quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

UMA ABORDAGEM BÍBLICA DO ESPÍRITO HUMANO .



O espírito é a parte invisível do homem que, juntamente com a alma, compõe o "homem interior". É aquela parte do homem que, como uma janela aberta para o céu, lhe dá condições de sentir a realidade de Deus e da sua Palavra (1 Co 2.10,12). Eis o que distingue o homem de qualquer outro ser: só ele foi criado à imagem e semelhança de Deus. O espírito do homem é a sede das suas relações com Deus. "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor" (Pv 20.27, Versão Revisada). Por esse motivo, a Bíblia muitas vezes usa "coração" como sinônimo de "espírito": "Era um o coração e a alma da multidão dos que criam" (At 4.32).
Habitando a carne humana, existe o espírito dado por Deus em forma individual (Nm 16.22; 27.16.). O Espírito foi formado pelo Criador na parte interna da natureza do homem, capaz de renovação e desenvolvimento (Sl 51.10).
Esse espírito é o centro e a fonte da vida humana; a alma possui e usa essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o homem "foi feito alma vivente". Assim a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. A combinação desses dois elementos constitui o homem em "alma". A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-se com a substância da alma.
O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. É dotado de vida humana (e inteligência, Pv 20.27; Jo 32.8) que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais têm alma (Gn. 1.20, no original), mas não têm espírito. Em Eclesiastes 3.21 a referência trata aparentemente do princípio de vida, tanto no homem como no irracional. Salomão registrou uma pergunta que fez quando se afastou de Deus. Assim, dessemelhante dos homens, os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus (1 Co 2.11; 14.2; Ef 1.17; 4.23) e não podem ter relações pessoais e responsáveis com ele (João 4.24).
O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus (Rm. 8.16), é centro de adoração (João 4.23,24); de oração, cântico, bênção (1Co 14.15), e de serviço (Rm 1.9; Fl 1.27).
O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo" (Pv 16.18). Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Is 19.14); um espírito rebelde (Sl 106.33); um espírito impaciente (Pv 14.29); um espírito perturbado (Gn 41.18); um espírito contrito e humilde (Is 57.15; Mt 5.3). Pode estar sob um espírito de servidão (Rm 8.15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Nm 5.14). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Mal 2.15), dominar o seu espírito (Pv 16.32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ezeq 18.31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ezeq 11.19).
Quando as paixões vis exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso, significa que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito. O espírito lutou e perdeu. O homem é vitima de seus sentimentos e apetites naturais; e é "carnal". O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve  como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade de receber um espírito novo (Ezeq 18.31; Sl 51.10); e somente aquele que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida poder soprar na alma do homem uma nova vida espiritual — isto é, regenerá-lo. (João 3.8; 20.22; Gl 3.10.) Quando assim sucede, o espírito do homem novamente ocupa lugar de ascendência, e chega a ser homem "espiritual". Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a renovação constante mediante o Espírito de Deus.
1. O não crente.
O espírito do homem não crente é morto, inativo, isto é, separado de Deus (Ef 2.1-5; Lc 15.24,32; Cl 2.13; 1Tm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e concupiscências (Ef 4.17-22; Tt 1.15), sem possibilidade de ver a gloria de Deus (2 Co 4.4).
O espírito do homem no processo de salvação
Na salvação, o espírito do homem e vivificado (Ef 2.5; Cl 2.1 3). Um despertamento começará no seu espírito (Ed 1.1) quando o Espírito Santo o convencer do seu pecado, e da justiça e do juízo de Deus (Jo 16.8-10). Quando o homem aceita Jesus como Salvador, recebe a vida eterna (Rm 6.23) e, então, "o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16).
Agora, "eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). O espírito do homem vivificado pode, doravante, ver a glória de Deus, pois o véu que antes o impedia foi tirado (2 Co 3.16). O seu coração tornou-se limpo e pode ver a Deus (Mt 5.8), o Invisível (Hb 11.27). A luz resplandece em seu interior, para "iluminação do conhecimento da glória de Deus". Agora ele pode comprovar que Deus é bom (Sl 34.8), e com o seu espírito adorar ao Senhor (Jo 4.23) e orar (1 Co 14.15,16), e o Todo-poderoso dará ao espírito do novo crente a inspiração divina que o faz entendido (Jó 32.8).
Assim, podemos observar com clareza que "o espírito do homem" não significa "o Espírito Santo operando no homem", mas que esse espírito é um órgão do seu "homem interior", onde o Espírito Santo opera, fazendo-o ouvir a voz de Deus (At 2.7).
Conclusão.
Nós precisamos viver com nossa vida fundamentada nos ensinamentos de Jesus, para não cometermos o erro de deixarmos der ser guiados pelo Espírito de Deus. A exemplo dos gálatas, os quais começando pelo Espírito passaram a viver pela carne (Gl 3.3), ao ponto de Deus usar a Paulo par lhes exortar a cerca das obras da carne (Gl 5).

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