunca terá fim: “O
Deus eterno te seja por habitação, e por baixo de ti estejam os braços eternos” (Dt 33.27), pois Ele existe por si
mesmo: “como o Pai tem a vida em si
mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26). Deus mesmo disse: “EU SOU
O QUE SOU” (Êx 3.14). De eternidade a eternidade, Ele é Deus desde antes da
fundação do mundo6 e subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo: “Portanto, ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Deus é invisível.
Espírito não se compõe de matéria, não tem carne nem osso,7 pois é substância
imaterial e invisível. “O
qual é imagem do Deus invisível”
(Cl 1.15). Nenhum ser humano o viu nem o pode ver.8 Ele é imutável: “Porque eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3.6); é o mesmo desde a
eternidade. É um ser transcendente (fora da criação)e imanente (relaciona-se
com a criação), além de infinito: “Grande
é o nosso SENHOR e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Sl 147.5). Deus é um ser pessoal.
Ele tem consciência de si mesmo e possui poder de autodeterminação. A Bíblia
mostra que em Deus há os elementos constitutivos da personalidade, como
intelecto, emoção e vontade, além dos atributos como alguém que fala: “E disse Deus” (Gn 1.3); vê: “E viu Deus que era boa a luz” (Gn 1.4); e ouve: “etenho ouvido o seu clamor” (Êx 3.7).
3. Sobre os
atributos morais.
Deus é amor: “Aquele que não ama não conhece a
Deus, porque Deus é amor” (1
Jo 4.8). Ele é incomparável em santidade; nenhum outro atributo divino é tão solenizado
nas Escrituras como esse: “Não
há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti” (1 Sm 2.2). Incomparável é, ainda, em
verdade e fidelidade, em justiça e amor, em bondade, benignidade, misericórdia
e graça.
4. Sobre os
atributos de poder. As
perfeições exclusivas de Deus, como a onipotência, a onisciência e a
onipresença, são elementos que comprovam a sua grandeza é infinitude. Deus é onipotente;
Ele é o Deus Todo-poderoso: “Porque
para Deus nada é impossível” (Lc
1.37). O poder de Deus é ilimitado, não há coisa alguma impossível para Ele. A
sua vontade, porém, é determinada por sua natureza santa e justa, pois Ele não
pode ver o mal e nem praticá-lo: “Tu
és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar” (Hc 1.13); nem pode mentir: “a qual Deus, que não pode
mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos”
(Tt 1.2). A onisciência é o conhecimento pleno de todas as coisas necessárias
ou contingentes que acontecem, aconteceram, acontecerão e que poderiam ou não
acontecer. O conhecimento de Deus é perfeito e absoluto sobre todas as coisas
no céu e na terra,29 de todos os eventos e de todas as circunstâncias que devem
e podem ser, que serão e que seriam por toda a eternidade passada e futura: “que anuncio o fim desde o
princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam” (Is 46.10). Trata-se de um conhecimento
infinito e imediato em que “não
há esquadrinhação” (Is 40.28). Deus é onipresente.
“Mas,
na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te
não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado” (1 Rs 8.27).
5. Sobre o nome
“Deus”. O Deus verdadeiro revelado nas
Escrituras apresenta-se a si mesmo com diversos nomes e títulos que são
inerentes à sua natureza e que revelam suas obras e seus atributos. Há três
termos no Antigo Testamento hebraico para “Deus”. São eles: El, Eloah e
Elohim.
O Novo Testamento grego usa o
substantivo theós para “Deus”. O nome El significa “ser forte, proeminente”,
sendo um termo semítico muito antigo para a divindade, usado para identificar o
Deus de Israel: “E levantou ali um altar e
chamou-lhe Deus, o Deus de Israel”
(Gn 33.20). É, contudo, empregado também para deidades dos antigos povos
semitas como nomes próprios e como apelativos. Eloah é uma forma expandida de El, e Elohim é
o plural de Eloah. O nome Elohim refere-se à ideia mais abstrata da
deidade, de um Deus universal e Criador do mundo, indicando a transcendência da
sua natureza. Deus é apresentado pela primeira vez na Bíblia com esse nome: “No princípio, criou Deus os céus
e a terra” (Gn 1.1). É o único nome empregado
para o Criador no relato da criação em Gênesis, capítulo 1.
