terça-feira, 25 de outubro de 2016

Qual o significado "Mar de Vidro "



De todas as visões do Apocalipse, esta se destaca pela beleza indescritível.  Certamente o apóstolo João procurava palavras para explicar o que viu comparando com algo que já conhecia para que os leitores pudessem entender. Por isso o livro é tão cheio de simbolismos. Mesmo assim, tudo que foi mostrado para João é muito superior ao que conseguiu demonstrar. João estava encarcerado pelos homens, mas era livre para estar na presença de Deus.

A primeira coisa vista pelo apóstolo João foi “uma porta aberta no céu” (v.1). Em seguida ouviu a mesma voz Divina, que já conhecia, chamando-o para subir até o céu e ver o futuro que Deus mostraria.

O simbolismo desta visão:

-Porta aberta: representa Jesus que é a porta da salvação (João 10.9) que ainda está aberta a todos que queiram entrar.

-Voz como de trombeta: a voz de Deus que já falara com João deste o começo da revelação (Apocalipse 1.10) é forte como um toque de trombeta.

-A mensagem: um convite a subir e ver o que irá acontecer.

A porta do céu está aberta pra você!

      Quando foi levado até a porta, João viu “um trono e no trono alguém assentado” com semelhança da beleza de pedras preciosas. Na verdade estava contemplando Deus em seu trono celestial e sua esplendorosa beleza.

A aparência do trono ao redor:

 -Arco-íris: era o reflexo da glória de Deus ao redor de seu trono, como o que foi visto pelo profeta Ezequiel quando viu o mesmo trono de Deus e havia ao seu redor( EZ 1:28 ).                        

Este arco representa a Aliança de Deus com a humanidade (Gênesis 9.13,16) que reflete seu amor diante de sua presença.

-Relâmpagos, vozes e trovões: representam a ira de Deus e seu poder, com brilho, calor, energia e rapidez em executar seu juízo, por isso “do trono saem relâmpagos, vozes e trovões” (Apocalipse 4.5). As vozes são as sentenças do julgamento final assim como o Senhor se manifestava diante de seu povo no monte Sinai (Êxodo 19.16-19).

-Mar de vidro: um local especial e grandioso onde estarão as almas dos vencedores (Apocalipse 15.2). O profeta Ezequiel também viu “algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante” (Ezequiel 1.22). Sendo assim, o mar representa os povos de toda a terra, pois todos os continentes são banhados pelo oceano. O vidro ou cristal indica a transparência quando todas as coisas serão esclarecidas diante de todas as pessoas. .  Outra corrente teológica sobre mar de vidro (Ap 4.2,6). João viu um trono, posto ou armado no céu. Isto fala do trono do juízo instalado para o julgamento. João foi convidado para assistir do céu ao julgamento da terra e de seus habitantes. Do trono saíam relâmpagos e trovões, que falam da iminência dos juízos Divinos  sobre a Terra; e vozes, que aludem à pregação fervorosa e urgente que os agentes de Deus fazem aos pecadores para advertidos sobre a proximidade daquele Dia. Ao redor do trono João viu o arco celeste que continua lá para mostrar que a promessa de não destruir mais a terra é tão firme como o próprio trono daquele que prometeu. Diante do trono, João viu um como mar de vidro e cristal. O mar, na Bíblia, representa a multidão de povos e nações. Vidro e cristal falam da transparência da fragilidade   delas diante do     Todo-Poderoso; falam, também, da calmaria e paz aparentes que reinarão na Terra nos dias imediatamente anteriores aos juízos de Deus (Ap 61,2). Mar de vidro, semelhante ao cristal: O Deus imortal “habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6:16), separado dos outros por um mar de vidro. No Velho Testamento, os sacerdotes tinham de se lavar no mar de fundição antes de chegar perto de Deus com os sacrifícios (2 Crônicas 4:1-6), assim sugerindo a importância da santificação. Deus é santo, separado de suas criaturas. Mas, na imagem de comunhão perfeita com os vitoriosos no final do livro, “o mar já não existe” (21:1).

 

 

Diante do trono de Deus é um lugar de sua Aliança de amor [arco-íris], mas também de sua justiça [relâmpagos], para de todas as pessoas [mar de vidro]. Também estão ali os vinte e quatro tronos (v.4), as sete tochas (v.5) e os quatro seres viventes (v.6-8) que serão descritos a seguir.

Muito se discute sobre a identidade dos vinte e quatro anciãos. Mas é certo que não são seres celestiais e sim homens, porque sempre estão descritos de maneira diferenciada dos anjos e dos querubins (Apocalipse 5.5,8 e 11). O termo ancião se refere a homens sábios que representavam o povo (Atos 5.2 e 20.17). Vinte e quatro Anciãos e Seres viventes.Os vinte e quatro anciãos falavam de todos os que, por terem  sido revestidos das perfeições de Cristo (roupas brancas), venceram a carne, o pecado, o mundo e o Diabo e recompensados com glória e autoridade (coroas de ouro), participam  do governo de Deus (tronos).São  uma representação dos crentes do Antigo e Novo Testamentos. Os seres viventes podem representar a figura da grandeza de Deus. João  menciona várias   vezes esses seres formidáveis, ora adorando, ora trabalhando.  Adoração   e  serviço são inseparáveis no Reino de Deus.

