Neemias era um judeu que servia o Imperador Artaxerxes I, voltou
do exílio babilônico para reconstruir a cidade de seus pais, Jerusalém. Na
História Geral foi contemporâneo dos fundadores de religiões Buda, Confúcio e
do filósofo Sócrates.Sambalate
era da cidade de Horonaim, em Moabe.
Era descendente, pois, de Moabe, gerado por Ló a partir de uma relação
incestuosa com sua filha mais velha. Era um governador local, representante do
governo persa em Samaria, tendo Judá e Jerusalém sob sua jurisdição.Tobias, por
sua vez, era amonita, descendente de Ben-Ami, também gerado por Ló a partir
também do incesto com sua filha mais nova. É bom lembrar que Ló era sobrinho de
Abraão, pai do povo de Israel. Portanto, os
moabitas e
amonitas eram primos dos judeus. Tobias era um
Vice-governador, servo da coroa persa e
subordinado ao Vice-Rei responsável pela autoridade civil e
militar numa espécie de comarca.Gesém, era um morador do deserto arábico, habitado por
diversas tribos sem definição genealógica. Por isso, eram chamados de
arábios, que significa “misturados”. Era aliado do Rei Persa, um vassalo (
Governador que paga tributos e jura fidelidade a um rei mais poderoso), que governava uma
extensa área, que se estendia
do norte da
Arábia até o Egito.
Neemias poderia ter-se omitido de fazer a obra de Deus, pois tinha
excelente lugar garantido no palácio. Ele era copeiro do rei Artaxerxes.
No entanto,
ouviu a chamada de Deus e, renunciando ao bem-estar, empenhou-se em reconstruir
Jerusalém. Deparou-se com três figuras indesejáveis para a causa do Reino de
Deus. Sambalate, Tobias e Gesém. (Ne. 2.19) Se Neemias não fosse homem de
oração (Ne. 1.4), perseverante (Ne. 2.20), com visão da grande obra que estava
fazendo (Ne. 6.3) e zeloso (Ne. 13.25), teria parado imediatamente por causa
das críticas desanimadoras destes homens. Sambalate acusou Neemias de rebelião
contra o rei. Tobias zombou e menosprezou a obra que os judeus estavam
fazendo (Ne. 4.3). Gesém inventou uma mentira para intimidar Neemias, acusando-o
da pretensão de querer fazer-se rei dos judeus. (Ne. 6.6,7) .
Os
inimigos Sambalate e Tobias, bem como os arábios e os amonitas, eram informados
do progresso que ia sendo feito. Ao saber que os reparos tinham avançado e que
as brechas estavam sendo fechadas, ficaram furiosos e se juntaram para planejar
um ataque a Jerusalém e causar confusão. Se enfureceram ao vê-los
organizados e empenhados na reconstrução dos muros de Jerusalém.
Sua primeira reação foi de
sarcasmo e de desprezo. Diante dos seus irmãos e do exército de Samaria, o
governador Sambalate zombou dos que edificavam dizendo:NE 4.2-3.
Estas perguntas, feitas em tom de
zombaria, tinham alguma base. O povo estava ciente da sua fraqueza e da enormidade
da obra que haviam começado, e da oposição que estava surgindo por parte dos
outros povos entre os quais conviviam naquela região. Tinham já bons motivos
para duvidar se realmente teriam condições de completar a obra por si próprios.
O inimigo usa o escárnio como uma arma, e ela pode cortar profundamente,
causando o desânimo e o desespero.
O inimigo Sambalate lhe mandou uma carta aberta (para que outros
pudessem ler), contendo uma ameaça velada para maior efeito. Segundo disse na
carta, havia um boato circulando por ali segundo o qual os judeus estavam
reconstruindo o muro com o fim de se revoltarem contra a Pérsia, e fazer de
Neemias o seu rei. Ele estaria até subornando profetas para apoiarem seu
direito ao trono. Esse boato seria levado ao conhecimento do rei da Pérsia, e
convinha a Neemias ir conversar com ele primeiro.Ne 6.4-7.
Não alcançando o resultado com suas artimanhas para paralisar a
obra, levantaram uma calúnia contra ele.
O inimigo vai te
caluniar. Vai dizer para ti mesmo que és um exaltado em achar que Deus tem uma
chamado para ti. Vai usar pessoas para dizer que és interesseiro em cargos; que
te aproxima do pastor ou de teu líder por motivos interesseiros; vai insinuar
que queres dinheiro, etc. Satanás, os primos e o misturado são especialistas
nisso. Assim, quando Neemias resolveu reconstruir Jerusalém, os três
“amiguinhos” o acusaram de querer rebelar-se contra o rei.
Neemias não
se deixou enredar: declarou categoricamente que nada do que Sambalate dizia
estava acontecendo e era pura invenção dele. Neemias sabia que os inimigos
queriam intimidar os judeus e enfraquecê-los para que não terminassem a obra.
Ele orou a Deus pedindo força para continuar.
Eles não sabiam é que Neemias havia
conversado pessoalmente com o rei na sala do trono (Ne 2.2-8); era o rei que
havia dado recursos para Neemias; era o rei que havia dado cartas para que
Neemias tivesse autoridade na sua empreitada; era o rei que estava por trás de
tudo.