6. Sobre outros
nomes de Deus.
Outros nomes são mencionados nas
Escrituras, os quais também revelam a natureza e os atributos do Deus de
Israel, como Elyon, Shadday,
Adonay e Yaweh.
O nome Elyon significa “Altíssimo”: “Bendito seja Abrão do Deus
Altíssimo” (Gn 14.19); Shadday quer dizer “Todo-poderoso”: “apareceu o SENHOR a Abrão e
disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso”
(Gn 17.1); e Adonay indica “Senhor”: “eu vi ao Senhor assentado sobre
um alto e sublime trono” (Is
6.1).
O nome Yaweh é conhecido por meio do Tetragrama (as
quatro consoantes do nome divino YHWH), identificado também como “Jeová”, cuja
forma foi inventada no final da Idade Média quando as vogais do nome Adonai
foram inseridas no Tetragrama. A forma híbrida “Jeová” não é bíblica, mas assim
ela foi passada para a cultura ocidental; entretanto, aos poucos, esse nome vem
sendo substituído pela forma Iavé ou Javé, que é a pronúncia mais próxima do
original. O Tetragrama vem do verbo “ser”, no hebraico, da expressão: “EU SOU O
QUE SOU” (Êx 3.14). Isso revela que Deus é o que tem existência própria, ou
seja, existe por si mesmo. É o imutável, o que causa todas as coisas, é autoexistente,
aquEle que é, que era e que há de vir, o Eterno. O nome Javé aparece quando as características
estão claras e concretas, sugerindo, assim, um Deus pessoal que se relaciona diretamente
com o povo: “E Deus disse mais a Moisés:
Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome
eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3.15), e nisso difere do emprego
do nome Elohim no Antigo Testamento. A partir de 300
a.C., o nome Adonai passou gradualmente a ser mais usado que o Tetragrama, até
que o nome Javé tornou-se completamente impronunciável pelos judeus.
6. Sobre as obras
de Deus. A Bíblia ensina que o universo foi
planejado por Deus antes de ser criado. Planejamento, origem e manutenção de
todas as coisas no céu e na terra envolvem governo e preservação de toda a
criação. Tudo foi criado com propósito: “Segundo
o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11). Deus trouxe o universo à
existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade.33
Os decretos ou conselhos divinos são o plano eterno e imutável de Deus
claramente revelados nas Escrituras; dizem respeito à vontade e ao propósito de
Deus, tais como a criação, a encarnação do Verbo, a eleição de Jesus como
Salvador e a eleição de Israel e da Igreja. Trata-se de deliberações absolutas
que nasceram do desígnio e propósito do Deus Trino na eternidade e que
independem da ação humana ou de qualquer outro ser no Universo. Ninguém é capaz
de frustrar esses desígnios de Deus: “Bem
sei que tudo podes, e nenhum dos teuspensamentos pode ser impedido” (Jó 42.2) ou “e nenhum dos teus planos pode
ser frustrado” (ARA).
A providência divina é atividade de
Deus na preservação, concorrência e governo de todas as criaturas e de tudo o
que ocorre na criação até seu destino final. A preservação é o cuidado divino
em conservar e manter todas as coisas criadas: “sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder” (Hb 1.3).
Isso inclui o homem na providência
divina, bem como os demais seres viventes, sejam eles animados ou inanimados, e
toda a natureza. Deus cuida de todos os viventes, desde a estrutura mais
simples até a mais complexa. O mundo não subsistiria sem o cuidado e a vontade
preservadora de Deus. É também nesse sentido que opera a concorrência. Por seu
turno, o governo divino não é um controle meticuloso ao ponto de excluir a
liberdade humana; o seu reger por direito fixa limites a essa liberdade: “porque nele vivemos, e nos
movemos, e existimos” (At 17.28).
Referências bíblicas: Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil Casa
Publicadora das Assembleias de Deus - Declaração de Fé - Novembro/2016.
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