 

-Tronos: estão assentados porque já terminaram sua obra e receberam a recompensa prometida por Jesus de que “ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3.21). Os vinte e quatro tronos são símbolos do poder destes homens que receberam liderança no meio do povo de Deus.

-Vestes brancas: também como recompensa do “vencedor será assim vestido de vestiduras brancas” (Apocalipse 3.5). Simbolizam a santidade (Eclesiastes 9.8), pois “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do cordeiro” (Apocalipse 7.14). Estes homens viverem em consagração a Deus durante sua vida e estavam prontos para servir ao Senhor eternamente.

-Coroas: outra recompensa prometida por Jesus a quem for “fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10). Estas coroas representam o governo humano. Eles se prostram diante do poder de Deus rendendo-se diante da Majestade Divina e entregam suas coroas ao Senhor (Apocalipse 4.10). Podemos entender que os vinte e quatro anciãos simbolizam o sacerdócio que era escalado em número de 24 turnos (I Crônicas 24.1-19). Também se tem entendido que este número é representativo quanto à humanidade em duas alianças, com os doze patriarcas da antiga aliança e os doze apóstolos da nova aliança. O que não pode ser esquecido é sua missão de servir a Deus eternamente e sua atitude de adoração.- Os sete Espíritos de Deus: v.5 “...diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus”.A expressão “sete espíritos de Deus” aparece quatro vezes na Bíblia (Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6). Provavelmente é uma referência ao texto profético de Isaías 11.1 que fala de sete aspectos do Messias.Sete tochas de fogo: são representações do Espírito Santo como fogo (Hebreus 12.29) e a manifestação da presença de Deus em forma de fogo (Êxodo 3.2 e 13.21,22). Também lembram o candelabro que tinha sete pontas e ficava aceso para iluminar o tabernáculo (Êxodo 27.20). O número sete significa perfeição de Deus e quando se refere aos Sete Espíritos de Deus tem o sentido de que o Espírito Santo é perfeito. - Os quatro seres viventes: v.6-8 .Estes são os mesmos seres celestiais que profeta Ezequiel também viu e descreveu (Ezequiel 1.5-13) com a mesma aparência, pois “cada um dos seres viventes tinha quatro rostos” (Ezequiel 10.14), “a forma de seus rostos era como o de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro (Ezequiel 1.10) e são chamados de “querubins” (Ezequiel 10.20). Sua função está clara aqui, mostrando que tinham a tarefa de ministrar louvor diante do trono de Deus. Sempre são os primeiros a proclamar a adoração. A aparência dos quatro seres viventes tem o seguinte simbolismo: -Leão: “o primeiro ser vivente é semelhante a leão” (v.7): representa a realeza e poder, por ser um temível predador. -Boi: “o segundo, semelhante a novilho” (v.7): animal forte, mas pacificador, por isso chamado de novilho. -Homem: “o terceiro tem o rosto como de homem” (v.7): simboliza o conhecimento ou inteligência. -Águia: “o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando” (v.7): aponta para rapidez e visão.-Olhos: “cheios de olhos por diante e por detrás” (v.6) e “estão cheios de olhos, ao redor e por dentro” (v.8): Do mesmo modo Ezequiel também diz que “todo o corpo dos querubins, suas costas, as mãos, as asas e também as rodas que os quatro tinham estavam cheias de olhos ao redor” (Ezequiel 10.12). Estes olhos mostram que podem ver muito além do que é normal. Têm uma visão espiritual muito forte. -Asas: “os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas” (v.8). Estas asas serviam para voar, para cobrir o seu corpo (Ezequiel 1.11,23). Também tinham olhos nas asas (Ezequiel 10.12). Estas asas mostram que eram anjos que se movem com muita rapidez. Os querubins são responsáveis pela adoração no céu. Estão sempre na presença de Deus que “está entronizado acima dos querubins” (Salmos 99.1) por isso foram colocados simbolicamente sobre a Arca da Aliança (Êxodo 37.7-9) e tinham sua imagem representada nas paredes e no véu do santuário (Êxodo 26.31). São defensores da santidade de Deus (Gênesis 3.24). Estes seres viventes nos ensinam que precisamos viver para adorar a Deus em todo tempo e incansavelmente.

-CONCLUSÃO:

A visão do trono de Deus é concluída como um grande culto de adoração, quando os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos louvam ao Senhor Deus. O primeiro cântico ministra quem Deus é (v.8) e o segundo cântico as suas obras (v.11).Se quisermos um dia, comparecer diante do trono de Deus, precisamos viver em adoração ao Senhor. A cada dia devemos entoar um cântico novo ao Senhor e também viver para a sua glória.

  Referências:Visão do Trono de Deus -AUTOR: Pr. Welfany Nolasco Rodrigues

Apocalipse: Revelação do Futuro Glorioso – comentarista: Pastor Orivaldo Aparecido Prattis.

 

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