Não te preocupa com as zombarias,
o desprezo e as calúnias do inimigo. O importante é que estejas em contato com
o Rei dos reis, Jesus Cristo, o Senhor de toda terra. Se ele te deu a carta, se
ele te deu a autoridade de sua Palavra, se estás em um projeto traçado na sala
do Trono, não temas. Prossiga. Teu negócio é com o Rei.
Os inimigos haviam dito que os
"fracos" judeus não completariam a obra. A obra era grande demais, e
os problemas enormes. Mas os homens e mulheres de Deus, trabalhando juntos em
tarefas especiais, podem resolver problemas difíceis e atingir os objetivos.
Nunca deixemos que o tamanho de uma tarefa ou do tempo necessário para
executá-la nos impeça de levá-la avante. Com a ajuda de Deus, se for da vontade
dEle, tudo poderá ser feito.
Primeiro ele zomba. Diz que você é um
sonhador, que os planos são muito altos, que as metas são inatingíveis. A
zombaria se dá em relação a tua fé, ao que você crê. Depois ele despreza.
Enquanto a zombaria se dirige à revelação, o desprezo se dá em relação a tua
pessoa. Foi isso, por exemplo, que aconteceu quando Golias desprezou Davi pela
sua juventude. Satanás também vai dizer que és incapaz, cheio de falhas,
muito velho ou muito novo, sem sabedoria, sem conhecimento, que és
incorrigível, um rejeitado por Deus, que os teus erros fizeram o teu tempo
passar.
Frente à
grande disposição de Neemias e seus comandados e, depois de usar todas as
maneiras para dissuadir ou causar desânimo nos construtores, desprezou à
fé dos obreiros. "poderiam eles sacrificar ao Senhor?" Da
fé dependia o bom andamento e o sucesso da obra. Buscaram desestimular o povo a
cultuar. Sem culto estariam a descoberto da proteção Divina.
Muitas vezes o
inimigo busca dentro de nossa própria fé argumentos para desviar-nos da
confiança que temos em Deus. Não pode-se dar ouvidos à cantilena adversária.
Estamos seguros de nossos propósitos e de nossa fé.
Todas as forças do mal,
embora se oponham entre si, quando trata-se de combater o povo de Deus unem-se,
fazem frentes para impedir a obra. Sambalate, Tobias e Gesém, embora militassem
em campos e áreas diferentes da política, quando foram atacar os homens de
Neemias que reconstruíam os muros pensavam e agiam da mesma maneira e com o
mesmo objetivo.
O livro de Neemias serve para nós como Igreja
de Deus: O inimigo não poupará esforços e estratégias para atrapalhar aqueles
que buscam realizar os planos de Deus. O diabo continua usando as mesmas
armas, e as mesmas pessoas. Usa pessoas que são “quase irmãos”, que não
têm a mesma revelação, e pessoas que não têm nada a ver com Deus, mas que
simplesmente pelas circunstâncias da vida se misturaram a nós. Por meio desses
instrumentos, ou diretamente na mente do cristão, o inimigo usa essas armas.
Os trabalhadores estavam espalhados ao longo
do muro. Para que o trabalho não parasse, mas ao mesmo tempo estivessem
preparados para algum ataque, Neemias ordenou que metade fizesse o trabalho de
construção enquanto a outra metade permanecia armada de lanças, escudos, arcos
e couraças. Os oficiais lhes davam o seu apoio.
Com esse plano de defesa, o povo estava unido
e protegido. Devemos também estar unidos como igreja de Cristo dando apoio uns
aos outros, e orando uns pelos outros. Precisamos uns dos outros em nosso
trabalho na obra de Deus e em nossa defesa contra o inimigo das nossas almas.
Os que se moviam de um lugar para outro, carregando
entulho e materiais, portanto isolados, faziam o trabalho com uma mão e com a
outra seguravam uma arma - também cada um dos construtores trazia na cintura
uma espada enquanto trabalhava.
Neemias e os seus companheiros oraram a Deus e
também colocaram guardas de dia e de noite para se protegerem. Devemos fazer o
que podemos e Deus suprirá o que nos falta.
Neemias constantemente combinava a oração com preparação,
planejamento e ação. A oração assegurava o apoio divino naquilo que ele sabia
que correspondia com a vontade de Deus. É a atitude correta daquele que anda
com Deus: primeiro assegurar-se qual seja o desejo de Deus, em seguida orar
pedindo o Seu apoio e direção, em seguida colocar mãos à obra. Devem-se fazer
as três coisas.
CONCLUSÃO
Os ataques pessoais doem, e quando a crítica
não é justificada podem facilmente levar ao desespero. Ao fazer o trabalho de
Deus é possível ser alvo de ataques ao caráter. O exemplo de Neemias deve ser
seguido, confiando em Deus para o cumprimento da tarefa e deixando de lado os
insultos não justificados.
Eles haviam escarnecido
dos judeus porque julgavam que tinham um deus fraco, que pouco podia fazer por
eles. O sucesso alcançado pelos judeus resultou em temor nos inimigos e
povos vizinhos, pois reconheceram que o SENHOR, seu Deus, estava com
eles.
Pesquisa/Organização/adaptação de textos e
comentários adicionais:
Prof. João Q. Cavalheiro
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